terça-feira, maio 18, 2010

Adorno

Passou distraído, tropeçou na flor, eu vi.
A coitadinha pendeu, mas voltou,
manteve-se no seu papel de enfeitar.
Passou de novo muito, muito concentrado em si.
Pisou, quebrou, uma pétala caiu, chorou.
Corri, cuidei, ergui.
Chamaram-no meus dedos cheios de formigas.
Dei-lhe minha flor cansada, doída,
que insistia no seu papel de enfeitar.
Enfeitou-lhe o rosto, fê-lo sorrir.

http://duaspartes.blogspot.com

4 comentários:

J.F. de Souza disse...

a beleza da poesia estampada aqui, que nos enche os olhos. =)

=*

ítalo puccini disse...

e mais não era preciso.

lindíssimo, elaine.

beijo!

Anônimo disse...

Que lindo, lindo, lindo!

J.F. de Souza disse...

adornopeito...