quarta-feira, outubro 19, 2011

O copo ficou em cima da mesa
eu não vou mexer nele para não borrar
a aura, sua, que ainda está por lá

Também não peço de volta
os bilhetinhos infantis que te dei
porque eu queria chamar sua atenção
mas só consegui ser "aquele cara esquisito"

Não quero mais ter desilusões
vou andar pelos puteiros
vou andar sozinho nas ruas
concentrar-me no meu trabalho
[que tanto me tira o sono, mais que você]

Eu não quero colocar meu peito na loteria
prefiro ser o grande amigo que o pior homem
abro a conta do bar, fecho os olhos para tudo
até que
talvez, um dia, quem sabe,
eu possa ser poeta novamente

Até que alguma alma caridosa me aceite.

(Luiz Guilherme Amaral)


Um comentário:

Fernando Soares disse...

Isso, Luiz. Ser "aquele cara esquisito" tem um preço e aprender a pagá-lo não é fácil não. Vá se "divertindo" com as erradas enquanto não encontra a certa... rs
E siga poetando que há outros "caras esquisitos" que gostam muito...

http://www.recantodasletras.com.br/autor_textos.php?id=100182