segunda-feira, outubro 01, 2007

descendente

Eu vou sair por aí

descabelada e descalça

estriada e deixando atrás

em rastro de papel

de sonho de valsa.

Eu vou sair por aí

rouca e famélica,

portando o olhar desvairado,

navalha bélica

de lâmina falsa.

Eu vou sair por aí

Com olhos inchados, os braços inchados,

linha se espichando do carretel.

Eu vou sair por aí,

sem medo e sem nada

boneca de madeira

sem conto-de-fada

sem calcinha e sem véu

e vou sair procurando

motivo pra descer cantando

essas mesmas ladeiras

que não levaram pro céu.

6 comentários:

Anônimo disse...

bons motivos.. descer a escada que não vai pro céu... e seguir...

demais!!

beijo. ótima semana aos 7.

Anônimo disse...

Nossa, Cza, que forte e belo!
E que bela aquisição pras nossas Cabeças!

Carlos Henrique Leiros disse...

Gostei bastante do poema.
Arte em devaneio, traduzindo, acima de tudo, liberdade.
Dá idéias de peito cheio de ar puro e uma vontade louca de gritar.
Parabéns...
Abraços à Czarina e a vcs todos, com menção especial a Nanna, pela acolhida.
Carlos

Ah...tbm detesto segundas-feiras!

Leandro Jardim disse...

Eita, que belezura!

mg6es disse...

me leva contigo, hã?

lindo poema!

:*

dän disse...

e bota inspiração nisso.. viciei nesse blog. bjs