quinta-feira, agosto 26, 2010


Quando passei em frente à tua casa, amanhecia.

O céu era vermelho sangue infinito.

Você não parecia estar lá.

Tuas janelas fechadas, cortinas mistérios.

Estive todo o dia caminhando sozinho.

No parque colhi uma flor vermelha.

Não sei muito de flores.

Haviam gotas de chuva em cada pétala.

À tarde descobri estar cansado de saber e ainda assim.

Voltei a passar pela tua casa, o céu sem cores.

Dessa vez até te vi, sombra de movimento num labirinto de luz.

Madrugada, sento eu e a folha branca de papel.

E uma pétala vermelha que não entende nada.


2 comentários:

moacircaetano disse...

Uma pintura. Vívida.
Bonito.

J.F. de Souza disse...

...que tampouco entende...