Folhas às vezes são folhas.
Estrelas apenas estrelas.
E sabão em bolhas... sabão em bolhas.
Em certo dias não nos cabem metáforas.
Ou mistificações. Ou simbolismos.
Há dias em que a vida é ela mesma,
sem malabarismos, sem signos.
Nesses dias, os olhos são apenas olhos,
e não janelas da alma.
O sono apenas sonho, e não
um mar ondeante de calma.
E o sexo é o sexo, simplesmente
e não o amor em estado emergente.
E talvez pelo fato de nesses dias
o mundo se mostar aos nossos olhos
com sua luz natural, sem alegorias,
sem zonas de luz e nada de mais,
talvez por isso essa paz...
Essa não-obrigação de ser poeta
(só por hoje, só por enquanto)
e me distrair com cada detalhe
que se esconde em cada canto.
A beleza das arestas.
Das formas agudas e cortantes.
Das palavras sem sua carga significante.
Às vezes faz bem um dia de realidade alienante.
3 comentários:
Gostei.
Beijo grande
Simplesmente lindo, Moa!! Simples assim.. como vc... Bjo
É,tudo depende da nossa lente...
Às vezes, elas embaçam.
Me lembrou uma frase da Adélia Prado:
"às vezes, olho uma pedra e o que vejo é uma pedra mesmo."
Abraço!
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