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quarta-feira, outubro 26, 2011

ócio

o bom de não fazer nada,
é o exercício forçado
de transformar o todo,
cheio nada
em algo
cheio de tudo,
menos o nada.

domingo, setembro 12, 2010

hipérbole não definida


E essa vontade de esvair-me em cada palavra dita. O pesadelo diário em perceber que me tornei um amontoado de dias, horas, segundos. Sempre manhãs e noites entre os meus pensamentos e minhas ausências de mim mesma. Não estou nos livros que leio, nem nas roupas que visto. Existir tornou-se um fardo. Percebo que acabo em cada anoitecer, acordar é mecânico. É como se meu corpo estivesse em um loop esquecido. Desordenado, descompasso… uma hipérbole não definida. Pra mim, deixei de existir.
E por pior que tudo possa parecer, resolvi amá-lo. Sim, eu o amo. Com todas as possibilidades inviáveis que cabem entre cada letra: a, m, o,  r.
Eu o amo.

domingo, agosto 15, 2010

to(que)

Incendeia-te.
Sim! Em labaredas poéticas,
Nas mentiras, nos pensamentos vis.
Deleite-se nas possibilidades
E na falta delas, sejas teu.
To(que) fogo.
Faça um torque.
Erga-se!
E nunca esqueça:
Não queira o pouco.

domingo, agosto 08, 2010

pro lado

Escuto Jazz e penso em você.
É, eu penso em você.
Fica tudo desordenado,
em uma cadência absurdamente perfeita.
Calores coordenados…
Equaciono sentidos.Sorrisos...
Você me faz sorrir.
Então eu olho pro lado e não vejo ninguém.
São os meus olhos que te enxergam,
mas o meu querer não te alcança.

domingo, agosto 01, 2010

verdade

Asseguro-te que não gostarás de mim.
Tenho formas dispersas, presas e inexatas.
E bem sei que procuras por deleites e curvas.
Desprendi-me de mim já faz tempo…
Não tentes. Não há aqui tuas respostas.
Fomos embora, eu e minhas mentiras.

domingo, julho 25, 2010

ato #1

do que quis viver ao teu lado,
só as ilusões são minhas.

domingo, julho 18, 2010

Domingo eu te compro uma flor.

Andar de trás pra frente,

Reinventar o riscado,

Tudo certo e quase nada.

Dia de bingo!

Sorte ou azar?

O que vale é ter amigos!

Ter o que reinventar.

A sunday in a sunny day. Sunday!

Assim, feito ode,

Ou quase ódio para outros,

O meu, o teu, o nosso (que nem comercial depois do Faustão)

Domingo pede cachimbo,

Também pede carinho

E que compre uma flor.

domingo, junho 06, 2010

Baby

Nessas manhãs frias

Onde tudo arde dentro de mim,

A vontade do sentir prevalece.

É um querer absurdo que cega

Que chega, não basta e

Meus sentidos

Em nada transforma.

Meus pudores...

Preciso saber de ti.

Além da sede,

És fome.

És febre.

Tudo é precisar.

Querer sem fim...

Nem canção do Roberto,

Talvez um trecho do Borges,

Não está em livros.

Minha necessidade não está escrita.

Choro-te todos os dias.

.

.

Baby, eu te amo.

quarta-feira, março 10, 2010

Aborreci-me.

Aborreci-me.

Sim, dessas zangas de pedra dentro da gente.

Tão pesadas, majestosas e imponentes, pedras.

Sim, seria mais prudente fazer as malas, fechar as janelas e ir-me contigo.

Mas quem cuidaria de nossas paredes? Dos nossos espelhos? Das palavras escritas no vento?

Resolvemos que eu ficaria.

Mesmo quieta, mesmo sentida, ainda que só terça parte.

Mesmo que não perto, somos um inteiro.

Três partes de um todo pleno, que sempre chove amor.

E não tem verso, nem música e nem prosa que me faça esquecer.

Tudo perde a graça, perde a rima e o frescor.

Em mim o eco de um delírio travesso.

...

Aborreci-me,

Mas foi de saudade, que o meu peito chorou.

quarta-feira, março 03, 2010

\ignore


minha tarde fica sem graça
quando você por mim passa
e disfarça...

quarta-feira, fevereiro 17, 2010

nas migalhas desatentas

encontrei-me.

eram tantas, que me perdi.

não contente fiquei.

pois as respostas vieram ter comigo.

perdi assim, todos os meus esconderijos.

quarta-feira, fevereiro 10, 2010

Espera

Com a fé pendurada na janela

Esperei por um milagre,

Que chegaria ao em entardecer.

Vieram as cigarras, os serenos, as nuvens maquiadas

E por fim, o brilhar de estrelas.

Continuei a esperar.

Esperar é contínuo,

Percebi, então,

Que os milagres não gostam dos anoiteceres.

Preferem os raios de sol, os orvalhos e o estalar de novos dias.

E quanto a mim, eu apenas espero... pois aqui, é sempre noite.

quinta-feira, fevereiro 04, 2010

Essa dormência na alma

Vejo meus pés em brasa

É como se meu corpo não existisse.

Na iris as memórias vivas

De um vôo rasante

Com asas de papelão.

quinta-feira, janeiro 28, 2010

Ferrugem

E nada do que eu queira,
É além de sobra e vão.
Costumo esconder-me
Tão longe e tão dentro
Que nem sei com sair.
Não ouso deixar pegadas
Detestaria ser pega.
Prefiro ser prego
Invadido por ferrugem e terra.

quarta-feira, janeiro 20, 2010

Carmim

É a ausência que corrói meus dias. A lembrança do suor, o odor tatuado nas paredes. A idéia de ter um nome junto ao meu. Insanos fomos ao acreditar que tudo era ausente de data, hora, tempo. Nesse labirinto em que me encontro, escrevo os pensamentos que tive enquanto nós. Palavreado par, palavras que se escoram uma nas outras, mas não me valem porque sou ímpar. De mim escorre carmim. Vermelho que me cega. Dura sina da escolha imposta, do passos que não vou dar.

quarta-feira, janeiro 13, 2010

self

quando só,
gostava de sentir o cheiro
que as brincadeiras solitárias
exalavam.
roupantes nus
de uma solidão exemplar.

quarta-feira, dezembro 23, 2009

ode ao 69

entre o meu grelo e tu,
todo os grilos do mundo...
és fraco.
está comprovada a tua covardia
e eu rio.
leva tua cara,
sem vergonha e sedenta,
para passear.

quarta-feira, dezembro 02, 2009

Excessos.

Não são versos de ofensa os que trago no peito. São fragmentos, ecos e miragens. Paisagens esquecidas, telas não pintadas, salas de embarque vazias. São tão vivos que me salta aos olhos e me fecha as narinas. Não são ofensas. São riscados, desencontros entre mim e a poesia. São ligações não atendidas, mensagens não enviadas, discos arranhados. Excessos.
Não, não é o verso que me falta, é a própria falta do verso.

sábado, novembro 07, 2009

miMa

Eu te escreveria todas as palavras que moram no meu dicionário,
mas é o silencio que inunda-me quando penso que não as leria.
Vou de Hilda, passo por Leminski, perco-me em Bukowski, mas é em ti,
nos teus versos, onde meus olhos sorriem.
De mim pra ti, só tem amor.

quarta-feira, outubro 14, 2009

espelhos

coleciono as tuas rugas
como se fossem brinquedos
uma por uma
algumas mais jovens
outras nem tanto...
mas há lugares
onde nem tuas rugas
permintem o entrar,
labirinto e corredores,
são os teus espelhos
que me cegam o olhar.