terça-feira, julho 06, 2010

como assim?

Não é culpa sua
Minha vida gira em torno de um objetivo pouco circular
Não sofrer
Não existe isso
Porém
Daí foi gestada a covardia
E a esquiva
Daí peneirar na polenta
As pepitas de ouro
Que eu chamarei de amigos
E demora
A menos que haja um milagre
Mas eu pouco faço de milagres que não seja desperdício
Eu risco milagres feito fósforos
( a eletricidade não é afeita a milagres, eles se apagam)
Eu bem sei
Eu sou forte e ferrenha de unhas largas
E sou mais feroz que sei quantos animais
Mas não se eu já fui atropelada
Apenas ontem
Não que alguém saiba
Porque eu não sangro
Pra fora
Mas não é culpa sua
Me dizer o que eu me digo
O que me custa 18 horas por dia
De sutil persuasão
Para não acreditar.

(assim.)

2 comentários:

paredro disse...

Vc é extraordinária, Nat. Beijo e admiração de cá do sul.

J.F. de Souza disse...

nossa... gostei da força - e também fraqueza - que esse escrito transmite. =)

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e obrigado, querida, pelas belas palavras.
mas não se preocupe. tá tudo bem. a vida tá melhor, a cabeça tá melhor.
a única coisa que me entristece é que a poesia me abandonou por esses dias.
preciso reencontrá-la.

=*