Edifício onde não vivo
Tal qual como se constrói um edifício,
Suas frases foram se erguendo umas sobre as outras
Moldadas em palavras medidas para não alcançarem grandes alturas
Num sermão bruto como concreto você foi firme e dura
E na dor da minha cobertura
Assistia o térreo do seu desprezo
Caminhando por entre corredores vazios
Por entre os quartos solitários do meu coração
A poeira acumulada por todos os cantos
O mofo nas paredes dos meus olhos já me cegando
Janelas da alma que enferrujadas não se abrem mais
Portas trancadas e suas chaves jogadas fora
Assim mesmo, assim você não me quis.
Não me deixou contar minhas ideias
Rabiscou a planta do prédio do amor que eu desenhara
Desenhara durantes noites e dias sem término
E por fim, sem registros, abandonada.
Acabou que a paixão ficou sem endereço
Não se aluga e não se vende nenhum andar
Na amizade de um quarteirão qualquer
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por Luiz Felipe Azzini, convidado por Luiz Guilherme Amaral
6 comentários:
'as vezes eh melhor assim...
:)
adorei!
que bom conhecer um novo poeta!
Lindo.
Ô, Luiz Guilherme: esse cara é das nossas terras tbm? Quero conhecer mais desse.
Esses arranhados no céu que arranham também os corações...**Estrelas, poeta!**
E salve as construções!
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