quinta-feira, agosto 30, 2007

shhh...

Meu bem, eu não preciso de você pra nada. Sei trocar uma lâmpada e um pneu furado. E do que não sei fazer, eu encontro quem o faça, tá entendendo? Eu tenho peito, meu filho. Tenho peito, tenho bunda e um dia, quem sabe, terei até um pau! Então vê se não enche porque hoje não quero saber de amor. Me traz uma cerveja gelada e deixa eu ver o futebol.

garota tpm

quarta-feira, agosto 29, 2007

oxe

Por incrível que pareça
Nada minimalista sou
Prefiro entrelinhas,
Travessões,
Pontos – virgulas,
Interrogações
E ponto final!

facamolada

terça-feira, agosto 28, 2007

pois bem!
meu teclado veio sem acento,
um tormento na hora de escrever,
e me pergunto: o que fazer?
sentei!
vou esperar essa vida ir,
vou pensar quando for dormir,
e rezar!
quem sabe outro dia,
quando digitar for verdade,
eu perdoe essa saudade
que insiste em seduzir?
quem sabe outrora,
eu consiga partir
e escrever que agora
eu esqueci de fugir?
pois muito bem!

essa que sou outra

segunda-feira, agosto 27, 2007

Avant-Première

Alex
o suicida
quis entrar
no multiplex
da vida
sem ingresso.
Ouçam essa!
Comprou logo
um combo triplo
com pipoca,
chocolate
e duas cocas.
Extra large,
king size,
sem demora!
Já é hora
da sessão!
Mas na porta
Deus lhe disse:
Não!


Green Devil

domingo, agosto 26, 2007

Adeus, stress!

Entrou na sala eram quase nove da noite. Jogou no sofá a surrada pasta de trabalho, o blazer, a gravata de camelô, e toda a raiva do mísero salário que mal lhe cobria as contas. A peregrinação diária buscando clientes para o rol da companhia de seguros estava lhe sugando as forças. Chegava a cada dia mais arrasado em casa. Autômato, cumpriu a rota sala-cozinha-geladeira, cerveja em punho jogou-se na velha poltrona, controle-remoto na mão. Só a coleção de filmes com sua musa lhe fazia esquecer o stress diário.
Só Angelina tinha o poder de fazê-lo desligar, sair do caos, ir ao nirvana... aquela boca... Esqueceu quantas vezes sonhou beijando, mordendo, tocando, olhando aqueles lábios... em “Lara Croft”; em “Garota interrompida”; “Roubando vidas”; loira, morena... aqueles lábios...

Saiu do “transe” quando soou a campainha do velho aparelho telefônico:

“Alô!?” (muito puto)

“Jorjããão, meu velhooo!!!” (eufórico)

“Fala, Pitoco... mas fala rápido que tô ocupado!"

“Tu num sabe o que descobri aqui no Youtube!!!”

“Se tu contar, eu vou descobrir também, né?”

“Linda, perfeita, maravilhosa, brother!”

“Quem, porra!! Fala, logo!!” (mais puto ainda)

“Um vídeo da Angelina, meu velho!! Uhuuuuuu!!!”

“Sua anta, que descoberta, hein??, vou desligar!”

“Nãããão, cara!!, ela está pelada no vídeo, meeeu!!”

“O que???, pelada, pelada??... tipo, sem nada???” (pasmo)

“Claro, né??, Ô dããã!! Peladinha da Silva!"

“Hummm... aparece a boca??”





Oi, pessoal! Começa hoje a “Semana Divertida” aqui no nosso blog! Então, como você agora, o mundo inteiro está se perguntando: “o que seria isto?, semana divertida??”. Pois é, pessoal... eis aqui as cabeças trocadas, misturadas, completamente embaralhadas! Então, querido leitor, quer nos descobrir? Arrisca um palpite? Embarque conosco, sem filas nem atrasos!

Valeu!
el diablo de las letras

sábado, agosto 25, 2007

Presente

Olha só, ganhei um presente!
Umas lágrimas sofridas
e insistentes...
esse nó na garganta,
essa tristeza tanta
e essa saudade infinita!

Ganhei num embrulho caprichado
esse olhar cansado,
essas muitas rugas,
com um quê de prematuras,
e essa ausência de mim em mim.

Não era pra ser assim...

sexta-feira, agosto 24, 2007

ad infinitum

sobre os trilhos enferrujados

caminhei desertos inteiros
atravessei mares intensos

até te encontrar em um campo de trigo
com um girassol nos cabelos

e o silêncio se fez azul

quinta-feira, agosto 23, 2007

Bons e maus

A cidade estremeceu
Bons e maus se punham
no meio da rua
em desespero

O mesmo sentimento tomou conta
de todos
por algum tempo

Durou dois minutos

Passado o susto,
já se podia distinguir claramente...
Deixavam de ser um povo assustado
para serem, novamente
bons e maus

quarta-feira, agosto 22, 2007

Carnaval

eu não quero da corrida
o troféu,
eu não quero da história
o final,
eu não quero do mundo
o céu,
eu não quero do homem
o metal,
eu não quero da sorte
o apogeu...
eu só quero da vida
o carnaval!

terça-feira, agosto 21, 2007

diversão

ver-te azul é ver-te céu,
ver-te séria, coisa rara,
de Vênus, divina Odara.
verte o bem
em ver-te assim,
no sem fim, tão mulher.
diverte-se quem te vê,
venha do vórtice que vier.

segunda-feira, agosto 20, 2007

Perda

A poesia perdeu-se
Em folhas amassadas
Em papel rabiscado
Em restos de cigarros.

Nesse enfadonho
Fado não lusitano
Os dias passam
E as folhas caem.

Vou ao encontro
Do que nunca perdi
E ao desencontro
Do que havia de vir.

A poesia perdeu-se de mim.

domingo, agosto 19, 2007

ARBÍTRIO

1. Alternativa

o caminhar
alguns passos mais
o chão
viu o buraco
a penas
depois
soube-se
levantar
o caminhar

2. Alternativa

soube-se levantar
o caminhar não
impedido pelo aviso
antes
pela paternimaturidade
o que havia do lado
de lá não
soube-se
(estrofe mais curta)

3. Conclusão

E ainda há quem pondere sobre alternativas já testadas.

sábado, agosto 18, 2007

Mari

Essa é a Mari Barras, a.k.a. Marizuda.
Uma menina mágica que conheci nos blogs e fotologs da vida, ainda menina (embora eu ache que ela não concordaria com isso à época! rs)...
Uma rara sensibilidade, talento às pampas, beleza transbordante e um certo ar etéreo e inebriante.
Adjetivos não faltam. Mas como uma vez um professor me disse que os adjetivos devem ser usados com parcimônia, deixo as palavras falarem por si próprias:

*********************************
Das coisas todas - E tantas outras

Das coisas todas, a mais triste que vi foi teu rosto sem nome. A agonia era tanta que pensei em te chamar de Qualquer João. Depois, quis te apelidar, mas nada ficava bom. Ora não combinava com teu queixo, com tuas orelhas, ora não combinava comigo.
E eu queria que combinasse, porque ali, naquele momento, já era tu&eu, uma questão sem título, entretanto, nossa.
Tentei decifrar nas tuas sobrancelhas, nas tuas rugas... Nada, nada! Precisei de te ter com um nome, não havia de ser diferente. E não era para juntar nossas iniciais, escrevê-las em árvores, fazer combinações para nomear nossos filhos. Nada disso. Apenas não pratiquei o desapego, não evoluí, enrolei-me com Plutão, fiquei perdida.
E ainda: tua face triste, triste, sem reação alguma, sem nome.
No instante seguinte, previ teu abrir de boca a desgraçar, com uma só palavra – não tinhas cara de nome composto –, meus ouvidos. Antecipei-me e tapei tua boca. Um lapso, um surto. Achei o nome perfeito pra ti!
“Antônio”, eu disse.
Passaste, então, a ser Antônio para mim, daquele dia até hoje, mesmo que eu nunca mais tenha te visto.
Das novas coisas todas, que se renovam desde aquele dia, a mais bonita que ouvi foi teu nome dito por mim.
*********************************
Mais dela:
*********************************
Sobre o leite derramado, jogo-me de peito aberto, que erotismo de verdade inclui porra nas tetas.

sexta-feira, agosto 17, 2007

...

Meu convidado mora em Fortaleza, cidade querida onde nasci e onde tenho boa parte da família, e tem o dom da arte de curar. Na profissão, como médico, cuidando de tantas pessoas. Na vida, como escrevinhador e viajor-aprendiz, além das pessoas que o acompanham em seus caminhos poéticos, tenho quase certeza que também cura a si mesmo, pois como diz aquele novo ditado: quem escreve os males espanta!

Seus escritos possuem um saber poético, um sabor às vezes melancólico e por muitas vezes um tom harmonioso de reflexão. Eu o vejo entre suas roupas brancas e seus prontuários, num instante do dia, a escrever poesias em papéis carimbados. Mesmo se a letra ilegível, essa visão me agrada. E essa receita eu aceito de graça.

Eis meu convidado, Bosco Sobreira:


Comme d’habitude

Tem dias em que a vida estanca
como um rio sem memória
um tigre saciado deitado sobre seus sonhos
uma flecha parada em pleno ar

Nesses dias
há uma tépida placidez
que cai
(como uma serena tormenta)
sobre todas as coisas:

Pássaros mumificam suas sombras sobre árvores silentes
Os pés dos homens se calam
Os azuis espiam perplexos
a fala congelada das ruas
A dor se ausenta
como trevas à luz
A angústia não é mais que uma pálida lembrança inodora
E o tempo
apenas uma fotografia em sépia
suspensa nas horas


Virtudes

só os bichos são virtuosos:
os cães lambem suas próprias feridas
e mijam na grama
que eu não
pisei

Re(verso)

quando o amor se vai
a gente se apequena
tanto
tanto
tanto
como um deus que falhou
como um deus que errou
como Deus
………………………………….
já te disse hoje
que te odeio?



quinta-feira, agosto 16, 2007

(.)

por Andrew Albuquerque


Hoje me fogem
caem as palavras
as frases, por forças sinistras
se vão... e hoje o poema
não rima, não ginga
não sobe paredes prédios
nem aparece em desenhos pinturas
portas, letreiros...

e outro dia mais
outro dia menos
me afogo em sopas de letrinhas
que não mais reconheço.


Ao amigo Andrew Albuquerque, concedo a honra de ser meu convidado deste mês de agosto! Há tempos queria pôr algo dele aqui...

E, pra quem quiser prestigiar um poquito más do que o cara escreve, visitem:

Suspeito de um crime perfeito

Ah! Ele tambèm escreve no:

EscúchamePorra

Apreciem!

quarta-feira, agosto 15, 2007

Florbela Espanca (1894-1930)

Minha poeta-convidada...

A poetisa portuguesa Florbela Espanca morreu relativamente ignorada pela crítica e pelo público leitor de poesia em sua época. Em vida publicou dois volumes de poesia, às proprias custas: O LIVROS DE MÁGOAS, 1919 e o LIVRO DE "SÓROR SAUDADE", em 1923. Florbela d'Alma da Conceição Espanca suicidou-se em dezembro de 1930, às vésperas de ver editado CHARNECA EM FLOR, que se tornaria um fenômeno editorial, muito pelo tanto de mistério e insinuações maldosas acerca do suicídio da poetisa. Grande parte dos poemas de Florbela revelam uma carga romântica e juvenil, seu principal interlocutor é o universo masculino, talvez resida aí a polêmica e o encantamento que seus versos provocam desde quando foram publicados. O poema aqui selecionado foi retirado do livro POEMAS, em edição preparada por Maria Lúcia Dal Farra, Martins Fontes editora.

Fonte:http://www.tanto.com.br/florbela-espanca.htm
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EU...

Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho, e desta sorte
Sou a crucificada... a dolorida...

Sombra de névoa tênue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!...

Sou aquela que passa e ninguém vê...
Sou a que chamam triste sem o ser...
Sou a que chora sem saber por quê...

Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver,
E que nunca na vida me encontrou!

terça-feira, agosto 14, 2007

Sigo

Tal como o pardal
na imensa estrada
que no último instante
vê o perigo
em vôo rasante
de susto e de vento
sacudo o medo
e sigo.


Queridos amigos-leitores, é com grande prazer e alegria que vos apresento a querida poeta e escritora lusitana Sofia Loureiro dos Santos. Dona de uma poesia madura, e doçura bastante atraentes, Sofia traz também nos seus textos sua clara preocupação com aspectos sociais sem perder a essência poética que lhe é peculiar. Aqui, no http://www.defenderoquadrado.blogspot.com, ela nos brinda com seu trabalho.

segunda-feira, agosto 13, 2007

Você, uma nuvem

Conheci a poetisa Cáh Morandi através do orkut e desde então apaixonei-me por seus versos vermelhos.
Eis Cáh Morandi!
Mais de Cáh aqui


.
.
.
Você, uma nuvem

Encontrei você numa nuvem
Hoje perto do meio dia...
Eu dirigia apressada
Entre as avenidas movimentadas
Parando no farol
De baixo de sol a pino
O mundo, um menino,
Eu me perdia, não na rua,
Imaginando as curvas do teu corpo,
Um desenho torto
Que se formava entre faróis...
A realidade me chamava
No susto, olhei para o céu
E entre o azul infinito
Uma nuvem branca
Que dançava com o vento
E por um momento
Eu vi a tua face
Como um sonho doce
Ergui as mãos
Na esperança que fosse
Poder tocar os lábios teus.

(Cáh Morandi)

domingo, agosto 12, 2007

A deusa e o mosquito

Torna-se o ciclo das coisas...
Para minha deusa, dei meu vitae
Fez dele seu gosto e me matou,
Eu fui esmagado...
Depois um mosquito veio por um pouco de mim,
Incomodar-me e mostrar que ainda tenho vida
E eu o esmaguei...

Augusto Sapienza


Meu conviadado dessa semana é o Augusto Sapienza, companheiro do Manufatura e do Bagaceira, dono de uma poética contundente, lírica e por vezes científica. É um prazer apresentá-lo. Mais aqui:

Tomos Poéticos

sábado, agosto 11, 2007

VISITA

Às quatro da manhã a morte chegou...

Não me assaltava o corpo
não me levava os olhos
nem me aspergia a alma.
Apenas me pedia entrega
e calma.

Mas uma obsessão sem jeito
me dilacerava o peito...
o som dos cupins roendo a madeira me assustava
e o sono se foi...
traidor!

Não, não era ainda a minha morte
nem de algo que me importe.
(e nem sabia quando seria)...
era apenas uma visita informal,
um presente, uma cortesia.

Soprou em mim seu bafo gelado,
deu um beijo em minha mão
e me disse que um dia
com certeza voltaria
plantando o medo em meu coração.

"Dessa vez você pode dormir
mais um pouquinho, meu bem...
mas com um olho aberto!
Eu aqui cuidarei de ti,
sempre rondando...
sempre por perto..."

sexta-feira, agosto 10, 2007

de noite na cama

ela se tocava louca
ela sussurrava rouca
no ritmo do blues
ela fazia o teto
ser céu todo azul

quinta-feira, agosto 09, 2007

Sobre paisagens*


Mas há um infinito de ângulos possíveis para se apreciar uma paisagem.

Infinitos pontos. Infinitos.

Mas creio que não temos --e nunca teremos-- toda sensibilidade necessária para apreciar cada nuance, cada detalhe...

Mas isso não nos impede, em nada, de apreciá-las...




Inspirado em --e até meio que como resposta a-- este escrito da nossa amiga Juliana Pestana, do Mendoscopia.

=)

quarta-feira, agosto 08, 2007

Constante Variável

O tempo é uma palavra pequena,
que rege a orquestra humana
e coreografa com a vida.
É o escritor romancista
que faz o terror necessário
na suprema narração.
É o divisor das águas
e a condição meteorológica
da paciência.
Ele pode fechar,
pode durar,
ou simplesmente parar.
É um sim,
muitas vezes não,
e a mais absoluta razão.
É a época,
passado, presente e futuro,
totalmente eficaz,
apesar de escuro.
É um sabido remédio,
de solução razoavelmente dispendiosa,
que cura todos os males.
O tempo é o verdadeiro reconhecimento
da eterna lealdade
no meio de todas as perdas e ganhos.
É a pura mágica,
é altamente trágico,
e agradavelmente cômico.
É confortável,
mesmo que provisório,
assim como um casório.
O tempo é o resgate
da alma em apuro
no mais profundo íntimo.
É um tesouro,
tal qual um oásis,
habitando o coração.
É uma rocha
esculpida pela brisa
que acalenta o destino.
O tempo é mesmo o fim,
é a constante variável,
e o desmedido recomeço...

terça-feira, agosto 07, 2007

poema sem título para um dia de chuva

acenda a luz
da retina,
acorde
aos seus acordes
a menina,
dos olhos afaste
a neblina,
descarte
o corte seda
da cortina,
ouça do silêncio
a nota mais fina:
tédio -
não se alimenta
de rima.

segunda-feira, agosto 06, 2007

Ecos

Pequena imensidão
Devasta
Meu limitado ser.

Vago em desespero
Por lugares
Desabitados.

Tentei reescrever
Todas as cartas
Em vão...

Desacordada me vi
Sangrando e
Em pedaços

Corrompi
Meus princípios e
Pudores.

Rompi os laços
Com a realidade
Com a verdade
E com a vida.

Espelhas a minha alma
Miro-me em teus passos
Em ti me desencontro
Todos os dias.

Morri e sei
Perfeitamente quando,
No dia em que
A ti conhecia
.
.
.
.
.
Saudações queridas ao nosso poeta Moacir Caetano!
Parabéns caríssimo!
Felicidade Sempre e muito Amor!

domingo, agosto 05, 2007

ante

Querida é importante
que entenda da gente
o fato seguinte:
já basta o horizonte,
do além não pergunte.

sábado, agosto 04, 2007

Esquecimento

Algum dia alguém
em algum lugar
me esquecerá.

Algum dia alguém esquecerá meus poemas,
meu jeito bobo de ser, meus dilemas,
minha gargalhada estridente e aguda
e meus dias ocasionais
de canalha filhadaputa.

Um dia alguém ouvirá meu nome
e isso não lhe dirá
absolutamente nada.
Meu rosto, só um incômodo arranhão
em sua memória congelada.

E a partir dali, não mais existirei
como coisa física
e sumirei
como num passe de mágica
numa sequência lógica.
Até que, em algum dia,
outro alguém me esqueça.
E outro, e outro, e outro,
até que eu desapareça
como num passe de mágica...

e enfim descanse, poeira cósmica.

sexta-feira, agosto 03, 2007

Doce Solidão

Um doce
amarga
a calda.

Um pote de vidro
guarda a solidão.

Na etiqueta:
Morte em pedaços.

Eu abro,
Meus cacos
E corto a alma.


ps: E um pouco tardio, mas necessário, deixo o agradecimento em nome de todos ao carinhoso post de Bill em sua Realidade Torta. Obrigada, querido!

quinta-feira, agosto 02, 2007

Bungee-jump

Me vi
outra vez
à beira do abismo...

Pulei.

Agora aqui estou
suspenso em pleno ar...
Que merda! Esqueci
de me desatar...

quarta-feira, agosto 01, 2007

minhas curvas balaçam
nesse caminho confuso
da minha imaginação
[corre-corre]
nos esconderijos
dos meus diários.

um caos em forma de promessa,
uma pressa que só sabe arder,
e uma cama à minha espera...

se a coragem vier,
eu torno-me luz e
esclareço essa
[ou aquela?]
imensidão que é decidir.