domingo, julho 16, 2006

O PENSA-DOR

.

Pressionar as têmporas
Não pára o tempo
Mas tem poder
De deixar pensar

Pressão é vento
E o tenso, biruta
Vê movimento mas dentro não escuta
É intenso mas não sai do lugar

Preso pelo eixo no meio
Independente do mundo a rodar
Se queixa se o quisto não veio
Que meio lhe pode apontar?

Ma se meio caído pra frente
Com pálberas e dentes a serrar
Não cai no conto da mente, que mente
Sente, não ri, mas palavras faz rimar

------------------------------------

música que recomendo: "Scream Poetry" dos Paralamas do Sucesso no disco "Hey Na Na"

(Aliás eu indico todo esse disco... é aquele que tem uma música que se chama e diz assim "O Amor Não Sabe Esperar"...)

11 comentários:

A czarina das quinquilharias disse...

ouch. pensar dói.
:*

Luana disse...

Às vezes, pensar a mente é calar... Esperar o pensamento de dor passar...

Beijinhos!
:)

Anônimo disse...

Continue sempre usando as suas palavras para nos fazer pensar não na sua dor, mas nas nossas...
Beijos pensantes!

Anônimo disse...

dói.
mas escrever é a cura.

Anônimo disse...

Interessante a versatilidade de um poeta... Estou encantada com esta poesia.


:*

Remo Saraiva disse...

Pressionar as têmporas, às vezes, é tentativa de controlar a dor-de-cabeça, domá-la, amansá-la, chamá-la prum papo, servir chá, café, oito gotas de adoçante, bolacha, biscoito, e papo e papo e papo, onde fica o banheiro, no final do corredor à esquerda, e volta em alívio, e papo e papo e papo, jogar baralho, carteado, pôquer, jogo de dados, ludo, gamão, xadrez, enrolando enrolando enrolando até consumada em definitivo e conquistada a amizade, apunhala a pobre com a lâmina incisiva de um analgésico de muitas muitas muitas miligramas.
Adeus, enxaqueca! Adeus, dor-de-cabeça! Foi bom ser sua amiga!

mg6es disse...

rir
é
mar

[]´s

Anônimo disse...

Rebatizaria a palavra para

pensa-mor
ou talvez
pensa-cor
ou ainda
pensa-flor

Algumas palavras não merecem seu nome de batismo, não te parece?
A dor de cabeça iria buscar outro lugar.

Keila Sgobi de Barros disse...

dor?

só se for a dor de viver...

pressionamos as têmpo[ras]
fechando os olhos
e vivendo noutro mundo
caminhando pelas possibilidades de nosso eixo
indo e voltando
voltando e indo
vindo vindo...

e nossa poesia
é uma tentativa de compreender este movimento
lento
rápido
em torno de nós mesmos
com o mundo...

Meigo, Leandro!

Bjs

Marina disse...

A dor passa e a rima ri... :)

Bjos!

Nana Magalhães disse...

passei pra agradecer a visita. e claro, dizer que sua poesia é uma delícia de se ler! besitos.