sábado, julho 03, 2010

45 do segundo

O drible, em busca do gol.
É isso a vida.
Corremos no meio de campo, todo o tempo.
Chutando dali, chutando daqui.
O pé na bola, a cara na grama.
E tudo é zero a zero.

Uma vitória ali, outra aqui.
O juiz contra.
A torcida contra.
A Nike, a Rede Globo, a CBF, todo mundo contra.

E a gente continua jogando.
Fazendo falta, levando empurrão.
Uma bola na trave, um carrinho, um gol de mão.
Tentando sair do empate.
Tentando vencer o embate.
Tentando vencer as feras.
Tentanto domar a esfera.

Até que um dia não dá mais.
As pernas doem, o corpo se entrega.
A cabeça só quer descanso.
E como se jogássemos
na casa do adversário,
e empate nos parece glorioso.
Embora no fundo saibamos
que na maior parte do tempo
o jogo foi horroroso.

Mas no momento final
esquecemos todas as contusões,
todo o esforço, todas as decepções,
esquecemos a derrota completa
e carregamos em nossa memória
aquele lindo gol de bicicleta.

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Última postagem por aqui.
Dias maravilhosos, momentos gloriosos.
Obrigado a todos que em algum momento participaram.
Obrigado a todas as cabeças e a todos os leitores.
Poesia sempre!

Um comentário:

Anônimo disse...

São os gols que contam e não as faltas que se comete durante a vida.

Bjs