Antes que o sol se esconda de inveja
da luz que você dispara à sua volta
eu, que te desejo de volta,
mesmo sem ainda não ter te tido
fico aqui só contando
por quantos quilômetros viajariam
meus dedos passando por seus cabelos
Eu voarei por muitas palavras
singelas como aquele seu sorriso de outono
enquanto morde o canto do lábio a pensar
Mas eu, que ando tanto a divagar
esperando que um dia você apareça
para pagar às águas soteropolitanas
aquela promessa de nós dois
completamente esquecidos de tudo
deixando-as lavarem nossos pés
Até o dia em que você, insistente,
começar a caminhar pelas páginas dos meus cadernos
e perceber, soluçando de assombro
como eu sei desenhar sua boca tão perfeitamente
e como você se multiplica em flores amarelas
aquelas que estão nos campos
Seu nome tem a música das asas das borboletas
(Luiz Guilherme Amaral)
Um comentário:
de fazer ouvir o som das asas
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