domingo, janeiro 23, 2011

Abre portas,
Pernas e comportas
Para o rio de desejo
Que te molha
A roupa
Que te lava
A alma.

Anda!
Deixa no solo
A sua marca.
Faz crescer verdes plantas,
Folhas, falo.
Deixa a palavra
Para o silêncio
Dos meus ais
No teu ventre,
Vento que calo.

Ergue-te sombra,
Sobra, solta,
Meu gemido
No carmim
Da sua boca,
Essa rouca expressão do certo,
Do caminho reto
Entre o sim e a cama.

Ama esse tremer
Do solo discreto,
Esse doidivanas
(De pensamento, ladrão).

Anda.
Abre portas,
Pernas e comportas
Para o dengo
Digno clarão
Que te rubra a face,
Força, fenda
Ao despir seu sim
Fantasiado de não.

2 comentários:

Sandra Regina disse...

Que delícia começar o domingo com esses versos! Desejo latente, iminente, urgente... quente! Imperativamente sedutor! bjos

Karine Rodrigues disse...

Conterrâneo, você é realmente de arrepiar. Sou sua fã!