sábado, junho 26, 2010

Fabuloso

Ele veio primeiro.
Eu, na entrada da área.
Algo me dominou por inteiro.

Com um movimento simples, mas bem executado,
projetei a bola por sobre a cabeça do coitado.
Suavemente, ela quicou no gramado.

Após um leve movimento ascendente,
ela se ofereceu, como um presente.

Enquanto, num átimo de segundo,
pensava eu no que fazer em seguida,
veio o outro, com um rosto assustado
e uma pressa quase que suicida.

Quase que sem pensar, fiz aquilo novamente.
Dessa vez, num movimento mais abrangente
(já que a bola se encontrava no alto)
desloquei-me de modo imponderável
até o encontro com o inevitável.

Na minha cabeça, se desenhou o que seria feito:
mataria a bola no peito.
Mas, de alguma estranha maneira,
ela se deslocou um pouco à direita,
como a fugir do meu perfeito projeto.
Com medo do fracasso completo,
estiquei um pouquinho meu braço
e a interceptei no espaço.

Após meu subterfúgio ela alçou voo,
e rapidamente se posicionou
à minha completa disposição.
Não pensei com a cabeça, mas com o coração.
E com o coração, e não só com a chuteira,
fiz vibrar uma nação inteira.

Não é que eu queira me fazer de gostoso,
mas é exatamente por essas e outras
que me chamam O Fabuloso!

2 comentários:

Sandra Regina disse...

Belíssima jogada!! Muito bem armada! Só podia ser GOL!!!...rs..bj

ítalo puccini disse...

"só não entrou com bola e tudo porque teve piedade em gooool", jorge ben :)

uma descrição perfeita!

parabéns!
abraço.