"Octavio nasceu Roggiero Neto.
Aos treze, se transformou em poesia, pra continuar sendo Octavio, duas vezes.
Em sua pena, a lei e o verso. Materna e paterna herança.
Poesia."
- Moacir Caetano
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Apreciem, pois, o poema de nosso convidado, Octavio Roggiero Neto
morto, vivo
morro agora, enquanto ando,
neste fim de tarde,
porque a morte é quando
já não se sente.
morro outra vez,
a esboçar um quase-sorriso
no semblante impreciso:
a cadavérica rigidez...
morro ainda sem alarde
nem motivo aparente,
onde já não se encontra
em qualquer lugar
o que se estava a procurar.
morro também por não ter vivido
e nem sequer ter percebido...
sem espanto e sem ninguém,
morro, e embora tanto,
o meu pranto
é de quem lágrimas já não tem;
gotas vazias, portanto,
escorrem, escorrem...
morro sempre, enfim,
minha vida tem sido assim.
10 comentários:
Quantas mortes, meu amigo... Quantas mortes...
Primazia...
A morte nos dá uma possibilidade única: renascer para, quem sabe, verdadeiramente viver.
Sempre tão certeiro e profundo em nossos corações!
A morte nos dá uma possibilidade única: renascer para, quem sabe, verdadeiramente viver.
Sempre tão certeiro e profundo em nossos corações!
ê orgulho de escolher um convidado desse!
:D
Octávio! Que saudade ardida dessas letras fantásticas!!! **Estrelasempre**
Também saudade, Octavio. A vida é mesmo feita para morrer.
Morrer para viver para morrer para viver para, por fim, morrer-viver!
Salve salve amigo!
saudades e só.
abs,
mg
a morte nossa de cada dia...
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