Embrulhado em papel de pão,
o amor se desfaz, quebradiço,
ao contato medroso
e desastrado
dos meus dedos.
Olho o miolo
retirado por minhas mãos dietéticas.
Medo das calorias....
É o melhor desse amor.
Mas não será saboreado.
Fico apenas com a casca
bela e crocante,
porém quase sempre
quase toda desperdiçada,
em forma de farelos
sobre a toalha quadriculada.
Toco com os lábios a superfície quentinha...
O sabor de dia-a-dia me invade a boca.
O cheiro de dia-a-dia me invade as narinas.
E ainda que pressinta algo de felicidade,
meu paladar embrutecido
se recusa.
Me levanto, apressado,
bebo o café amargo da solidão
e sigo pro trabalho, faminto
como sempre!
8 comentários:
é como um antigo cantor, não um baiano, já dizia: eis o pão da poesia...
Muito BOM!
[]´s
Adorei, Moacir! :D
Gostoso de saborear assim como um pão quentinho de dia-a-dia...
Bjus, querido! :**
Gostei, muito.
estômago de poeta tem dessas coisas:
se alimenta de outras!
muito bom!
abraços Jardineiros
perfeito! o amor, às vezes, é assim mesmo.
Moacir!! esse doeu muito.. mesmo... ai.
bjossss
E a vida segue, tão feliz como possível...
Faltou um pouco do ar e há dias tento comentar nesse poema. Meu computador parece que me travava a liberdade de expressão.
Lindos versos talhados com um café da manha e imagens tão cotidianas, mas que nas mãos de Moacir...
bjos meus.
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