segunda-feira, outubro 08, 2007

poema de não entender

Hoje não teremos meia noite
O garçom está lá fora
Beijando seu namorado
(o dele, não o seu)
Hoje não haverá meia noite
Drinque bom é drinque que pega fogo
apesar disso às vezes ser coisa de maricas
(nada contra, sr. Garçom,
Nada mesmo, de maneiríssima nenhuma)
O relógio tem nome
E as fotos não captam o real
(só por hoje)
Apesar de o projetarmos pra ela com toda a força.
Seria uma música bonita se nós não a estivéssemos cantando
Seria uma música bonita,
Mas quatro garotas num lamborghini
à capella
e quatro calotas que rodam que rodam rodam
Esse farol vermelho me secando o olho
E como é que as pessoas se sujeitam a dirigir?
Atenção amigo, se pretende levá-la pra cama:
Chega das serenatas e comece a trabalhar
Ao menos em uma canção de ninar.
Você sabe a diferença entre um cuzão e um vacilão?
Se estiver bêbado, por favor,
Mantenha-se afastado do telefone.
Esta noite não haverá meia noite
Nem meias palavras
Nem nada pela metade.
O garçom se chamava cássio

Ela usa os sapatos mais estranhos

Esta noite, não haverá meia.

4 comentários:

Anna Flávia disse...

Muito bom com palavras inteiras.

Beijo

Anônimo disse...

E deu mesmo um nó na minha cabeça.

Beijos

Leandro Jardim disse...

Esse poema é muito bom!
Re-saboreando-o ainda me supreendo:

"Atenção amigo, se pretende levá-la pra cama:
Chega das serenatas e comece a trabalhar
Ao menos em uma canção de ninar."

isso é ótimo! hehe
beiJardins

Anônimo disse...

Esse tem a marca Czarina.
Inconfundível e surpreendente.