sábado, julho 29, 2006

SEM QUERER

Como? Não foi nada?
E quando o vermelho do meu sangue
tingiu a orla da estrada?
E quando teu corpo sobre o meu
pesou uma tonelada?

Então é assim?
Você acha que não foi nada?
Mesmo depois que os bombeiros vieram
e a tragédia estava consumada?
Mesmo quando nossas almas
se elevaram
acima da madrugada?

Ah, não me diga que não foi nada!
Não quando o meu corpo em chamas
adentrou o seu em brasas.
Não quando minha língua sedenta
lambeu tua orelha amputada.
Não quando tua voz, já débil
se transformou numa lamúria macabra.

Não me cause gargalhadas...
Não me transforme em lembranças passadas!
Pois o tremor em tuas mãos
denuncia a derrocada!
E sou quem te digo:
Realmente não foi nada!

10 comentários:

Luana disse...

E é tudo! Adoreeeeei!

Beijos...
:)

Anônimo disse...

Camarada! A cada dia que passa eu gosto mais dos teus textos.

:*

Anônimo disse...

Adorei! Muito bom! Esse nada que diz tudo... :)

Beijos!

Leandro Jardim disse...

Rapaza, que pancada!
Agora mesmo é que não se pode dizer que não foi nada!

Bem maneiro!
abração!

Anônimo disse...

Parecee que o povo aqui gosta de poesia até na cabeça, hahahah..

Ent!ao vejam agumas poesias lá no Portal

Anônimo disse...

E se não foi nada, foi tudo... Belo texto! Beijos!!

Keila Sgobi de Barros disse...

que vingativo!!!!

:oO

J.F. de Souza disse...

...e, assim, tudo acaba em nada...

Moacir... Já disse isso outras vezes, mas... Vc é FUEDA, cara!!!

Anônimo disse...

Desculpe qualquer coisa... mesmo que seja uma coisinha de nada...

Anônimo disse...

Simplesmente amo!!!!!