quarta-feira, maio 11, 2011

Quando nós namorávamos, brigava muito com meu mau humor porque minha definição de "sua felicidade" é saber que você deveria sempre sorrir comigo. Portanto, era comum você me ver com uma antologia debaixo do braço, ou um caderno em frangalhos pela constante manipulação, mas com versos e mais versos com seu nome e seu perfume.

Quando nós namorávamos, havia um consenso de que se divertir era melhor que discutir. Por mais que não houvesse nada a fazer, só de ficar deitado com a barriga para cima já era um divertimento. Mas, mesmo quando entrávamos em alguma discussão, éramos democráticos. É impossível não haver algo que não incomode, seja uma atitude ou uma mania, mas sabíamos admitir erros e consertá-los. E até mesmo respeitá-los, afinal, sabemos o quanto a individualidade é importante.

Quando nós namorávamos, não éramos somente namorados, mas camaradas. Claro que podíamos contar um com o outro. Numa situação mais difícil (aqueles fins de semana sem grana para sair) ou quando nem sabíamos por onde começar de tantas coisas a fazer, nós preferíamos estar juntos. Nossa obviedade de vida era estar juntos quando havia sol e chuva, porque, ora!, trabalhamos tanto e mal nos falávamos! Não era justo que qualquer bobagem impedisse-nos de ter um fim de semana. E, mesmo com as brechas durante a semana, só queríamos aproveitar.

Quando nós namorávamos, éramos muito carinhosos. Você sempre dizia que meu ponto forte era minha gentileza e eu adorava dizer como você iluminava todos os lugares onde aparecia. Acho que foi esse respeito mútuo e essa admiração que nos fez ser tão colados um no outro. Lembro-me da cara que você fez quando eu abri a porta do carro para você entrar. "Nunca me fizeram isso", você disse. E éramos tão interessantes um para o outro que conseguíamos conversar por horas a fio sem dar um beijo na boca sequer. Esquecíamos disso! Era tanto assunto que virávamos a madrugada...

No entanto, a única parte que é mentira nesta história toda é que nós ainda não namoramos. Mas eu quero que você seja minha namorada para que tudo isso aconteça. Agora você já sabe como eu te vejo e como eu espero que você me veja. Não sou adepto da predestinação, mas não posso me furtar a reconhecer que nós nascemos para ficar juntos. No sol, na chuva, no silêncio ou onde quer que estejamos.

Um comentário:

Ayone disse...

Lindo!!