Eu sei, você não me entende...
Não acredita que eu seja assim.
É que chove dentro de mim.
E o frio
me gela cada um dos ossos.
Me gela até o âmago a alma.
Por isso me visto dessa calma.
Por isso minha alegria
é manufaturada dia-a-dia,
garimpada em minúscula bateia,
bichinhos presos em hesitante teia.
Por isso o equilíbrio
é tão delicadamente instável.
E um cataclisma é sempre provável.
Mas não me ame, se não quiser.
E se puder, me poupe o vexame.
Pois o enxame que me transporta
tem rotas imprevisíveis.
E não te quero quase morta
por minhas paixões invisíveis.
3 comentários:
"É que chove dentro de mim."
um poema dentro do.
bravo!
belíssimo, moa.
(L)
Denso demais pra mim... =(
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