métrica

Hoje

eu queria

a tua rima

mais óbvia

dentro do verso

que vai abandonar

meu silêncio.

Enrolación de monday morning
o chefe não está
e a vontade ainda não bateu o ponto
e como não se pode
ir embora de bate-pronto
fica-se às cegas pela web
tateando através de quilos e quilos de bytes
procurando algum passatempo light
conduzindo pela mão o mouse.
Tem dias em que eu trabalho
em uma lan house.

Para os fra(n)cos*

minha  fraqueza

sou franco

minha franqueza

exposta

porque

imposta

com   franqueza

sou  fraco

como   fraqueza

Desejo

...e então o Verbo fez-se carne
na suave trepidação do olho da câmera.

trago o cheiro de terra sob as unhas
e a sede na garganta

amanhã nascerá do cacto
a flor

astrolábios

espelho
onde me espalho
vário,

teu
sorriso
meu

planetário.

olho nu

corto e recorto
personagens eu colo
um pós o outro
nessa realidade
absurda e convencida
que me olha nos olhos
todos os dias
conteúdo inválido
senhas erradas
pistas, rotas, trovões
e tudo
mero deja vu
e sigo
desenhando sol no papel
vejo fitas ao dormir.

Jardim*

Se f(l)ores
cultivadas
em terreno fértil
se mentes,
elas viram
pragas!

Apenas num Jardim
tão especial
tudo floresce!
E de seus versos
ninguém esquece!

(* Perdão, amigo, pela simplicidade dos versos... FELIZ ANIVERSÁRIO para a ex-cabeça mais "florida"!!!!
Não resisti à feliz coincdência!!! É hoje!!..rs...)

novela

os fios do tapete se entrelaçam
cegos
não sabem onde vão, por onde cruzam
por desenhos complicados
se complicam,
se entretecem, se entristecem
bordeiam uma flor e desviam
bordam uma margem e se desfiam
se dividem em mil fiapos geómetricos e bem-finalizados
cada feixe em seu nó
inssolúvel

Machu Picchu

vento sopra
ameniza o calor
do sol na pele
quente

sinto bater na face
algo mais
não essa brisa
tão somente

por um momento
(o corpo sente)
a mente
se desprende

e voa
no encalço da alma
agora ungida
de paz

Alívio

Não espere por meu perdão.
Ou por minha preocupação.
Minha matéria é o presente.
E você não faz mais parte,
não é mais
in
felizmente.

Não espere por meu ódio
ou pelo meu desprezo.
Pra ambos, é necessário um tiquinho de desejo.

Não espere poesias, canções ou cartas de amor.
Muito menos por minhas pegadas
por onde você for.
Não pense em uma possível reconcilição
nem pense que existe explicação.

O tempo passou, acredite...
e quase começo a acreditar
que esse tal de Deus existe!









*
Dia 02 de maio, na Livraria Martins Fontes, na Av. Paulista - São Paulo:
Do Blog me Livro
Lançamento dos livros de Leandro Jardim, Moacir Caetano, Múcio Góes, Octávio Roggiero e Sandra Souza (aqui em ordem alfabética).
Das 15 às 18:30, esperamos todos que puderem passar por lá e prestigiar.
Obrigado!
*

dentro de mim
minas
todos os meus esconderijos
e um desejo de ser garimpada

peace to face

é como
se ali
tudo se alasse
e o silêncio
tudo gritasse
e tudo
que é flor
se beijasse
e tudo
que é dor
se passasse
ao
toque
da minha
na tua

face

vem aí Grãos ao alto!, o meu 2º livro de poesia, pela Editora mineira/maneira A Árvore dos Poemas. estaremos em Beagá e Sampa, entre 25/4 e 2/5, junto a grandes poetamigos para os devidos lançamentos. a quem interessar, desde já faça o seu pedido no muciogoes@uol.com.br . as entregas iniciarão em 5/5. muito grato, aquele abraço!

verde verso rima

quando início
fui esboço
eu nunca
eunuco
varal disperso
nu, vulnerável
emaranhado de nada
um sopro.
fui vento e chuva seca.
vesti-me de agreste
sertão.
vieste
nua semente crua
germinaste
em áridas veias
invadiste
verde verso rima
vês
corres dentre veias
espalhado feito ar
intrínseco
és.
aqui
não mais
sem ti.
és parte, inteiro
sem intermédio
conectos
em ti eu soul

inconstância

vez por outra
ele vem:
mira minha roupa
(me prefere sem)
vez por outra
ele me encontra
eu sempre pronta
(ele só: alguém)
vez por outra
ele beija minha boca
como ninguém
e me faz bem
... vez por outra...

se demora

como gato que brinca com rato
antes de chegar
às vias de fato.

Sábias palavras*

Talvez
o silêncio dessas pessoas
tenha razão:

O insensato
aqui
sou eu

Páscoa

Lindo teu amor
embrulhado em reluzente papel.
Casquinha de chocolate
sabor céu.
Dentro, pequenos bombons,
pedacinhos do paraíso.
Devorei tudo, entre sonhos e sorrisos.

E acabou.

Na segunda, o papel brilhante
seguiu o vento e voou.

almanaque

do
bom entendedor
diz-se
que captou
o espírito da coisa.

faz
bem melhor,
eu acredito,
aquele que capta
a coisa

do espírito.

carnavaliz[arte]

deixa-me chegar perto
feito vento, feito verso
e fotografar-te com os olhos
contar teus cílios
ver-me em tua íris.
deixa-me ser parte
ser objeto
ser escasso e ser excesso
transbordar dentro.
quero bagunçar o teu coreto
e gritar-te em praça pública.
quero ter-te à mesa
e comer-te quente
servir-te
em palco aberto
único paladar
à moda e à parte
deixa-me carnavaliz[arte]

cio

Cometo excessos
Excedo,
Extrapolo.
Exalo:
Desejos...
pelos...
poros...

Vãos Ventos*

ventos
entram
pelo vão
da porta
espalhando
meus poemas
vãos
pelo
chão
ventos
chegam
ventos
passam
ventos
vão
não param
não
vão
levando
tudo
que
não
esteja
bem
preso
ao
chão
leva
tudo
por aí
sem
destino
e sem
razão
em
vão

Flor e Concreto

Em meus interstícios
há lugares bastantes
pras suas raízes
insinuantes.

Entre meu cimento
e tuas cores
florescem forças,
urgem ardores.

Com meus braços cinzas
e minha força (quase) bruta
resisto à luta

e me deixo imergir
pelo que já foi
e o que há de vir.

dentro do abraço
o céu
o fechar dos olhos
e um redemoinho de sensações

interesse

quando
olho uma palavra

esqueço
os meus senões

nunca
olho uma palavra

sem
segundas intenções

palavra
palavra amiga

dona
de mentiras e verdades

jamais
se aproxime de mim

desprovida
de possibilidades

ciclo vicioso

[...]

vem tangencia-me aqui
neste quarto redondo
ondes as idéias circulam
dentro de mim
e vem depressa
porque temo que estou
embarcando nessa
numa nua rotatória
de idéias nada aleatórias.

[...]