As lápides se estendiam ao longo do campo santo.
Algumas suntuosas, outras simples, anônimas.
A braquiária abraçava os solitários.
O carro fúnebre, já cansado, senil,
assoviou ao mundo sua carga.
O seguiram lágrimas e cânticos.
Os dentes-de-leão sabem a verdade
e espalham-se ao vento, felizes,
sabendo que a vida é assim mesmo.
Pulgas carregam um cahorro pra lá e pra cá.
Indiferente, ele abana o rabo e sorri.
O ventre cansado do vazio.
A pequena multidão chega ao seu destino.
A boca da terra se abre, preguiçosa.
Mais um que sobe aos céus.
Mais um pouco de choro e pronto.
Vão todos cuidar da vida.
Sonâmbulos, os defuntos voltam pras suas casas e seu trabalho.