minha mente sabe dar cambalhotas
saltos mortais
etceteras
e tais
minha mente é trapezista
mas já brincou de palhaço
usa pernas de pau
que eu mesmo faço
minha mente é bailarina
e é ao mesmo tempo
pierrot e arlequim
minha mente é colombina
e o triângulo
vive em mim
Minha mente, coitada
já foi um belo dia
domadora de leões
e foi devorada
até os tendões
Minha alma, enfim
é o circo inteiro
mas até hoje tem vergonha do picadeiro!
sábado, junho 30, 2007
quinta-feira, junho 28, 2007
Duas doses antes da saidêra...
Pessoas!
Como fiquei devendo o post da semana anterior, vou fazer dois trabalhos aqui:
-> o de semana passada --postar o poema do meu "convidado ilustre";
-> o desta semana, que é o poema-identidade.
Agora, coloco aqui um poema do meu convidado ilustre, Charles Baudelaire... É! Diferente das outras cabeças, coloco o poema de um estrangeiro na parada! Mas, como nem eu entendo francês --mas hei de aprender...--, vai a versäo (bem) traduzida!
EMBRIAGAI-VOS (ENIVREZ VOUS)
Há que estar ébrio, sempre. Tudo está nisto: nesta única questão. Para não sentir o horrível fardo do Tempo, que lacera vossos ombros e vos dobra para a terra, é necessário embriagar-vos sem trégua.
Com o quê? Com vinho, poesia ou virtude, ao vosso modo. Mas embriagai-vos.
Mas se porventura, nas escadas de um palácio, na verde relva de um fosso, na solidão morna do vosso quarto, vós vos acordardes, a embriaguez já pequena ou esquecida, perguntai ao vento, à vaga, à estrela, ao pássaro, ao relógio, a tudo que flui, a tudo que geme, a tudo que gira, a tudo que canta, a tudo que fala, perguntai que horas são; e o vento, a vaga, a estrela, o pássaro, o relógio, vos responderão: “É hora de vos embriagar! Para não serdes os escravos martirizados do Tempo, embriagai-vos; embriagai-vos sem cessar! Com vinho, poesia ou virtude, ao vosso modo.”
E, agora, o trabalho desta semana, de fato: o poema-identidade!
Decidi colocar aqui este aqui --com os cumprimentos ao caro amigo André Lasak:
Silêncio na Voz do Grito
Cansei de dizer aos quatro
Ventos o que quero dizer
E isso eu digo não com freqüência
Muda mas com eloqüência plena, pois
Pleonasmos placebos putarias
Porcarias saídas de qualquer
Lugar que pareça qualquer coisa
Menos vulgar que a sua ignorância
Da minha presença neste bar
Neste lugar neste qualquer
Ponto aonde eu possa te encontrar
E tentar ao menos dizer algo que
Te faça entender o que eu quero
Dizer é tudo o que eu poderia achar
Menos sutil do que simplesmente te
Agarrar pelos cabelos e respirar
Fundo e gritar até ensurdecer os
Seus pobres tímpanos que não têm
Culpa de pertencer à sua pobre
Figura humana decrépita nojenta
E insignificantemente chata que
Um dia já chamou de eu e hoje se
Autodenomina deusa onipotente
Onipresente onipresumidamente
Estúpida! Começo a gritar e
Sacudir sua cabeça para ver
Se algo começa a funcionar aí
Dentro para finalmente você
Abrir estes ouvidos calados
E simplesmente ouvir tudo o que
Tenho para dizer começando por
ESCÚCHAME PORRA!
Agora, pode fechar a conta!
Como fiquei devendo o post da semana anterior, vou fazer dois trabalhos aqui:
-> o de semana passada --postar o poema do meu "convidado ilustre";
-> o desta semana, que é o poema-identidade.
Agora, coloco aqui um poema do meu convidado ilustre, Charles Baudelaire... É! Diferente das outras cabeças, coloco o poema de um estrangeiro na parada! Mas, como nem eu entendo francês --mas hei de aprender...--, vai a versäo (bem) traduzida!
EMBRIAGAI-VOS (ENIVREZ VOUS)
Há que estar ébrio, sempre. Tudo está nisto: nesta única questão. Para não sentir o horrível fardo do Tempo, que lacera vossos ombros e vos dobra para a terra, é necessário embriagar-vos sem trégua.
Com o quê? Com vinho, poesia ou virtude, ao vosso modo. Mas embriagai-vos.
Mas se porventura, nas escadas de um palácio, na verde relva de um fosso, na solidão morna do vosso quarto, vós vos acordardes, a embriaguez já pequena ou esquecida, perguntai ao vento, à vaga, à estrela, ao pássaro, ao relógio, a tudo que flui, a tudo que geme, a tudo que gira, a tudo que canta, a tudo que fala, perguntai que horas são; e o vento, a vaga, a estrela, o pássaro, o relógio, vos responderão: “É hora de vos embriagar! Para não serdes os escravos martirizados do Tempo, embriagai-vos; embriagai-vos sem cessar! Com vinho, poesia ou virtude, ao vosso modo.”
E, agora, o trabalho desta semana, de fato: o poema-identidade!
Decidi colocar aqui este aqui --com os cumprimentos ao caro amigo André Lasak:
Silêncio na Voz do Grito
Cansei de dizer aos quatro
Ventos o que quero dizer
E isso eu digo não com freqüência
Muda mas com eloqüência plena, pois
Pleonasmos placebos putarias
Porcarias saídas de qualquer
Lugar que pareça qualquer coisa
Menos vulgar que a sua ignorância
Da minha presença neste bar
Neste lugar neste qualquer
Ponto aonde eu possa te encontrar
E tentar ao menos dizer algo que
Te faça entender o que eu quero
Dizer é tudo o que eu poderia achar
Menos sutil do que simplesmente te
Agarrar pelos cabelos e respirar
Fundo e gritar até ensurdecer os
Seus pobres tímpanos que não têm
Culpa de pertencer à sua pobre
Figura humana decrépita nojenta
E insignificantemente chata que
Um dia já chamou de eu e hoje se
Autodenomina deusa onipotente
Onipresente onipresumidamente
Estúpida! Começo a gritar e
Sacudir sua cabeça para ver
Se algo começa a funcionar aí
Dentro para finalmente você
Abrir estes ouvidos calados
E simplesmente ouvir tudo o que
Tenho para dizer começando por
ESCÚCHAME PORRA!
Agora, pode fechar a conta!
Gotas:
JF de Souza,
Mês de Aniversário
quarta-feira, junho 27, 2007
terça-feira, junho 26, 2007
insensação
incenso aceso,
meu peso, penso,
não vem de agora.
ontens de mim
carregados de tempo
voam por aí vidafora.
o que vejo quando me invejo,
não grito, murmuro.
futuro? adeus.
pertenço a outro momento,
onde invisível transfiguro.
segunda-feira, junho 25, 2007
.sinto
Sou cheia de espaços vazios
Espaços repletos de nada
O eco ensurdece.
Disseram que hoje haverá festa
Que terá luzes
E que as estrelas brilhariam.
Não enxergo mais
E nem sentirei o frio da noite.
Entorpecer é o verbo
E a poesia o néctar.
Sempre existirá beleza na dor
E feiúra no amor
Banalizaram o amor!
Bom é apreciar o nada.
Espaços repletos de nada
O eco ensurdece.
Disseram que hoje haverá festa
Que terá luzes
E que as estrelas brilhariam.
Não enxergo mais
E nem sentirei o frio da noite.
Entorpecer é o verbo
E a poesia o néctar.
Sempre existirá beleza na dor
E feiúra no amor
Banalizaram o amor!
Bom é apreciar o nada.
domingo, junho 24, 2007
Semana do poema identidade
Caríssimos, essa é a quarta e última semana de comemoração do aniversário de 1 ano do Blog de 7 Cabeças. A idéia é resgatar ou escrever um poema que a gente ache que nos define em algum aspecto. Optei por trazer pra cá o que segue:
TERRENO (E) FÉRTIL
Há como te ser?
E o que é acontecer?
Se sonhos e lembranças tanto se parecem,
fechemos os olhos,
as viagens acontecem.
Há como se entregar?
Se trago esse ar como cigarro,
se trago essa dor como pigarro,
e trato essas palavras num tecer,
eu faço um outro eu em você.
Ah, poesia, minha seita!
Ah, papel, que tudo aceita!
Vocês parecem minha cabeça.
Vocês parecem um jardim.
Onde cada flor que creça
(na palma),
não será mais do que capim
(da alma).
*
TERRENO (E) FÉRTIL
Há como te ser?
E o que é acontecer?
Se sonhos e lembranças tanto se parecem,
fechemos os olhos,
as viagens acontecem.
Há como se entregar?
Se trago esse ar como cigarro,
se trago essa dor como pigarro,
e trato essas palavras num tecer,
eu faço um outro eu em você.
Ah, poesia, minha seita!
Ah, papel, que tudo aceita!
Vocês parecem minha cabeça.
Vocês parecem um jardim.
Onde cada flor que creça
(na palma),
não será mais do que capim
(da alma).
Gotas:
Leandro,
Mês de Aniversário
sábado, junho 23, 2007
Tá, eu sei que era pra homenagear um alguém... mas me é impossível escolher um dentre tantos!
Me é impossível desvendar-me em um autor, sendo que tantos me fizeram o que sou.
Por isso, (me) derramarei (-os em) pequenas gotas.
São o suficiente, já que todos eles são vinhos de belíssima safra, e estão disponíveis à vontade para quem deseje se embriagar.
*******************************************
Penetra surdamente no reino das palavras.
Lé estão os poemas que esperam ser escritos.
(...)
Chega mais perto e contempla as palavras.
Cada uma
tem mil faces secretas sob a face neutra
e te pergunta, sem interesse pela resposta,
pobre ou terrível, que lhe deres:
Trouxeste a chave?
-Drummond
******************************************
Amo-te como um bicho, simplesmente,
de um amor sem mistério e sem virtude
com um desejo maciço e permanente.
E de te amar assim muito e amiúde
é que um dia em teu corpo de repente
hei de morrer de amar mais do que pude.
-Vinícius
*******************************************
Porque é muito mais espessa
a vida que se desdobra
em mais vida,
como uma fruta
é mais espessa
que sua flor;
como a árvore
é mais espessa
que sua semente;
como a flor
é mais espessa
que sua árvore,
etc. etc.
-João Cabral
*******************************************
Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer nada.
À parte disso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
-Pessoa
*******************************************
Você pode me empurrar pro precipício
não me importo com isso
eu adoro voar.
-Bruna Lombardi
*******************************************
Eu canto poque o instante existe
e minha vida está completa.
Não sou alegre nem triste
sou poeta.
-Cecília
*******************************************
Mas o poema que mais me marcou foi o Balada do Esplanada, de Oswald de Andrade.
Aliás, a descoberta da escola modernista no segundo grau me foi importantíssima, pois me mostrou que a poesia não é hermética nem excludente, mas sim uma tradução da nossa vida e dos nossos sentimentos.
Desde criança amei poesia, mas foi essa poesia que me deu, pela primeira vez, uma vontade danada de escrever:
http://www.geocities.com/SoHo/Nook/4880/esplanada.html
Me é impossível desvendar-me em um autor, sendo que tantos me fizeram o que sou.
Por isso, (me) derramarei (-os em) pequenas gotas.
São o suficiente, já que todos eles são vinhos de belíssima safra, e estão disponíveis à vontade para quem deseje se embriagar.
*******************************************
Penetra surdamente no reino das palavras.
Lé estão os poemas que esperam ser escritos.
(...)
Chega mais perto e contempla as palavras.
Cada uma
tem mil faces secretas sob a face neutra
e te pergunta, sem interesse pela resposta,
pobre ou terrível, que lhe deres:
Trouxeste a chave?
-Drummond
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Amo-te como um bicho, simplesmente,
de um amor sem mistério e sem virtude
com um desejo maciço e permanente.
E de te amar assim muito e amiúde
é que um dia em teu corpo de repente
hei de morrer de amar mais do que pude.
-Vinícius
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Porque é muito mais espessa
a vida que se desdobra
em mais vida,
como uma fruta
é mais espessa
que sua flor;
como a árvore
é mais espessa
que sua semente;
como a flor
é mais espessa
que sua árvore,
etc. etc.
-João Cabral
*******************************************
Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer nada.
À parte disso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
-Pessoa
*******************************************
Você pode me empurrar pro precipício
não me importo com isso
eu adoro voar.
-Bruna Lombardi
*******************************************
Eu canto poque o instante existe
e minha vida está completa.
Não sou alegre nem triste
sou poeta.
-Cecília
*******************************************
Mas o poema que mais me marcou foi o Balada do Esplanada, de Oswald de Andrade.
Aliás, a descoberta da escola modernista no segundo grau me foi importantíssima, pois me mostrou que a poesia não é hermética nem excludente, mas sim uma tradução da nossa vida e dos nossos sentimentos.
Desde criança amei poesia, mas foi essa poesia que me deu, pela primeira vez, uma vontade danada de escrever:
http://www.geocities.com/SoHo/Nook/4880/esplanada.html
quarta-feira, junho 20, 2007
Clarice Lispector
"Não é que vivo em eterna mutação,
com novas adaptações a meu renovado viver
e nunca chego ao fim de cada um dos modos de existir.
Vivo de esboços não acabados e vacilantes.
Mas equilibro-me como posso, entre mim e eu,
entre mim e os homens, entre mim e o Deus."
(Um sopro de vida)
____________________________________________________
com novas adaptações a meu renovado viver
e nunca chego ao fim de cada um dos modos de existir.
Vivo de esboços não acabados e vacilantes.
Mas equilibro-me como posso, entre mim e eu,
entre mim e os homens, entre mim e o Deus."
(Um sopro de vida)
____________________________________________________
Meu Deus, me dê a coragem
de viver trezentos e sessenta e cinco dias e noites,
todos vazios de Tua presença.
Me dê a coragem de considerar esse vazio
como uma plenitude.
Faça com que eu seja a Tua amante humilde,
entrelaçada a Ti em êxtase.
Faça com que eu possa falar
com este vazio tremendo
e receber como resposta
o amor materno que nutre e embala.
Faça com que eu tenha a coragem de Te amar,
sem odiar as Tuas ofensas à minha alma e ao meu corpo.
Faça com que a solidão não me destrua.
Faça com que minha solidão me sirva de companhia.
Faça com que eu tenha a coragem de me enfrentar.
Faça com que eu saiba ficar com o nada
e mesmo assim me sentir
como se estivesse plena de tudo.
Receba em teus braços
o meu pecado de pensar.
de viver trezentos e sessenta e cinco dias e noites,
todos vazios de Tua presença.
Me dê a coragem de considerar esse vazio
como uma plenitude.
Faça com que eu seja a Tua amante humilde,
entrelaçada a Ti em êxtase.
Faça com que eu possa falar
com este vazio tremendo
e receber como resposta
o amor materno que nutre e embala.
Faça com que eu tenha a coragem de Te amar,
sem odiar as Tuas ofensas à minha alma e ao meu corpo.
Faça com que a solidão não me destrua.
Faça com que minha solidão me sirva de companhia.
Faça com que eu tenha a coragem de me enfrentar.
Faça com que eu saiba ficar com o nada
e mesmo assim me sentir
como se estivesse plena de tudo.
Receba em teus braços
o meu pecado de pensar.
____________________________________________________
"É curioso como não sei dizer quem sou.
Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer.
Sobretudo tenho medo de dizer
porque no momento em que tento falar
não só não exprimo o que sinto
como o que sinto se transforma
lentamente no que eu digo."
(Perto do coração selvagem)
Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer.
Sobretudo tenho medo de dizer
porque no momento em que tento falar
não só não exprimo o que sinto
como o que sinto se transforma
lentamente no que eu digo."
(Perto do coração selvagem)
terça-feira, junho 19, 2007
[...]
"um dia desses quero ser
um grande poeta inglês
do século passado
e dizer
ó céu ó mar ó clã ó destino
lutar na índia em 1866
e sumir num naufrágio clandestino"
p.leminski
porque se eu fosse poeta queria ser assim, o mundo seguindo adiante, e o meu passado no futuro a olhar pra mim.
segunda-feira, junho 18, 2007
Inspiração!
Tarefa quase impossível!
São tantas obras e tantos amores que listar alguns torna-se até doloroso.
Ana Cristina e Sylvia Plath são para mim como espelhos. Dentre todos, estes são necessários.
:*
SONETO - Ana Cristina Cesar
Pergunto aqui se sou louca
Quem quer saberá dizer
Pergunto mais, se sou sã
E ainda mais, se sou eu
Que uso o viés pra amar
E finjo fingir que finjo
Adorar o fingimento
Fingindo que sou fingida
Pergunto aqui meus senhores
quem é a loura donzela
que se chama Ana Cristina
E que se diz ser alguém
É um fenômeno mor
Ou é um lapso sutil?
COGUMELOS - Sylvia Plath
Varando a noite, com
Brandura, brancura,
Silêncio absoluto,
Do artelho aos
narizes
Tomamos posse da
argila
E do ar adquirido.
Ninguém nos avista,
Nos detém, nos
agride;
Evadem-se os
grãozinhos.
Punhos suaves
insistem
Em brandir agulhas,
O recheio folhudo,
Até o calçamento.
Nossos martelos,
marretas,
Sem olhos e ouvidos,
De voz nem um fio
Alargam as gretas,
Ombro abrindo
fendas. Nós
Vivemos a pão e água,
Migalhas de sombra,
Com modos afáveis,
Inquirindo pouco ou
nada.
São tantos de nós!
São tantos de nós!
Somos estantes,
somos
Mesas, somos
humildes,
Somos comestíveis,
Aos trancos e
arranques
Apesar de nós
mesmos
Nossa espécie se
expande:
Pela manhã, havemos
De herdar o planeta.
E nosso pé porta
adentro.
São tantas obras e tantos amores que listar alguns torna-se até doloroso.
Ana Cristina e Sylvia Plath são para mim como espelhos. Dentre todos, estes são necessários.
:*
SONETO - Ana Cristina Cesar
Pergunto aqui se sou louca
Quem quer saberá dizer
Pergunto mais, se sou sã
E ainda mais, se sou eu
Que uso o viés pra amar
E finjo fingir que finjo
Adorar o fingimento
Fingindo que sou fingida
Pergunto aqui meus senhores
quem é a loura donzela
que se chama Ana Cristina
E que se diz ser alguém
É um fenômeno mor
Ou é um lapso sutil?
COGUMELOS - Sylvia Plath
Varando a noite, com
Brandura, brancura,
Silêncio absoluto,
Do artelho aos
narizes
Tomamos posse da
argila
E do ar adquirido.
Ninguém nos avista,
Nos detém, nos
agride;
Evadem-se os
grãozinhos.
Punhos suaves
insistem
Em brandir agulhas,
O recheio folhudo,
Até o calçamento.
Nossos martelos,
marretas,
Sem olhos e ouvidos,
De voz nem um fio
Alargam as gretas,
Ombro abrindo
fendas. Nós
Vivemos a pão e água,
Migalhas de sombra,
Com modos afáveis,
Inquirindo pouco ou
nada.
São tantos de nós!
São tantos de nós!
Somos estantes,
somos
Mesas, somos
humildes,
Somos comestíveis,
Aos trancos e
arranques
Apesar de nós
mesmos
Nossa espécie se
expande:
Pela manhã, havemos
De herdar o planeta.
E nosso pé porta
adentro.
domingo, junho 17, 2007
Semana de Convidados Especiais de Aniversário
Caríssimos vistantes-leitores-amigos, seguindo o mês temático de comemorção do nosso aniversário de 1 ano de vida, vamos esta semana homenagear nossos "pais poéticos". Os convidados em questão serão os poetas que nos trouxeram a e à poesia. E como esse mundo é sempre também um pouco de trangressão, vou já eu na estréia flexionar a regra e apresentar a "moderníssima" situação em que me encontro: possuo dois "pais poéticos". E não posso privilegiar apenas um. Assim sendo, em respeito às limitações de tamanho deste espaço, ampliarei o nível de sacrilégio deste post, fazendo o seguinte: deixo trechos significatios e não poemas inteiros de meus mestres eternos. Bom proveito!
.
.
Para ser grande, sê inteiro: nada
........Teu exagera ou exclui
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
........No mínimo que fazes
Assim em cada lago a lua toda
........Brilha, porque alta vive.
.
Fernando Pessoa
.
.
***
.
(...)
A expressão reta não sonha.
Não use o traço acostumado.
A força de um artista vem das suas derrotas.
Só a alma atormentada pode trazer para a voz um formato de pássaro.
Arte não tem pensa:
O olho vê, a lembrança revê, e a imaginação transvê.
É preciso transver o mundo.
Isto seja:
Deus deu forma ao mundo.
Os artistas desformam.
É preciso desformar o mundo:
Tirar da natureza as naturalidades.
(...)
.
Manoel de Barros
.
.
Para ser grande, sê inteiro: nada
........Teu exagera ou exclui
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
........No mínimo que fazes
Assim em cada lago a lua toda
........Brilha, porque alta vive.
.
Fernando Pessoa
.
.
***
.
(...)
A expressão reta não sonha.
Não use o traço acostumado.
A força de um artista vem das suas derrotas.
Só a alma atormentada pode trazer para a voz um formato de pássaro.
Arte não tem pensa:
O olho vê, a lembrança revê, e a imaginação transvê.
É preciso transver o mundo.
Isto seja:
Deus deu forma ao mundo.
Os artistas desformam.
É preciso desformar o mundo:
Tirar da natureza as naturalidades.
(...)
.
Manoel de Barros
sábado, junho 16, 2007
Jogos de adivinhar e a(r)mar
I
Um carrega em seu princípio
o meu mesmo mesmo princípio
ressoam címbalos fenícios
e seus jogos de precipícios
me sabem pronto e propício...
II
Nada me embala tão tanto
como essa moça quase caravana
carinho e canto em cantos
tão distantes em que saltimbanca
casas sem porta e sem tranca
III
D´imediato me esqueço do fim
e viajo pra joaninhas e jasmins
jogo tudo tudo tudo pro ar
colho o que há de melhor em mim
e junto tudo só pra viajar
IV
Ah, linda sua composição
entre planaltos e planícies do senão
entre centrais sentimentos invento
algo de livre e que me ilumine
mas seu mundo continua vitrine
V
Muito então se me açucena
quando leio essa poesia mulher
que mata de amor e nasce onde quer
que me marca, espada sarracena
que pode t'iniciar e guardar-te serena
VI
Ferro e fogo jorram enfim
nessa poesia que nunca tem fim
gestos e frases que não se calarão
ferindo e curando num mesmo momento
sonhando e sonando e rasgando por dentro
VII
Com mais eu somos sete
e se tudo se repete
e nada mais se cria
que continuemos repetindo
repetindo repetindo
prazer e poesia prazer e poesia
Um carrega em seu princípio
o meu mesmo mesmo princípio
ressoam címbalos fenícios
e seus jogos de precipícios
me sabem pronto e propício...
II
Nada me embala tão tanto
como essa moça quase caravana
carinho e canto em cantos
tão distantes em que saltimbanca
casas sem porta e sem tranca
III
D´imediato me esqueço do fim
e viajo pra joaninhas e jasmins
jogo tudo tudo tudo pro ar
colho o que há de melhor em mim
e junto tudo só pra viajar
IV
Ah, linda sua composição
entre planaltos e planícies do senão
entre centrais sentimentos invento
algo de livre e que me ilumine
mas seu mundo continua vitrine
V
Muito então se me açucena
quando leio essa poesia mulher
que mata de amor e nasce onde quer
que me marca, espada sarracena
que pode t'iniciar e guardar-te serena
VI
Ferro e fogo jorram enfim
nessa poesia que nunca tem fim
gestos e frases que não se calarão
ferindo e curando num mesmo momento
sonhando e sonando e rasgando por dentro
VII
Com mais eu somos sete
e se tudo se repete
e nada mais se cria
que continuemos repetindo
repetindo repetindo
prazer e poesia prazer e poesia
quinta-feira, junho 14, 2007
Da cabeça de Jardim
Brotam folhas, brotam pétalas
Brotam frutos das árvores
que já foram sementes
Brota Poesia!
Ele é todo Poesia!
Nesse Jardim, tudo que se planta
vira Poesia!
Ali
em algum lugar de Brasília
Aline
exprime
seus sentimentos
com estranha lucidez
que até a gente estranha
se assusta
Meu Deus! Isso é loucura!
O verso que o poeta distraído
deixou em Maceió
foi parar lá em Recife...
E é pra lá que eu vou!
If Mucio Goes
I go também
Eu também vôo
De versos-vôos
Sambo na corda de bamba
porque de traversuras
eu também sou
Estou esperando essa mulher chegar
com o branco do luar
e nus rabiscos em ver[so]melho
Ela tem sangue quente
e, por isso, não virou gelo
nos lados de lá
Nanna, atende meu apelo:
Sai logo desse Canadá
e vem viver,
enfim,
tudo de novo
pros lados de cá!
(Ah, essa eu não podia deixar passar...)
Nossa Marina
Bela Morena Ma
Pessoa boa que é
Mulher
de-lírios
re-ais
Brisa leve que alenta
a insana mente
nos dis-traindo
de nossos ais
Um dia, surgiu em minha vida
Moacir
E graças a esse goiano boa-praça,
de fala mansa e pura simpatia,
muita coisa aprendi,
muita gente mais
eu conheci
Mas mal sabia eu,
ao conhecer Moacir,
que muita coisa estaria por vir
Minha cabeça viria a ser enxertada
num monstro, uma aberração
Uma das coisas mais belas que já vi
Sou feliz por conhecer Moacir!
Esta cabeça insana e relapsa fica feliz em fazer parte disso tudo aqui!
OBRIGADO!!! =)
Brotam folhas, brotam pétalas
Brotam frutos das árvores
que já foram sementes
Brota Poesia!
Ele é todo Poesia!
Nesse Jardim, tudo que se planta
vira Poesia!
Ali
em algum lugar de Brasília
Aline
exprime
seus sentimentos
com estranha lucidez
que até a gente estranha
se assusta
Meu Deus! Isso é loucura!
O verso que o poeta distraído
deixou em Maceió
foi parar lá em Recife...
E é pra lá que eu vou!
If Mucio Goes
I go também
Eu também vôo
De versos-vôos
Sambo na corda de bamba
porque de traversuras
eu também sou
Estou esperando essa mulher chegar
com o branco do luar
e nus rabiscos em ver[so]melho
Ela tem sangue quente
e, por isso, não virou gelo
nos lados de lá
Nanna, atende meu apelo:
Sai logo desse Canadá
e vem viver,
enfim,
tudo de novo
pros lados de cá!
(Ah, essa eu não podia deixar passar...)
Nossa Marina
Bela Morena Ma
Pessoa boa que é
Mulher
de-lírios
re-ais
Brisa leve que alenta
a insana mente
nos dis-traindo
de nossos ais
Um dia, surgiu em minha vida
Moacir
E graças a esse goiano boa-praça,
de fala mansa e pura simpatia,
muita coisa aprendi,
muita gente mais
eu conheci
Mas mal sabia eu,
ao conhecer Moacir,
que muita coisa estaria por vir
Minha cabeça viria a ser enxertada
num monstro, uma aberração
Uma das coisas mais belas que já vi
Sou feliz por conhecer Moacir!
Esta cabeça insana e relapsa fica feliz em fazer parte disso tudo aqui!
OBRIGADO!!! =)
Gotas:
JF de Souza,
Mês de Aniversário
quarta-feira, junho 13, 2007
Leandro:
sementinhas dominicais
que realçam as semanas,
letrinhas sortidas
que disseminam alegrias,
ele é o fantástico jardim
dos escritos-e-encantos...
Aline:
pura e simplesmente,
nem percebe o quanto
expressa,
nem nega o quanto
sente.
esse é o seu veemente
jeito de ser...
Múcio:
poeta-mor de amores,
suas palavras são
a cor-dos-sabores...
ele é natureza imortal,
bela-arte tão exposta,
é o tudo de mais sublime
que lá dentro nos toca...
Jefferson:
sempre com pressa
nos sossega com razão,
nos afaga piamente.
ele é assim,
sempre um devaneio
pelo meio da gente...
Mary:
seus versos
em delírios
nos deixam
do avesso,
como tropeços
de sentimentos
à cor-das-peles.
Moacir:
de um prazer certeiro,
é paixão em sentidos,
é emoção entre versos.
ele é toda essa conversa
entre os nossos desejos...
terça-feira, junho 12, 2007
veja
que os teus olhos
não creio
que exista,
beleza melhor
de ser vista,
tela de Monet,
capa de revista,
esses teus olhos,
quem os vê
mar avista.
não creio
que exista,
beleza melhor
de ser vista,
tela de Monet,
capa de revista,
esses teus olhos,
quem os vê
mar avista.
segunda-feira, junho 11, 2007
1 ano!
Em sementes de música
Flores de poesia
O Jardim é belo
E no coração do Jardineiro
O cancioneiro vive todos os dias do ano.
No bar da saudade
Esqueci versos errantes
Errei eu quando pensei
Que tinham sido em vão...
Lá estava ele, Múcio
O guardião em prontidão.
E de perto ao longe
Da curiosidade ao sentimento
O tudo e o nada
Sinto Nanna enluarada.
Em dia de sol
Em dia de chuva
Tem Feijão na mesa
E o Jeff de alma aberta:
¡¡Escúchame!!
Na morada certa
Me perdi em versos delírios
Nas sextas morenas
A poesia cintila.
No sorriso o abraço
Na voz o carinho
De contratempo
Em contratempo
Nossa amizade traça caminhos
Moa lá e eu de cá.
E hoje completamos 1 ano!
Emoção é grande e as palavras ficam pequeninas.
Queria poder abraçar cada um de vocês!
domingo, junho 10, 2007
me somo a seis especiais
um dia li dos olhos
a lida no espelho
da malha da vida:
a foto sublime
na poesia d'aline
---
menos filósofo que Confúcio
tomei-me por cisma
que era pura magia
o primor com que agia
em ritmo e rima
a poesia do Múcio
---
E ninguém mais me engana:
há sabedoria em quem ama.
Pois descobri o dom da soma
na poética da Nanna.
---
Já quem ousa à vida dá tabefes
Como nosso caro Jeff de Souza
Saborosa é a força do Fejones
de ensinamientos e lamentaciones
---
ah, e a Morena Mary
da alegria serena
do amor quando fere
da tristeza amena
do amor quando embala
ah, seu canto, sua fala
---
e como eu gosto de sorrir,
me surpreender
e sair cantando
o pleno domínio
(e o balanço)
das palavras do Moacir Caetano
a lida no espelho
da malha da vida:
a foto sublime
na poesia d'aline
---
menos filósofo que Confúcio
tomei-me por cisma
que era pura magia
o primor com que agia
em ritmo e rima
a poesia do Múcio
---
E ninguém mais me engana:
há sabedoria em quem ama.
Pois descobri o dom da soma
na poética da Nanna.
---
Já quem ousa à vida dá tabefes
Como nosso caro Jeff de Souza
Saborosa é a força do Fejones
de ensinamientos e lamentaciones
---
ah, e a Morena Mary
da alegria serena
do amor quando fere
da tristeza amena
do amor quando embala
ah, seu canto, sua fala
---
e como eu gosto de sorrir,
me surpreender
e sair cantando
o pleno domínio
(e o balanço)
das palavras do Moacir Caetano
Gotas:
Leandro,
Mês de Aniversário
sábado, junho 09, 2007
Sete
...um dia, .fui. chamado. pros .sete...
quase..como .quem .se. intromete...
e .a .poesia... .que a cada sete dias
se repete... .se repete... .se repete
....................................sete dias
.................................a semana
...............................sete .são
...........................os nossos
........................pecados
......................ninguém
...................se engana
.................sete anões
.............sete também
.........são as estações
........sete maravilhas
......do mundo antigo
.....e a sete palmos se
...enterra .o .inimigo...
.sete almas sete amigos
querem ser pra sempre
sete vezes sete comigo?
quase..como .quem .se. intromete...
e .a .poesia... .que a cada sete dias
se repete... .se repete... .se repete
....................................sete dias
.................................a semana
...............................sete .são
...........................os nossos
........................pecados
......................ninguém
...................se engana
.................sete anões
.............sete também
.........são as estações
........sete maravilhas
......do mundo antigo
.....e a sete palmos se
...enterra .o .inimigo...
.sete almas sete amigos
querem ser pra sempre
sete vezes sete comigo?
quinta-feira, junho 07, 2007
Acho que criamos um monstro
Sete cabeças
e um só tronco
Sete inspirações
em ritmos
diferentes
que trazem o mesmo comburente
pro resto do corpo
Sete idéias
e ideais
que se unem
num ato comum
Sete forças
poderosas
guiadas
numa mesma direção
Sete seres virtuais
sete ilusões
sete mentiras
que de tanto insistirem
por um ano todo
se tornaram verdade
Sete cabeças
inspiradas
e idealistas
com o poder
de setenta mentes
ilusórias, inventivas
Juntas num meio só
Unidas pela Poesia
As Forças Maiores não têm noção do que fizeram...
A todos os que acompanharam este um ano de blog:
OBRIGADO POR SE FAZEREM PRESENTES SEMPRE DURANTE TODD ESTE TEMPO!
Às outras 6 cabeças que compõem este meio:
OBRIGADO POR EXISTIREM E SURGIREM EM MINHA VIDA!
Às Forças Maiores:
OBRIGADO POR PROPICIAREM A CRIAÇÃO DESTE MONSTRO DE 7 CABEÇAS!
E desculpem o atraso! (Fejones tarda, mas... Tá... Falha às vezes... Mas acerta mais!)
E PARABÉNS A TODOS!!!
e um só tronco
Sete inspirações
em ritmos
diferentes
que trazem o mesmo comburente
pro resto do corpo
Sete idéias
e ideais
que se unem
num ato comum
Sete forças
poderosas
guiadas
numa mesma direção
Sete seres virtuais
sete ilusões
sete mentiras
que de tanto insistirem
por um ano todo
se tornaram verdade
Sete cabeças
inspiradas
e idealistas
com o poder
de setenta mentes
ilusórias, inventivas
Juntas num meio só
Unidas pela Poesia
As Forças Maiores não têm noção do que fizeram...
A todos os que acompanharam este um ano de blog:
OBRIGADO POR SE FAZEREM PRESENTES SEMPRE DURANTE TODD ESTE TEMPO!
Às outras 6 cabeças que compõem este meio:
OBRIGADO POR EXISTIREM E SURGIREM EM MINHA VIDA!
Às Forças Maiores:
OBRIGADO POR PROPICIAREM A CRIAÇÃO DESTE MONSTRO DE 7 CABEÇAS!
E desculpem o atraso! (Fejones tarda, mas... Tá... Falha às vezes... Mas acerta mais!)
E PARABÉNS A TODOS!!!
Gotas:
JF de Souza,
Mês de Aniversário
quarta-feira, junho 06, 2007
passa o tempo que
a gente não vê, e
nesse meio-tempo,
um ano de prazer.
passatempo preferido
comemorando os sentidos
escrevemos as histórias.
e somos em sete ímpares,
aos pares com as letras.
somos constantes em rima
diferindo nas incertezas
todos os sete dias.
encontros e causos.
repartimos alegria,
dividimos delírios.
somos essas cabeças
em sete verdades de
um ano de escritos.
Obrigada-de-coração, meus companheiros-ídolos, por me deixarem compartilhar dessa fantástica experiência-escrita, por fazerem parte da minha vida, e por serem tão adoráveis em suas poesias... Amo muito vocês!!!
E o meu muito-muito-muito obrigada a vocês, leitores-queridos, por serem a maior das razões pra continuarmos aqui...
E o meu muito-muito-muito obrigada a vocês, leitores-queridos, por serem a maior das razões pra continuarmos aqui...
Feliz Aniversário pra nós!!!
terça-feira, junho 05, 2007
como querer Graciliar
ora rimos
entre ramos,
fazemos graça,
“Graciliamos”.
ora rimos
rumo afora,
não raro
rimamos,
como agora,
há vezes, somos,
oceanos
de enganos,
e quando mais
com mais
somamos,
então amamos
e não amenos,
insanos somos
e assim seremos,
por muitos anos
existiremos.
entre ramos,
fazemos graça,
“Graciliamos”.
ora rimos
rumo afora,
não raro
rimamos,
como agora,
há vezes, somos,
oceanos
de enganos,
e quando mais
com mais
somamos,
então amamos
e não amenos,
insanos somos
e assim seremos,
por muitos anos
existiremos.
Com as devidas desculpas pelo atraso, e os merecidos parabéns!
segunda-feira, junho 04, 2007
Lealicionajemacir!
Serpentinas pelo céu
Sete fitas
Coloridas
Sete vias
Sete vidas
Avenidas
Pra qualquer lugar
Imagina
Imagina
Sete fitas
Coloridas
Sete vias
Sete vidas
Avenidas
Pra qualquer lugar
Imagina
Imagina
Lealicionajemacir!
Sem razão
O lírico não se explica
Explicita-se!
Porque a poesia é inventada
E nasce todos dos dias.
Vida longa!
Aqui
Ali
Lá
Sopre uma vela
E festeje sete vezes mais.
Aos meus queridos e amados companheiros, Parabéns!
domingo, junho 03, 2007
SÓ O COMEÇO
7 cabeças borbulhando palavras
6 companheiros na estrada do lirismo
5 dias úteis estourando poemas em bolhas de sabão
4 homens abertos a sensibilidade do mundo
3 mulheres expandindo a beleza a infinitos sentidos
2 dias de finais de semana coloridos com versos
1 ano fazendo a poesia ser
------------
Parabéns Blog de 7 Cabeças!!!
Mais que isso, obrigado!!!
6 companheiros na estrada do lirismo
5 dias úteis estourando poemas em bolhas de sabão
4 homens abertos a sensibilidade do mundo
3 mulheres expandindo a beleza a infinitos sentidos
2 dias de finais de semana coloridos com versos
1 ano fazendo a poesia ser
------------
Parabéns Blog de 7 Cabeças!!!
Mais que isso, obrigado!!!
Gotas:
Leandro,
Mês de Aniversário
sábado, junho 02, 2007
Oração
Senhor,
posso ser criança novamente?
Posso,
pelo resto da minha vida,
ser só um pinguinho de gente?
Pra sempre estudar
entre a terceira e a quarta série,
e achar que é sério
quando minha mãe ameaça me bater?
Posso ter
de novo aqueles brinquedos meio sem jeito?
Uns velhos, outros gastos
e uns que já vieram com defeito...
(Eram mais baratos,
meu pai não tinha muito dinheiro...)
Posso, Senhor,
aprender Ciências
ao invés de física e química?
Posso ir jogar bete,
me entupir de grapete
e brincar de mímica?
Posso comer um montão de chocolate
sem me preocupar com espinhas,
triglicérides e colesterol?
Posso sair de casa
sem ter que fazer nada
e ficar a tarde inteira sob o sol?
Posso, Senhor, de novo,
ter piolho?
(só um pouquinho!)
Só pra ver a paciência
de minha mãe me catando as lêndeas,
minha cabeça em seu colinho.
Posso ter de novo meu avôzinho
me ensinando a ler e escrever?
Me ensinando novamente
a fazer conta e a ser gente,
a ser contente e a viver!
Ele sabe como me fazer
feliz, feliz, feliz:
papael, caneta, quadro e giz,
bolacha mabel e desenho animado,
balanço na rede,
café com leite e abraço apertado,
gibi, ludo e conto de fada,
e, à noitinha, gemada.
...
Senhor, me despeço,
termino minha prece...
vou me deitar e dormir.
E amanhã já sabe:
nada de realidade!
Quero acordar guri...
posso ser criança novamente?
Posso,
pelo resto da minha vida,
ser só um pinguinho de gente?
Pra sempre estudar
entre a terceira e a quarta série,
e achar que é sério
quando minha mãe ameaça me bater?
Posso ter
de novo aqueles brinquedos meio sem jeito?
Uns velhos, outros gastos
e uns que já vieram com defeito...
(Eram mais baratos,
meu pai não tinha muito dinheiro...)
Posso, Senhor,
aprender Ciências
ao invés de física e química?
Posso ir jogar bete,
me entupir de grapete
e brincar de mímica?
Posso comer um montão de chocolate
sem me preocupar com espinhas,
triglicérides e colesterol?
Posso sair de casa
sem ter que fazer nada
e ficar a tarde inteira sob o sol?
Posso, Senhor, de novo,
ter piolho?
(só um pouquinho!)
Só pra ver a paciência
de minha mãe me catando as lêndeas,
minha cabeça em seu colinho.
Posso ter de novo meu avôzinho
me ensinando a ler e escrever?
Me ensinando novamente
a fazer conta e a ser gente,
a ser contente e a viver!
Ele sabe como me fazer
feliz, feliz, feliz:
papael, caneta, quadro e giz,
bolacha mabel e desenho animado,
balanço na rede,
café com leite e abraço apertado,
gibi, ludo e conto de fada,
e, à noitinha, gemada.
...
Senhor, me despeço,
termino minha prece...
vou me deitar e dormir.
E amanhã já sabe:
nada de realidade!
Quero acordar guri...
Gotas:
Moacir
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