quinta-feira, junho 28, 2007

Duas doses antes da saidêra...

Pessoas!

Como fiquei devendo o post da semana anterior, vou fazer dois trabalhos aqui:

-> o de semana passada --postar o poema do meu "convidado ilustre";
-> o desta semana, que é o poema-identidade.

Agora, coloco aqui um poema do meu convidado ilustre, Charles Baudelaire... É! Diferente das outras cabeças, coloco o poema de um estrangeiro na parada! Mas, como nem eu entendo francês --mas hei de aprender...--, vai a versäo (bem) traduzida!



EMBRIAGAI-VOS (ENIVREZ VOUS)

Há que estar ébrio, sempre. Tudo está nisto: nesta única questão. Para não sentir o horrível fardo do Tempo, que lacera vossos ombros e vos dobra para a terra, é necessário embriagar-vos sem trégua.
Com o quê? Com vinho, poesia ou virtude, ao vosso modo. Mas embriagai-vos.
Mas se porventura, nas escadas de um palácio, na verde relva de um fosso, na solidão morna do vosso quarto, vós vos acordardes, a embriaguez já pequena ou esquecida, perguntai ao vento, à vaga, à estrela, ao pássaro, ao relógio, a tudo que flui, a tudo que geme, a tudo que gira, a tudo que canta, a tudo que fala, perguntai que horas são; e o vento, a vaga, a estrela, o pássaro, o relógio, vos responderão: “É hora de vos embriagar! Para não serdes os escravos martirizados do Tempo, embriagai-vos; embriagai-vos sem cessar! Com vinho, poesia ou virtude, ao vosso modo.”




E, agora, o trabalho desta semana, de fato: o poema-identidade!
Decidi colocar aqui este aqui --com os cumprimentos ao caro amigo André Lasak:




Silêncio na Voz do Grito

Cansei de dizer aos quatro
Ventos o que quero dizer
E isso eu digo não com freqüência
Muda mas com eloqüência plena, pois
Pleonasmos placebos putarias
Porcarias saídas de qualquer
Lugar que pareça qualquer coisa
Menos vulgar que a sua ignorância
Da minha presença neste bar
Neste lugar neste qualquer
Ponto aonde eu possa te encontrar
E tentar ao menos dizer algo que
Te faça entender o que eu quero
Dizer é tudo o que eu poderia achar
Menos sutil do que simplesmente te
Agarrar pelos cabelos e respirar
Fundo e gritar até ensurdecer os
Seus pobres tímpanos que não têm
Culpa de pertencer à sua pobre
Figura humana decrépita nojenta
E insignificantemente chata que
Um dia já chamou de eu e hoje se
Autodenomina deusa onipotente
Onipresente onipresumidamente
Estúpida! Começo a gritar e
Sacudir sua cabeça para ver
Se algo começa a funcionar aí
Dentro para finalmente você
Abrir estes ouvidos calados
E simplesmente ouvir tudo o que
Tenho para dizer começando por
ESCÚCHAME PORRA!



Agora, pode fechar a conta!

Um comentário:

Anônimo disse...

Fecha a conta e passa a régua! rs...