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domingo, março 14, 2010

*

quem vai
sempre deixa
a saudade

jogada
no chão da sala

vou guardá-la
num cantinho especial

tirar a poeira
arrumar a bagunça
da casa-coração

deixar tudo pronto
pra acolher
quem chega

sábado, março 13, 2010

Fumaça

A roda gigante pára...
tem uns que descem, outros não.
Quem não desce fica ali, suspenso no ar.

Os pássaros passam, passam...
são transitoriedade e canção.
A gente quer prendê-los com o olhar.

O ruim é que pra saudade
não há rima possível
com felicidade...

quinta-feira, março 11, 2010


Ela foi embora e faz tanto tempo.
Ela foi embora e os dias são todos iguais, imensos, e não há como
entender como pode fazer tanto tempo que ela foi embora.
E voltimeia eu páro e fico pensando
e um turbilhão de imagens me lancina
porque eu não sei se ainda vou ver nessa vida
a beleza que é o amor
nos olhos dela.
Ela foi embora faz tempo.
Tanto, tanto; tempo.



quarta-feira, março 10, 2010

Aborreci-me.

Aborreci-me.

Sim, dessas zangas de pedra dentro da gente.

Tão pesadas, majestosas e imponentes, pedras.

Sim, seria mais prudente fazer as malas, fechar as janelas e ir-me contigo.

Mas quem cuidaria de nossas paredes? Dos nossos espelhos? Das palavras escritas no vento?

Resolvemos que eu ficaria.

Mesmo quieta, mesmo sentida, ainda que só terça parte.

Mesmo que não perto, somos um inteiro.

Três partes de um todo pleno, que sempre chove amor.

E não tem verso, nem música e nem prosa que me faça esquecer.

Tudo perde a graça, perde a rima e o frescor.

Em mim o eco de um delírio travesso.

...

Aborreci-me,

Mas foi de saudade, que o meu peito chorou.

terça-feira, março 09, 2010

poeta, mundo,
poesia gira:
ora sentido vinda,
vida,
ora sentido ida

na hora da despedida,
novidade:
outro poeta
pra dividir a saudade

segunda-feira, março 08, 2010

jornada


O vazio que ficou
quem vai preencher?
É mais um pequeno mundo que acaba
éramos um bicho que era um só
uivando agora com 5 bocas

esse vazio que fica

quem preenche?
Se as pessoas todas tem formatos
diferentes.
Se a terra fica estéril quando bebe sangue de hydra.
Se minha mitologia fica manca.
Se meu braço decepado ainda sente.
Se o morto dessa maca ainda está quente.
Se não tive tempo de colher flores. De cantar cânticos. De mandar trovoadas.
Se as trevas não inspiram alvoradas.
Se as manadas ainda esperam os ausentes.

Se nada, se mais nada
se uma semana
se uma vela
de sete dias
se eu acender minhas utopias
se eu plantar outra semente
será que esse vazio
se
preenche?

domingo, março 07, 2010

Partilha*

perco
um pedaço
do meu
coração

a cada
partida

com os outros tantos
pedaços que ganhei
o refaço

mas o pulsar
é diferente

descompassado

descompensado
a cada
batida

Semanas Especiais - Chegadas e Partidas

Marina e Múcio...
Múcio e Marina...

Duas cabeças, das que sempre estiveram. Das que sempre estarão. Mesmo ausentes. Dois seres luminosos, de beleza, de vida.

A partir dessa semana, não escrevem mais nesse espaço. Seguem outros caminhos. Borboletas.

Suas asas, inquietas, continuarão a espalhar cor e pólen, poesia e amor.

Em suas cadeiras, borboletas outras. Não exatamente novas, pois sempre estiveram por aqui, voa-voando.

Antes eram olhos, agoras são cabeças. Gil e Lubi.

Poesia de qualidade pro nosso espectador. Mantendo o nível, sem deixar a peteca cair. Enjoy them!

(Mas a saudade... ah, a saudade...)

por Moa.



Creio que, com estas palavras, expressamos nossa alegria. Pelas chegadas e pelas partidas. Pela maravilha que é viver essa vida. Que, nessas horas, se confunde com as ondas do mar.

E, assim, damos início às Semanas Especiais - Chegadas e Partidas. Para celebrar os que vão e os que vêm. E a Poesia que já banhou e que sempre há de banhar esta nossa praia.