Um corpo não cai por acaso!
Um corpo cai por bala
por faca, por explosão
às vezes é por uma pedra
que um corpo cai ao chão
Às vezes epilepsia
um início de derrame
às vezes por uma vingança
por uma mentira infame
um corpo cai quando a vida
se lhe rompe o liame
Um corpo não cai por acaso
algum motivo haverá
seja por febre, maleita
seja por tanto amar
Um corpo cai, e o barulho
é quase insuportável
barulho, seco, imundo
barulho de destino imutável
um corpo cai, e logo
a imprensa o sabe!
Um corpo cai, e que razão
seria suficiente?
que razão teria a morte
pra se instalar na gente?
como a vida que nos habita
súbito se volatiliza?
nos abandona de repente!
Um corpo caiu ao chão...
foi o meu!
ai, quem me dera
eu não ser eu!
7 comentários:
Moacir,
eu sou ignorante em teoria poética, mas esse esplendor me parece um cordel, coisa que adoro.
Aliás, você circula pelos salões da poesia como proprietário de todos os versos, aliás dos melhores versos.
Perfeito, como sempre!
beijos
Tá lá seu corpo pendendo ao chão... estendo um copo e o saúdo... um copo não, entendo ser pouco, se assim o faça... melhor a taça, uma taça fina feita por um normando enorme e já morto... saúde poeta, faça tombar um corpo a cada novo dia, seu, meu ou de seu deus... faça o novo se erguer... diga saúde e brinde a ele... brinque de novo, letras são crianças que andam aos bandos... não as abandone jamais...
Quando um corpo cai...
A alma se levanta
A força emerge
A coragem, se agiganta
Abraço
Moacir...
Simplesmente magico aqui, e seu texto sobre o corpo é maravilhoso..
Retrata nossa fragilidade contra as coisas do mundo...
Adorei...
Abraços
O sempre bom poetar de Moa!
Fisicamente lindo.
Bjão.
rapaz... esse teu POEMA tem algo que me lembrou Pessoa, tvz esse final... só sei é que ADOREI!
belo, Sir Moa!
[]´s
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