quarta-feira, março 10, 2010

Aborreci-me.

Aborreci-me.

Sim, dessas zangas de pedra dentro da gente.

Tão pesadas, majestosas e imponentes, pedras.

Sim, seria mais prudente fazer as malas, fechar as janelas e ir-me contigo.

Mas quem cuidaria de nossas paredes? Dos nossos espelhos? Das palavras escritas no vento?

Resolvemos que eu ficaria.

Mesmo quieta, mesmo sentida, ainda que só terça parte.

Mesmo que não perto, somos um inteiro.

Três partes de um todo pleno, que sempre chove amor.

E não tem verso, nem música e nem prosa que me faça esquecer.

Tudo perde a graça, perde a rima e o frescor.

Em mim o eco de um delírio travesso.

...

Aborreci-me,

Mas foi de saudade, que o meu peito chorou.

3 comentários:

A czarina das quinquilharias disse...

você o rasguinho da alma, a essência que ficou.
:*

J.F. de Souza disse...

Até meu peito chora nessa hora...

Nesses últimos dias, eu só tenho que te agardecer, Aline. Hoje, de novo. =)

=*

http://moacircaetano.zip.net disse...

saudade aborrece...
tristeza aborrece...
ausência aborrece...
mas o que aborrece mesmo é a falta do amor...