sexta-feira, julho 29, 2011

não notei quando me furtei.

amor foi embora, mas
..........pode devolver minhas palavras?

quarta-feira, julho 27, 2011

Eu queria você mais perto
para roubar um pouco da tua inteligência
e ter cãibras de tanto falar e ouvir

Eu queria te mandar cartinhas de amor
mas eu ainda não anotei seu endereço
e não quero que seu cachorro coma minhas palavras
quando o carteiro passá-las por baixo da sua porta

Queria ser exatamente o que você espera
mas isso a gente só descobre aos poucos
mesmo assim eu penso muito em você
e falei de você para meu pai, com os olhos brilhando

Eu queria ser mais seu
queria que ficássemos extremamente apaixonados
inseparáveis por uns dois mil anos

Eu quero que seja você
após todas as que passaram
e me prepararam para ser seu par ideal

(Luiz Guilherme Amaral)



sábado, julho 16, 2011

paredrices

*

Amor


O amor é um jardim decorado com canteiros de corações partidos onde vivemos nossas incríveis estórias. Aventuras irresponsáveis que ressuscitaremos em nossos travesseiros pelo próximo milhão de noites. Pequenos suicídios emocionais, overdoses de arrebatamento, angústia, orgulho.

(Quando seus lábios encostam-se aos meus, eu penso nela. Mas sempre que ela se aproxima de mim, eu lembro de você.)

Escolhemos a confusão, nos perdemos numa mata de meias-palavras. Lembranças duvidosas, olhares de viés, promessas que jamais poderemos cobrar.

(Você trespassou o coração do meu coração como uma adaga renascentista. Eu preparei este sonho para você, mas você devorou a minha mão.)

O tempo foge e de repente é a vertigem: longe demais para chegar, muito para tentar entender, muito tarde para mergulhar. O lago secou.


(Vem a madrugada e o mundo é um borrão de fracassos úmidos. Eu volto ao conforto da montanha, meu útero freudiano no meio da floresta.)

Então nos recolhemos e aceitamos nosso papel. Somos mártires sacrificados em nome do amor. Sangramos o enredo da nossa estória, a mais triste jamais contada. Cultuamos nossa dor, procuramos a redenção. Como um epitáfio para o sonho destruído, um exorcismo, um grito lancinante.

(Porque todo o amor que sou capaz de roubar, pedir ou emprestar, não basta para aplacar essa dor. O que é o amor? Apenas um prelúdio para a tristeza. Seu objetivo é construir os verdadeiros silêncios)

Trágico é aquele que anda pelas colinas e olha atrás de si o paraíso perdido. Não tem mais nada, não é mais nada. Quer obrigar o mundo a aceitar suas lágrimas, engolir seu silêncio. O mundo tem mais o que fazer. O sol brilha. As flores são belas.
O amor é patético.


. . .
*


A cidade vazia, todo mundo vivendo o verão em altitudes distantes.
A lua pendurada no céu como filme saído de um velho projetor.


Silêncio terrível a noite que começa.


Resolvo fazer café para mim mesmo e exagero a quantidade.
Acabo bebendo tudo porque sempre lembro o quanto você odeia desperdícios.
Essa noite imensa, vagando pela casa como menino perdido no supermercado.


Um astronauta poderia ter visto a tristeza em meus olhos, lá do espaço.


Lembre-se de lembrar de mim
em algum lugar do seu passado
flutuando como um beija-flor.


. . .
*


Enquanto você dormia
brilhava a lua sombras se moviam
tocou o telefone voou o tempo
na cozinha estrilavam pequenas melodias.

Você tossiu, se virou
murmurou pequenos segredos de outras realidades .
Lá fora governos caíam, estrelas viravam poeira.
você dormia e ignorava o universo.

Gigantes brigavam do outro lado do mundo;
máquinas rugiam mas sem nos ameaçar
a terra suspirava,
através dos ventos você dormia.
eu tossi, me virei
até fechar meus olhos
para as pressões do futuro.

Enquanto você dormia,
as horas mudavam
e a gravidade tornava meu amor quase abissal.
Cheia de sonhos você dormia
e seu calor bastava prá tudo estar bem.
Eu andei na ponta dos pés, banheiro cozinha copo d´água.
Meu coração batia alto,
minha mente acesa demais.

Seu rosto assumia contornos
mistérios em preto e branco
e lá fora choveu por meia hora
e eu pensei em filmes
lembranças
campeonatos
praias
lugares onde poderíamos ir
esperei que a manhã
viesse prá dissolver tudo isso.
Você teve o sonho mais estranho antes de acordar
fitou o teto com olhos vazios
voltou ao mundo e sorriu prá mim.


. . .
*



Vai, pára um pouco de sonhar e diz alguma coisa bonita a ela, é preciso fazer alguma coisa, olha quanta inquietação, as mãos se agitando, o rosto dramático, tanta angústia, ela e essa angústia pelo que não faz sentido e não pode, só você sabe o quanto ela deseja errado, chora errado, quer aquilo que não tinha nada o que existir nesse cenário de olhos brilhantes e a boca que espera que você a convença que tudo está bem, que vai dar certo, este certo que ela quer e você não, que você sente que é a coisa mais errada de todas que poderiam ser

e então você respira fundo e vai e cria um outro plano onde nada disso é importante, onde ela é a rainha com tudo o que tem de fascinante e que é tão ela e os planos que vão sim dar certo e vai ser o sucesso, e ainda vamos olhar lá no futuro e rir desse agora pequenino que era só dúvida e temor

e por quinze minutos você a traz para o sonho que é seu e agora ainda mais bonito porque compartilhado na troca de sorrisos ah tão perfeita, e seu sorriso ainda paira no ar um instante a mais, o momento ridículo em que você ainda está ali e ela novamente dentro da realidade, as coisas a fazer, quem sabe mais uma vez reconquistar as simpatias dessa coisa velha que ressurge e se esparrama pesada sobre os últimos fiapos do sorriso

e você já não quer, já não sabe dizer mais nada, na janela está escuro e que bom que o dia é feio, que suas respostas agora são feias, que você é legal mas de repente fica assim muito estranho, não sei o que acontece mas ok, prá que arrumar ainda mais confusão, né ?

Tchau, a gente se fala.


. . .
*



Depois de um punhado de dias em que o sol
é rotineiramente arremessado e depois afunda de novo,
é difícil ver sentido na pequeneza das coisas.
A vida é um pouco como essa semana;
os começos cada dia mais distantes,
a qualquer momento começam os finais.
Quinta-feira.
Sempre a sensação de borbulha quase explodindo,
de vai-ser- agora.
Momento tão desarrumado, cheio de ecos
do passado que correm e se misturam com as expectativas do futuro.
Dias inquietos como crianças no escorregador.


*
Gil Brandão - meu paredro

*


sexta-feira, julho 15, 2011

5 Vezes Alexandre Beanes

1

FLOR DE LUZ


Calma flor.
Vai com calma
Que é só saudade,
Esta dói
Mas, não mata não.
Sonha amor.
Sonha com a dor
De sorrir sem vontade,
Que um dia
Já sofri igual.
Mata flor.
Féri com punhal
E marca,
Finge, pois doçura pouca
É desgraça,
E ama como amo na vida
Somente a ti.


2

Fugi das matas e portos...
Encontrei tesão, mulheres e liberdade.
Quem encontrar o amor, mate-o...
Escarneça-o...
E corra... Corra muito...
Ou morra por ele.


3

"...Eu faço samba e amor até mais tarde
e tenho muito sono de manhã..."


É um homem da madrugada.
Cria versos, sambas
E frases de efeito.

Bebe cerveja e tequila.
Uma para esfriar a cabeça
Outra para apimentar as paixões.

Ao raiar do dia
Transforma sussurros
Em doces melodias.


4

Vai amor.
Diz que meus defeitos
São muitos
Que minhas canções
Não te comovem
E a tí nada dizem direito.

Vai amor.
Diz que tenho cheiro de cachaça
Que minhas piadas
Não têem graça
E que quer alguém
Com sonhos mais estreitos.

Vai amor.
Diz que à noite
Sou o que te segura
Que sem mim
O amor não tem cura
E que a minha poesia te acalma o peito.

(Desculpa do amor perfeito).

5

Sou como a noite.
Com o sol descanso,
Faço dormir estrelas
E namoro - de forma quente - a lua.

(São Jorge que feche os olhos).

quinta-feira, julho 14, 2011

cinco pedaços da Elaine Lemos

Presente

Fui ter com o futuro debaixo de uma lona.
Enquanto uma boca vermelha e uns dentes
dourados proferiam previsões que eu não ouvia,
sentia um cheiro de chocolate,
um cacau de ar, despertador desta saudade.
Saí derrubando cadeira numa pressa.
Caloteei o que não viria.
Um caminho muito conhecido passa
por mim rapidinho de trás para frente.
Continuo correndo, o peito chiando vontades,
tentando alcançar meu hoje, embora eu saiba
que já fizeste as malas.


Loquacidade

Invento palavras nas lacunas das conversas.
Abismo meus mistérios.
Compreendam meus silêncios.


Safra

No jardim das fadas boas
há sempre um nariz carregando verruga
chovendo tristeza nas sementes.

Em um outono azul, colhem-se os frutos.


Ester

As irmãzinhas
a vigiam das alturas.
Tremeluzem
vozes dizendo que a amam.
Piscam piscam
anos-luz de saudades.
Caída e solitária,
contempla a noite clara.
As irmãzinhas
lhe brilham as lágrimas.


Quase 70 musicais

sempre que tocaste a minha gaita
com teus dedos ditos inocentes
e em ela puseste a boca incauta

sempre que quiseste que tua flauta
gemesse doce nas minhas mãos
cantasse o canto da minha língua

jorramos juntos as notas mais lindas
num ostinato, quase setenta vezes
soamos, suados, nosso uníssono gozo

quarta-feira, julho 13, 2011

Marina Rabelo

~ 5 anos do B7C: 5 poemas ~


vi uma antiga história de amor
atravessar a rua

eu continuei meu caminho
de pedras e beijos adormecidos




jam session

deixo o som
do teu soul
me tocar
jazzliricamente

sôo azul
como um blues




revolto

preciso do caos
da desordem dos sentimentos
de um soco no estômago
seguido de um beijo
um lamber de feridas
para amaciar a dor
preciso da confusão
de ser o que for




etéreo

cobri-me de rosas
colibri-me




Não limpe os pés antes de entrar

eu vi num blog por aí:
"seja bem-vindo, mas limpe os pés antes de entrar"...


Não limpe os pés antes de entrar

Entre com a lama, a grama, a poeira
e a areia do mar.

Entre com o barulho das ruas, do samba
e dos versos do poeta de mesa de bar.

Entre com o cheiro do asfalto, do ônibus lotado
e do pastel de carne com suco de maracujá.

A porta está aberta,
pode entrar:Eu quero minha alma suja
e feliz.


Marina Rabelo - Versos deLírios


{Obrigada a todos! Encerro aqui minha participação.}


da Lubi Prates

E, o fim.

fui-me antes que o início tecesse a si mesmo
você disse e
eu calei que não sabia mudar meu não-estar

e o início já era o fim
como mares
que minhas lágrimas não pingam

os olhos secos
pela poeira do encanto
que liberta-se
do que invadiu
num instante
num piscar de olhos
dos moços anônimos
do tempo
dos seus
que eram meus
e que já não são

e já não são a mesma nota nossas vozes
e não são uma nossas carnes
nossas almas
agora
faltando metade
que é você
e
não sou eu

meu coração
canta adeus porque acabou
eu continuo
e verão
quem não sei e quem não sou
o que
se dá de

mim

inabitada

meu coração
conta a deus que acabou
sem crer
e continua pulsando intenso
enquanto
tento
trans[cre]ver
o fim

o fim imposto
que verso
sem querer
renegando cada linha
que se faz nó na minha mão

sejamos nós atados com a vida que ainda resta
sejamos razoáveis, ao menos

e deixa

a solidão
talvez
já me acostumou
já se acostumou com meu ser só
estado

independência

mas você ainda vai sentar
e esperar o amor que virá
e que não fui eu

meu coração despede-se
despedaça-se
sem sangrar:

adeus amor
meu

*

Para Raimundo Neto

e do que era antes
(apenas
caminhar pela casa
descalça
sacudindo os cabelos)
agora
o nunca
minha voz
rompendo teu silêncio
as palavras
como um rasgo na garganta.

- me salva.

mas, do quê, Lubi?

- da loucura.


*

Ela mesma, a Poesia

é despertar e enxergar além de o ou a
visão audição olfato tato paladar.
entregar-se para o sentir e perceber.
a Poesia é aprofundar-se
e procurar em si palavras
e substitui-las substitui-las substitui-las
perdê-las e insistir em
re e construir até que
perfeitamente.
e cuspir sem silêncio o que
a Poesia.
cuspir sem silêncio
e não implorar ouvintes
mas quando
seduzir e penetrar e abusar
porque a Poesia é
acariciar todo o sofrimento em
não esquecer a obrigação de
unir-versos.

*

Janeiro, 25.

era dia de
amargar com seu cigarro
com o gosto de na sua boca
nada daquele gosto menta
infância pureza e ou castidade
que freia defende
das pastilhas baratas
vendidas pelos garotos no semáforo
Paulista X Augusta
quando não limpam para
brisas ou pedem.
no nosso meio-beijo despedida
o não saber se voltará ou esse verbo
esse mesmo verbo
na primeira pessoa do plural do futuro indicativo.

era dia de
desvendar sem mapas
nossos caminhos espalhados pelo corpo
em todos os anos até agora e aqui
nas inúmeras tatuagens
se fosse calor de quase nudez e suores
os trinta graus e mais
meu olhar bem perto
a pele os poros e pêlos
com calma típica interior
que é meu avesso e não deixa de
enquanto citássemos dizendo billy corgan
suffer my desire for you - suffer my desire
ou qualquer verso que fosse
intensidade a nossa.

e era dia de
a noite cair alaranjando
os olhos da cidade adormecendo lentos
entre os barulhos de poetas ama-dores
na mesa com cervejas e
as buzinas alardeando por outros
nosso admitir não querer e ser detalhes
nos meus gestos significando sempre
sempre um demais mesmo quando estátua
e enquanto caminhássemos apressados para
o salto o nosso e estilhaçar-se
na realidade absurda
tentar prender as últimas ilusões
linha frágil entre os trilhos e a plataforma do
consolação, tentar mas não.

*

Sobre mar de carne e osso

ele contorna meu corpo com o seu
por instantes é mar:
água e sal
- não só os olhos desse azul
                que acinzenta-se quando tempestades
atrás de lentes escuras.
vertigem e me entrego
- sei a impossibilidade
de avessar naturezas conturbadas:
não há margem ou poro desafetado
                                pela penetração
perturbação de língua respiração e pêlos
ávidos por afogar sentimentos
                                barriga dentro e fora
então acredito em qualquer gota antes
como prenúncio de essa inundação
porque toda água nasce e vibra
                                invasão apenas
para após refluxo, a distância.

terça-feira, julho 12, 2011

Cinco poemas da cabeça insana de Sandra

ENQUANTO FALO

Enquanto a mão explora
A pele exposta
E contorna a forma firme
Que se mostra...
Enquanto a língua se enrola
Nos pelos e faz o desenho da trilha
Que vai do umbigo à virilha
E é percorrida pelos dedos
Enquanto os lábios se molham
Na saliva que engulo
E misturo com o sêmen
Que me jorra por dentro
... Você lateja e me beija,
completo e saciado
enquanto na boca guardo
(ainda ereto)
o gosto do falo


BRAILE

Tenho em relevo, na pele,
Os sinais e apelos
À espera das tuas digitais
Para lê-los

DIAGNÓSTICO

Meu músculo sem juízo
deixa-me este aviso:
“via coronária em reforma!”
Nada mais me informa
(Desconfio que esteja apaixonado!)


ELE LÍRICO (OU POEMA MACHO)

Nem tire sua roupa,
menina!
se o que você quer
é fazer amor...
Não me venha dizer
que só quer transar...
que eu tenho horror!
Ouça bem, garota,
caia na real:
essa coisa de acasalar
só rola no mundo animal
Todo esse papo aí...
tá fora de moda
sexo comigo
é foda.

DUETO

(para Múcio Góes)

Sem estilo
Sempre repito
O desgastado
Estribilho
Enquanto você
Num estalo
Faz um poema
ducaralho

segunda-feira, julho 11, 2011

5 czarices

continuando os festejos desses 5 anos do B7c!
1.

E de repente os dias ficaram cheios de um contentamento que mora por baixo de todas as coisas, nas próprias entranhas da existência. Não aquela felicidade quase dolorosa , na qual o peito se expande e quase quebra a caixa torácica de dentro para fora que eu tenho às vezes. Apenas um contentamento de morder um pêssego e ver o suco doce e cristalino escorrendo entre os dedos de tão pleno. Como tudo mergulhado em mel, não por açúcar nenhum, mas pela luz amarela dourada que chega morna e bonita, passada por esferas de âmbar, mas que, não, deixa-se cair direto desse azul mais alto. Um filme pausado um segundo antes da flor eclodir e um segundo antes de começar uma música que talvez você fosse gostar. Um céu mais alto. Porque às vezes eu me esqueço que eu preciso de tão tão pouco pra ser ventura assim.

E como diria o regi: e agora vamos viver, porque viver é et cetera.

2.INCERTO

e que vidente irá abrir as entranhas de um peixe e ler, não o futuro, mas suas próprias vísceras?

e que astrólogo olhará para cima e enxergará, não deuses e feras, mas a perfeita cúpula azul que o guarda?

e que relojoeiro quebrará o relógio para consertar o próprio tempo?

e que cigana pisoteará os vidros de suas poções, sangrando os pés e se apaixonando pelo chão onde pisa?

e que cartomante virará as cartas cruelmente, sabendo que a sorte se decifra apenas nas costas de seu baralho?

e que quiromante, me vendo as linhas da palma, enxergará o fio rompido que era a criança que eu levava e que um dia,

no meio da praça,

soltou minha mão

3. O QUE JACK NÃO DISSE

seria tão mais fácil
ser uma mão , um braço
(ou a vesícula, o baço…
até mesmo um joelho!)
que qualquer aparelho
entende sem embaraço.
Mas se olho no espelho,
sentido não faço
sou um ser inteiro.
Invejo os pedaços.

4. ESTRELAS DECADENTES

as pessoas perseguem sonhos
como crianças correm atrás de bolhas de sabão
porque é divertido
não me importo se alcanço ou não

as pessoas perseguem sonhos
como um cão atrás de um carro
não por que o quero realmente
só estou tirando um sarro

as pessoas perseguem sonhos
como um cão acompanha o dono
porque estes sonhos, quando alcanço
me ninam em noites sem sono

as pessoas perseguem sonhos
como um gato persegue um rato.
porque quando eu alcanço um sonho
eu mato.

5. DARKSIDE

todo escritor
tem pensamentos obscuros
a massa cinzenta é preta
de nanquim
daí pros pensamentos
passarem pro papel
é simples
assim