terça-feira, junho 29, 2010

na torcida

Seja no amor
ou no futebol
(na cama
ou na grama)
A gente gosta de fazer
GOL!!!
...Enquanto o drible
Não sabe onde
encontrar sua esfera
O pé se inibe
numa jogada
Improvisada
E num lance
De felicidade
O melhor resultado
É o empate

segunda-feira, junho 28, 2010

verde novo

eu quero sair deste empate
nem que isso me mate
no peito
meu coração é esfera
que eu ajeito no pé
e até deito na grama
uma cama pro sonho de toda essa gente
que grita, que vibra, que sente
cada gol, cada vitória ou derrota
a gente dribla a rotina até não ter
mais volta.

domingo, junho 27, 2010

segue o jogo

a gente
mete o pé
leva drible
come grama
nessa porra
dessa vida

mas
segue o jogo

rola a esfera
busca o
gol

(não adianta
reclamar:

segue o jogo)



Em ritmo de Copa do Mundo, as Cabeças entram em campo para mais uma Semana Divertida!
Escritos que nos remetem a essa paixão tão descabida - como talvez sejam todas as paixões - nossa, que é o futebol! Paixão essa que se aguça mais em tempo de Copa do Mundo!
Toda malícia, todo ludismo, toda poesia que há presente nessa grande festa nos servirá de inspiração nessa Semana Divertida!

E comeeeeeeeeeeeeeeeeeça o jogo!!!

sábado, junho 26, 2010

Fabuloso

Ele veio primeiro.
Eu, na entrada da área.
Algo me dominou por inteiro.

Com um movimento simples, mas bem executado,
projetei a bola por sobre a cabeça do coitado.
Suavemente, ela quicou no gramado.

Após um leve movimento ascendente,
ela se ofereceu, como um presente.

Enquanto, num átimo de segundo,
pensava eu no que fazer em seguida,
veio o outro, com um rosto assustado
e uma pressa quase que suicida.

Quase que sem pensar, fiz aquilo novamente.
Dessa vez, num movimento mais abrangente
(já que a bola se encontrava no alto)
desloquei-me de modo imponderável
até o encontro com o inevitável.

Na minha cabeça, se desenhou o que seria feito:
mataria a bola no peito.
Mas, de alguma estranha maneira,
ela se deslocou um pouco à direita,
como a fugir do meu perfeito projeto.
Com medo do fracasso completo,
estiquei um pouquinho meu braço
e a interceptei no espaço.

Após meu subterfúgio ela alçou voo,
e rapidamente se posicionou
à minha completa disposição.
Não pensei com a cabeça, mas com o coração.
E com o coração, e não só com a chuteira,
fiz vibrar uma nação inteira.

Não é que eu queira me fazer de gostoso,
mas é exatamente por essas e outras
que me chamam O Fabuloso!

quinta-feira, junho 24, 2010


Tão longe de lugar nenhum.

Finalmente um destino para meus dias, e eu vou chegar lá.
Escolher as perguntas há de ser a verdadeira liberdade.
Escolher a escôlha, na presença de todas as minhas batalhas.
E quando eu estiver lá, a dor vai ser minha e espero saber afinal.
Abrir uma garrafa e brindar a você; esperança e impossível.
Não há ninguém me esperando, é assim que tem de ser.
Tão longe de lugar algum.
Um sonho antigo, e o vento nas casuarinas.


terça-feira, junho 22, 2010

Terças bacanas, cabeças insanas

Respeitável público!!!

Se você acha que já leu tudo neste blog...

você se engana!

somos cabeças imprevisíveis...

em constante agito!

E... para quem nos ama

apresentamos as

TERÇAS INSANAS!
A cada terça-feira uma cabeça diferente se mostra: Aline, Elaine, Múcio e Sandra são as cabeças das terças!!


Poema de estreia


Essas cabeças profanas,
inspiradas nas rimas paulistanas
enlaçadas à poesia pernambucana,
fixada na cabeça-capital, urbana,
inauguram a forma mais sacana
de blogar...
Vamos improvisar...

segunda-feira, junho 21, 2010

mora o dia

o conforto do lar
as janelas abertas
e os cães enrolados em rosquinhas
nos pés da cama
cobertores em mil-folhas
campainhas retinindo
doce casa
onde até o os tapetes que guardam as portas
fazem você se sentir bem-vindo

domingo, junho 20, 2010

*

novamente
se repete

se repete
até perder a força

até os temporais
virarem
brisa

sábado, junho 19, 2010

josé

Talvez não estejas morto...

Acostumado que estás a driblar a realidade,
mestre que és em subverter o real.
Talvez a morte não te seja
algo assim tão mortal.

Talvez não tenhas ido embora...

Talvez, como em um de teus livros,
um leve toque de sobrenatural
sobrepuje o que é normal.

Penso que passeias ainda entre páginas etéreas,
rindo com um irônico esgar
de Deus e de suas coisas tão sérias...

como sempre foi tua matéria.


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O álbum que homenageei era o "OK Computer", do Radiohead.
Como eu havia dito, a obra-prima de Thom Yorke, no auge de
sua genialidade. Perturbador e desconcertante, sublime e belo.

sexta-feira, junho 18, 2010

andança

quando você disse

reparar e detalhou
perfeitamente
o meu andar:

pernas esticadas &
mãos na cintura
o corpo branco,

o som dos passos
ecoando pelo nosso quarto até
o meu parar a centímetros do seu rosto

eu só escutei o seu
amor.

***

Minha música era 'Like a rolling stone', do Bob Dylan. :)

terça-feira, junho 15, 2010

I

Cala-se o grilo solitário
por falta de assunto.
A madrugada nem sempre faz barulho.
O brejo está distante;
os sapos, não se ouvem de aqui.
Passos no asfalto,
somente os das sombras notívagas;
os bêbados dormem sem roncar.
Hoje até o vento colabora com o silêncio
descobrindo o céu num sopro manso.

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A minha música era Pétala do Djavan. Também achei que ia ser fácil...

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http://duaspartes.blogspot.com

segunda-feira, junho 14, 2010

calma.

Planos para quê,

São pouco mais que papel machê

Esses trilhos não existem e

O mundo inteiro não cabe

no espaço interno de um crânio humano

Então faça seus planos

Use jornais coloridos por ludo, passatempo ou diversão

A realidade não sabe

Seguir a linha reta que você traçou no chão


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aproveitando: gostaram da semana Poesia & música?

a resposta do meu post era Elephant Gun, do Beirut.

sério que eu achei que alguém ia adivinhar (pelo menos a alhi!). Bom, pus a música aí embaixo. enjoy!


sábado, junho 12, 2010

Sorte

Aqui estou eu novamente,
pronto pra salvar o universo.
Pronto pra salvar seu mundo.
Pronto pra salvar suas crianças e seus versos.

Completamente humilhado
por ter sido outra vez salvo
por seu equipamento humano e prosaico.

Apesar da força dos meus poderes
e da dureza de caráter
própria a qualquer andróide
tornei-me, entre vocês,
um pouco sentimentalóide.
Medo de ser quem sei que não sou,
medo de não ser quem penso que sou...
Medo de que a solidão não seja escolha,
mas apenas o lugar onde estou.

Já tive outrora um antigo amor
mas sufoquei-a sob o doce peso
das minhas convicções.
Entre planos de fuga e decepções.

Outra vez sozinho
e desapontado.
Outra vez entediado, esquecido, enganado.

Mas hoje, mais uma vez,
enganei o destino e escapei da morte.
Quem sabe não seja meu glorioso dia de sorte?

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Esse poema não é sobre uma música, mas sobre um álbum. Um clássico moderno, uma das obras-primas de uma das mentes mais perturbadas e geniais do nosso tempo. Definitivamente, meu álbum preferido.
E obrigado a todos pela Semana Música e Poesia!

quinta-feira, junho 10, 2010





Vinho da colônia e vacas holandesas. A cidadezinha no fundo do vale, longe
de tudo. Foi como um sonho, as semanas que passei no campo. Aquela
menina tão perfeita, um tipo de amor que eu nunca tinha imaginado. Toda
tarde eu sentava no banco da praça e conversava com ela até escurecer.
Devagarzinho ela ia mudando a minha vida. Eu contava das coisas da cidade
e seus olhos brilhavam, ela sorria tão feliz. E como eu falava, que bobo
que fui. Montando com minhas palavras um castelo de ilusões. Longas
avenidas e prédios brilhantes, um mundo de néon colorido. Quando me dei
conta era tarde demais. Eu a perdi, ela já estava encantada. Pelos
letreiros, as vitrines. Eu tentei voltar, tentei explicar. Avisei que a
cidade é um vão. Era algo que pertencia somente a mim, e se foi por causa
da minha vaidade. Estúpido. Onde estará ela agora?



quarta-feira, junho 09, 2010

Valerá a pena

Vale
valerá a pena
a pontada no peito
refeito em parcos conselhos
repleto de astúcias e dedos
imerso em secretos segredos
num bem-amar
bem ferido e bem feio
e o que será? não será
pois bem-feito
sim, cantará
seus tropeços
suas juras
com juros
seus anseios
seus caprichos
seus meios
e-mails
e medos
a trovejar
sob um céu de arpejos
declarará
que o amor marcou
mas não veio
e findará
ou virá
já refeito
a vivenciar

lençóis e travesseiros

mentiras, ironias

bemóis em melodias

meros, singelos
sonhos de padaria

terça-feira, junho 08, 2010

Pontas de estrelas

Tenho gotas de ouro no céu,
minha fortuna.
Acordei.
Minhas flores estelares
chovem-me suavemente as pontas.

Minha vida agora
é querer-te e querer-te
faz-me viver.

Meu amor é esse amor,
o amor.
Derrama e fascina.
Entrou-me e me basta.

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segunda-feira, junho 07, 2010

far from home

Minha orquestra é de ninar
Me embala com sopros
Enterra meus sonhos em serpentina
Minha juventude em rodas gigantes
E doce
Faz produzir endorfina
Suficiente para adormecer elefantes.

domingo, junho 06, 2010

Baby

Nessas manhãs frias

Onde tudo arde dentro de mim,

A vontade do sentir prevalece.

É um querer absurdo que cega

Que chega, não basta e

Meus sentidos

Em nada transforma.

Meus pudores...

Preciso saber de ti.

Além da sede,

És fome.

És febre.

Tudo é precisar.

Querer sem fim...

Nem canção do Roberto,

Talvez um trecho do Borges,

Não está em livros.

Minha necessidade não está escrita.

Choro-te todos os dias.

.

.

Baby, eu te amo.

Semana Música e Poesia

Poesia e música são irmãs quase gêmeas.
Vivem letra e ritmo, matematica e sentimento.
é para celebrar essa relação que surgiu a SEMANA MÚSICA E POESIA.
Funciona assim: cada cabeça vai escrever um poema que remeta a uma de suas canções favoritas.
e os digníssimos leitores também tem uma missão.

Como diria o mestre Sílvio Santos...


QUAL É A MÚSICA?

sábado, junho 05, 2010

Herança

Sempre querem o melhor de mim...
Mas o melhor
é que eu seja assim!

Sempre querem o primeiro pedaço,
a cereja do bolo,
o meu supra-sumo.
Enquanto esqueço de todos
e sigo meu rumo.

E o que é mais engraçado:
sempre o que lhes fascina
é o que lhes parece errado.

Então essa estranha dança:
pra que me amem, tenho que
roubar-lhes a esperança.

sexta-feira, junho 04, 2010

duas

de repente, poder penetrar seu corpo
até não saber se sou eu
ou se sou você.

que estranho amor
não ser invadida, invadir.

quinta-feira, junho 03, 2010

Esta manhã eu olhei no espelho e não consegui me enxergar.
O que vi, não fazia muito sentido. O fora e o dentro
se confundindo em mim, criando espaços vazios.
E toda essa gente achando que me conhece.
Tenho medo de estar me tornando um desses caras vazios.
Esta manhã eu tentei gritar, explicar a alguém.
Mas eu estava falando sozinho. Andava tão feliz
pelas minhas conquistas, mas talvez esteja fazendo tudo errado.
Esta manhã eu me dei conta de que não posso mais esperar.
Estou vivendo a minha vida por caminhos que não são os meus.
Talvez eu esteja fazendo tudo errado.

terça-feira, junho 01, 2010

As galinhas vão crescendo pelos pés;
os ovos já passando de maduros.
O gigante sonolento não rasgou ainda tudo,
ao contrário, rasgou pouco.
Pouco mais do que o que, a tinta,
fora marcado no dorso.
As garras inertes da fera temem
guardar sangue.
Pretende voar, mas seu potro tem
as asas fracas e bebe leite.

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