sexta-feira, maio 21, 2010

Sobre mar de carne e osso

ele contorna meu corpo com o seu
por instantes é mar:
água e sal
- não só os olhos desse azul
que acinzenta-se quando tempestades
atrás de lentes escuras.
vertigem e me entrego
- sei a impossibilidade
de avessar naturezas conturbadas:
não há margem ou poro desafetado
pela penetração
perturbação de língua respiração e pêlos
ávidos por afogar sentimentos
barriga dentro e fora
então acredito em qualquer gota antes
como prenúncio de essa inundação
porque toda água nasce e vibra
invasão apenas
para após refluxo, a distância.

2 comentários:

Anônimo disse...

A frase fina diz tudo!
Muito bom!

J.F. de Souza disse...

mas logo logo
a maré sobre
e te inunda o ser
novamente

---------------------------

Lubi linda! Esse teu escrito tá FUEDA!!! =D

=*