mais sozinha do que nunca
nesta cadeira
cujo número não bate com meu bilhete,
usando as roupas de outra pessoa
tenho medo de acordar um dia
e nada do que é meu me servir mais
(ou tudo que é meu jamais ter servido - como as gordas com as banhas a escapar pelo topo das calças)
ainda que sem examinar 6 bilhões um a um
a humanidade me parece unânime
ao menos nessa fome eterna
de forma que
a grande interrogação universal já não pergunta
porque o céu é azul?
porque estamos aqui?
porque nada de bom passa na TV aos domingos?
e sim
pode a felicidade nos fazer
felizes?
Nenhum comentário:
Postar um comentário