terça-feira, setembro 30, 2008

nossa dança

Te convido para um amor dançante
Entre véus transparentes...
e beijos esvoaçantes
Ensaio uma coreografia...
invento ritmos para essa poesia:
Os passos em harmonia...
reduzindo nossos espaços
Nosso vaivém em compassos
se movimenta sem distância
Em alternância de estilos
(teus lábios nos meus mamilos)
Um rebolado que serpenteia
quando teu jorro me presenteia...
e o corpo amolece em espasmos...
Exibindo nossos orgasmos

segunda-feira, setembro 29, 2008

dois curtinhos

Gosto do seu nome,
daqueles bom de dizer
com a boca cheia de farofa.
--

Boeing
Seria um nome de avião ainda melhor
Se em vez de cair
Ele quicasse.

domingo, setembro 28, 2008

Coração forjado

mas
o pedaço
de aço
não pulsa
junto
e o coração
descompassa
e passa a
sentir
o peso
do metal
que
des
cola

será preciso derreter
infinitas lâminas
pra forjar um coração
que não sinta mais
dor
alguma

nem
uma
se
quer

sábado, setembro 27, 2008

Tarde

Me segura as pernas.
Entra debaixo da minha saia
e só saia
quando eu enfim gozar.

Me segura es costas.
Eu bem sei do que gostas.
E só faço
pra te ver assim, sem ar.

Minhas fendas
se abrem uma a uma.
Abro tua pele
com minhas unhas.
Olha nos meus olhos e diz que me ama
e planta tuas raízes em minha cama...

Faz com que eu seja tua, mais uma noite só...
Depois podes voltar pra tua casa.
Pra tua vida sem graça.
Pros teus vôos sem asas.
Até que algum dia
a nossa poesia renasça do pó.

sexta-feira, setembro 26, 2008

inclassificável

Sou aquele que te deixa de quatro para satisfazer teu cio. Sou aquele que se veste de bombeiro para abrasar teu fogo. Sou o pau pra toda obra e atendo em domicílio.

quinta-feira, setembro 25, 2008

querência

me queres muda
me queres nada
me queres tudo
me queres quanto
me queres vezes
me queres vozes
me queres espanto
me queres
como queres
e preferes
me queres tanta
me queres tola
me queres tonta
me queres na neve
me queres na lua
me queres de leve
completamente tua
afinal de contas
me queres quantas

porque não te quero
e vou à luta
deixei de ser santa
agora sou puta


quarta-feira, setembro 24, 2008

ninar-te

menina
dia desses te escrevi uma canção
nessas noites de pura solidão
onde versos querem pular do papel
e fazer cócegas na gente
rindo feito bêbados idiotas
em busca de camas quentes
e olhos dormentes.

menina
vez por outra queria poder me esconder
embaixo da tua saia
e dentro dos teus sapatos
explorar o teu brinquedo
e lamber os teus dedos
descobrir-te , navegar-te
explorar o teu universo
(aquele, que nem todos podem ver)
ninar-te.

menina
deixa-me morar
na verdade deixa-me viver
dentro desse teu coração de plástico
nesses teus braços elásticos
nos teus caracóis na cabeça
nesse teu ideário
chamado arte.

terça-feira, setembro 23, 2008

Nem tire sua roupa,
menina!
se o que você quer
é fazer amor...
Não me venha dizer
que só quer transar...
que eu tenho horror!!
Ouça bem, garota,
caia na real:
essa coisa de acasalar
só rola no mundo animal
Todo esse papo aí...
tá fora de moda
sexo comigo
é foda.

segunda-feira, setembro 22, 2008

Macho que é macho
não faz poema
eu mesmo acho
a espada
mais rápida que a pena
macho que é macho
não sossega o facho
por nada
mas não faz drama
nem faz cena
macho que é macho
sabe o problema
que o buraco é mais embaixo
do que deveria
macho que é macho
não faz poema
faz poesia.

---
opa! como o jeff ainda não postou o dele, vou explicar essa semana mais que especial!
essa semana, meninos trazem doces e meninas trazem salga...digo, os meninos postam poemas como meninas e vice-versa!
ou seja, tudo trocado.
boa semana transsexual pra todos! ;)
(tudo bem explicado nesse azul-macho, né)

sábado, setembro 20, 2008

Roteiro

Eu sei, você não me entende...
Não acredita que eu seja assim.
É que chove dentro de mim.

E o frio
me gela cada um dos ossos.
Me gela até o âmago a alma.
Por isso me visto dessa calma.

Por isso minha alegria
é manufaturada dia-a-dia,
garimpada em minúscula bateia,
bichinhos presos em hesitante teia.

Por isso o equilíbrio
é tão delicadamente instável.
E um cataclisma é sempre provável.

Mas não me ame, se não quiser.
E se puder, me poupe o vexame.
Pois o enxame que me transporta
tem rotas imprevisíveis.
E não te quero quase morta
por minhas paixões invisíveis.

sexta-feira, setembro 19, 2008

fera e ferida

o que me perturba
picada de abelha
toque de urtiga
vidro no chão

o que me machuca
é o seu silêncio
preso na garganta
minha incompreensão

quinta-feira, setembro 18, 2008

crença e crescença

Tenho a virtude,
ou seria o defeito,
de acreditar em tudo
de tudo que é jeito.

Ver para crer,
desde quando?
Basta me contar
e já estou acreditando.

Neste poema, por exemplo,
eu acredito,
mesmo não estando escrito.

E por incrível que pareça,
eu acredito até
em dor de cabeça.

quarta-feira, setembro 17, 2008

nonsense

é só uma questão de tempo
descalçar os sapatos
e escrever de trás pra frente
assovios e calafrios
tudo na mesma rota
incerto caminho reto
tortuosamente descrente
enumerando letras
redefinindo domínios
em um tempo iminente
à espera de vazios
ao acaso importuno
capturando submarinos.

terça-feira, setembro 16, 2008

Um grito

quero gritar
pra me aquietar
e poder descansar
dormir, sonhar
pra acordar
e então voltar
voltar pra quê?
não quero saber,
não quero me prender
quero ser livre
caminhar solto
queria voar...
mas não posso
só me resta viver
e esperar
a morte chegar...

(releitura desse escrito aqui, da amiga Fernanda Leturiondo [blog: http://acasaoamanteeoexilio.blogspot.com/])

segunda-feira, setembro 15, 2008

na falta de um título melhor

Me bota no colo,
Me roda feito uma boneca
Me dê um tapa nas costas
Me faça cuspir moedas
( américa-quatro-dólares-e-vinte-e-sete-centavos)
Eu não sei,
É que eu me sinto assim de repente
A troco de nada
Sem valor, vazia, esvaziada
Me bota no colo,
Eu só quero ser cuidada
E essas unhas vermelhas me doem
E olha que é só tinta.
eu acho que já sei porque os poetas eram todos uns tuberculosos
é que a poesia não passa disso
desse cospimento de sangue
Me bota no colo,
Corta uma laranja
E me falsifica um tang
Eu não quero ficar doente
(o tempo urge, a vida ruge, a febre, rouge)
Eu tenho uma deficiência de vitamina C
Ou não sei, vamos dizer apenas
Eu tenho uma deficiência.
Me bota no colo
Me leva na feira
Vamos comprar abacates
Pepinos batatas roxas
Todas as verduras a la carte
Deixa eu morar na sacola listrada de lona
As sacolas de lona são tão bonitas
E eu sei muito bem que as sacolinhas plásticas
São os chapéus favoritos
Dos suicidas.

domingo, setembro 14, 2008

Fantasia

Deitada do teu lado,
Me toco...
Te exploro...
Acordo teu falo
Com a ponta da língua
(pronta e ambígua)
Faço jorrar teu sêmen noturno
... engulo teu gosto com ternura
Boca de santa
Garganta de puta
E durmo.

sábado, setembro 13, 2008

Fim de Semana Não

Um sábado pode ser
apenas a espera do outro sábado
apenas gaiola de pássaro
sabático sem graça sem graça
apenas mais um sábado que passa

Um domingo pode ser
como milhares de outros domingos
ou não
pode ser só saudade e solidão
pode ser só lágrimas e tédio
dor de cotovelo e nenhum remédio

E as noites
podem ser
assim sem você
assim só o frio
meio assim assim
sem você e sem mim

sexta-feira, setembro 12, 2008

secreto

quando me olha nos olhos
procura derrubar meus medos
e desvendar meus mistérios

mas meus segredos
guardo atrás dos joelhos

quinta-feira, setembro 11, 2008

tempo ao tempo

parei de jogar
parei de beber
parei de fumar

só não sei
aonde eu vou
parar

quarta-feira, setembro 10, 2008

espera

às vezes acaricio meu ventre
como se estivesse à espera
como se fosse conceber
a qualquer momento
um ser
independente e inteligente
um cometa
um caleidoscópio
que trocasse de lugar comigo por certo instante
o suficiente para me fazer compreender
o suficiente para me fazer digerir
que o tempo é mais
e que é além desse cais
onde amarrei meus pés
e me faço algoz de mim.

terça-feira, setembro 09, 2008

Uma nova [mu]dança

Houve mudança, sim
E essa dança eu não aprendi
O ritmo é outro
Tudo mudou
no mundo...
Eu
apenas
observo a tudo,
sigo mudo
e não danço

segunda-feira, setembro 08, 2008

dark side

outro do fundo do baú do sabedoria.
sorry pela falta de inspiração.

todo escritor
tem pensamentos obscuros
a massa cinzenta é preta
de nanquim

daí pros pensamentos
passarem pro papel
é simples
assim

domingo, setembro 07, 2008

ex-poemas e devaneios

Meus desejos
Deslizaram da tela
Para amarrotar
Os lençóis-do-dia
Na cama,
A poesia concreta
Me inspira outro estilo:
Retiro a lascívia do poema
- (in)deléveis rimas digitais...
Nas entrelinhas amenas:
Versos a mais

sábado, setembro 06, 2008

Um Caso

Um caso
Descaso-me do que já foi dito
E caso em mim pares dispares
Riso e Lágrima
Juízo e Loucura
Mistério e Exposição

Um caso sério
Juntar tanta coisa oposta!

Mas é que o acaso faz-me assim mesmo
Encontrando nos contrários
A mais intensa razão!

******************************************************

Uma nossa fiel leitora, que escreve muitíssimo bem e ainda por cima é linda de viver!
Com vocês: Grazielle!

Mais dela aqui:
http://conjuntodepalavras.blogspot.com/

sexta-feira, setembro 05, 2008

Bruno Barrett


a esperança foi

à praia

e jogou a toalha.


~~~~~


um poema

filhodaputa

não leva problema

pra casa

resolve na mão


~~~~~


deus vento

queria ser uma kombi

um kamikase cheio de rosas

a prosa pós-hecatombe

o lado feminino da crase

queria ser tudo

ou quase.


~~~~~



Conheço o blog do Bruno há algum tempo e gosto muito do que encontro por lá. Bom humor, leveza e originalidade. Não deixem de visitá-lo para conhecerem melhor seu Espaço em Des[Construção]. Eu sou fã! :-)

quinta-feira, setembro 04, 2008

pedro é pedra

reconheci
meio assustado
(os olhos fugindo
pra dentro)

o amor
que nunca tive
por outra flor

---x---x---

menina menina
cantigas de roda
antes de dormir

---x---x---

lençóis navegando
no corpo agregando
afagos e afins.

---x---x---

os olhos não
ou secam
ou são

---x---x---

SINUCA

Amanhã, menina, somos eu, tu, deitados sobre a mesa. Nossos poros, ouvidos, bocas e cús, sem medo do mundo. Acordamos, olhos desmaiados, beijos na nuca. É manhã, amor. É manhã, amor. Manhã.

---x---x---


Poeta em tom maior. Vem do Piauí, um cara com sacadas geniais, prosas e poemas sucintos com fortes teores, lições e dores. Com alegria o li pela vez primeira, e venho cá dividir com vocês. De nome Pedro, eis o poeta.


http://ocapimcomeuoboi.blogspot.com



quarta-feira, setembro 03, 2008

Ciúme


Atravessando a nossa passarela de convidados especiais, temos a poética única e especial de Yara. Tentar apresentá-la é pouco perto do grande sentir que seus versos proporcionam.
Deixe que esses versos te atravessem por completo aqui.

Sinta!


Ciúme

Tido e despossuído.
Ido.

Querer tanto
e tentar
e arder.
E despertar.

Querer ter
e des-ter
e despir o ter,
a tez,
um triz.

Um tanto querer ter-te
que para mim basta
abs-ter-te.

terça-feira, setembro 02, 2008

Tudo de novo =)

Zé Rosa [link: http://bizarrodeslumbre.blogspot.com] e Ady Cavalcante [link: http://adyverso.blogspot.com] já devem ter sido convidados antes pelo Moacir, em alguma outra Semana de Convidados... (Não tenho certeza...)

Mas, como eles são meus amigos também... E eu adoro o que eles escrevem, sou fã... Fiz questã de convidá-los também! =)

Apreciem!




Extremos

Hoje, a noite
É de precisões e vontades.
Eu com desejos
De penetrar sua alma
Com meus sentimentos.
E seu corpo
Com meus dedos,
Minha língua,
Meu pau.





Meu derradeiro amor
Vestido de eternidade
Trazia um sol no sorriso
Trazia o mundo nas mãos
Trouxe-me estrelas e sóis
Levou-me a outro universo
Plantou esperanças e sonhos
No árido solo de mim
Mas como nada é perfeito
Um dia o sonho passou
As plantas, ervas daninhas
Que me restaram, por fim
Por que o amor que me tinhas
Era luxúria, e se acabou.



segunda-feira, setembro 01, 2008

microcontos

Óquei, se você acessa blogues, existe uma grande chance de você acessar o twitter. E, se você acessa o twitter você deveria dar um follow no perfil do minicontos. Mistério, paixão, humor, intrigas, ahn, piadolas e afins. Tudo convenientemente empacotado em embalagens de 140 caracteres.

O perfil é atualizado freqüentemente por 4,anh, pessoas. O dono dos microcontos abaixo é o RS. Nascido de mãe caolha e pai perneta, RS pede que sua privacidade seja mantida a salvo dos papparazzi, revelando apenas suas inicais. E não. Ele não é o Rodrigo Santoro.Enjoy.


O convidado de hoje nos presenteia com quatro microcontos.

Dois inéditos:




O pior não foi ter nascido sem as pernas, foi suportar a vida inteira lhe provando que mesmo que as tivesse, não teria para onde correr.





Apoaxaidno. Qadnuo cvegaha ptreo dlea, svaua, egsagavna, guejvagaa. Mal csnoegiua flaar. Tseno, saus pvaralas saaím taods erabalhamads.



E dois usados, porém limpinhos:


Começou com um beijo roubado. Terminou numa noite de sexo alucinante. Depois, lambuzados e apaixonados, cada um voltou para sua esposa.





Quando a cega entrava no vagão do trem, o tarado gritava: senta aqui. Depois ficava quietinho no lugar esperando ela sentar em seu colo.