sábado, maio 15, 2010

Concreto

Sinto falta da minha flor
nascendo em meu corpo cinza.
Sinto falta do que nunca foi
porém sempre é, ainda.

Sinto falta das suas raízes
infiltrando-se em meus interstícios.
E em minha pele de cimento e areia
ainda queimam
suas pegadas, seus indícios.

Sinto uma saudade sua, sempre
que o sol ascende e se acende.
E essa vontade de penetrar
sua pétala luminescente...

2 comentários:

Marcos Côrtes disse...

Flores são más... e sempre que se ranca as raízes, tira um pedaço de onde estava presa.

Mas sem suas raízes, que graça terão as flores? Espinhos e cores são artifícios. Cultivar flores no peito que é tão bom e tão perigoso...

J.F. de Souza disse...

por mais que não me pertença
é algo que nasceu em mim

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EXCELENTE, Moa!

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