Hoje eu não saio,
Estou sem pilha.
Hoje,
Hoje eu me quedo
na bastilha
Feche as portas,
As janelas
E os buracos que dêem
Pro país das maravilhas
Hoje eu canto mais nada
a melancolia e só a melancolia.
é, amigo,
Cada Dirceu
Com sua Marília.
segunda-feira, março 31, 2008
sábado, março 29, 2008
Aterrissado
Tenho asas, mas não vôo.
E força terrível me prende à terra.
A gravidade, mil vezes multiplicada,
guarda em si minha fluidez
e em sua cúpula me encerra.
E mesmo que eu grite, pássaro,
enfraqueço-me, súbito,
e entrego-me à inércia.
Continuo minha vida.
Com a fúria de quem chora.
Com a tristeza de quem versa.
E força terrível me prende à terra.
A gravidade, mil vezes multiplicada,
guarda em si minha fluidez
e em sua cúpula me encerra.
E mesmo que eu grite, pássaro,
enfraqueço-me, súbito,
e entrego-me à inércia.
Continuo minha vida.
Com a fúria de quem chora.
Com a tristeza de quem versa.
Gotas:
Moacir
quinta-feira, março 27, 2008
um não-poema
Este poema não está aqui,
você não o está lendo,
eu não o escrevi.
Este poema não foi feito para existir,
não deu no jornal,
e não está no gibi.
Este poema é uma mentira,
não acredite nele, não!
Extinto seja todo poema
que fale de solidão.
você não o está lendo,
eu não o escrevi.
Este poema não foi feito para existir,
não deu no jornal,
e não está no gibi.
Este poema é uma mentira,
não acredite nele, não!
Extinto seja todo poema
que fale de solidão.
Gotas:
Múcio
quarta-feira, março 26, 2008
contramão
és todo instante
somos vez por outra
sou universo paralelo ao teu
(coexistimos)
em essências, dores e ardores
nossas lembranças
rotina que faz meu dia
se perder no teu
em frascos de saudade
em doses cavalares de solidão
sigo em rodovia nua
na contramão
somos vez por outra
sou universo paralelo ao teu
(coexistimos)
em essências, dores e ardores
nossas lembranças
rotina que faz meu dia
se perder no teu
em frascos de saudade
em doses cavalares de solidão
sigo em rodovia nua
na contramão
Gotas:
Aline
terça-feira, março 25, 2008
PARODISTAS TAMBÉM AMAM
O poema é um fim de dor.
Finda tão parcialmente
Que nega que já findou
A dor que o poeta sente.
E quem lê o que descreve,
A dor finda vê também,
Não a que o poema obteve,
Mas uma nova que vem.
E assim as almas de agora
Ficam sem ver a razão
Dessa paródia calhorda,
Mas feita de coração.
----------------------------
* Este poema é uma brincadeira com o clássico
Autopsicografia do Fernando Pessoa
Finda tão parcialmente
Que nega que já findou
A dor que o poeta sente.
E quem lê o que descreve,
A dor finda vê também,
Não a que o poema obteve,
Mas uma nova que vem.
E assim as almas de agora
Ficam sem ver a razão
Dessa paródia calhorda,
Mas feita de coração.
----------------------------
* Este poema é uma brincadeira com o clássico
Autopsicografia do Fernando Pessoa
Gotas:
Leandro
segunda-feira, março 24, 2008
lógico
Miopia, hipermetropia, utopia.
Taí.
Tem mesmo nome de coisa de quem não enxerga o que tá acontecendo.
Taí.
Tem mesmo nome de coisa de quem não enxerga o que tá acontecendo.
Gotas:
czarina
domingo, março 23, 2008
Como restos de ovo de chocolate que sobram da Páscoa
Juntando os cacos e farelos que sobraram...
É...
Até que dá pra se aproveitar algo ainda...
Alguém aí quer um pedaço?
Gotas:
JF de Souza
sábado, março 22, 2008
Gravidade
É deliciosa a sensação de sair do chão.
O frio no estômago, a delicada pressão.
O som mecânico das hélices ao fundo.
A metálica voz dos alto-falantes.
E o zumbido dos preciosos instantes
antes de adentrarmos novo mundo.
Diferente este, pois das aves e do sol,
nuvens, estrelas e um suposto Deus.
Envolvo-me, centenário caracol,
nas camadas sucessivas dos meus eus.
O frio no estômago, a delicada pressão.
O som mecânico das hélices ao fundo.
A metálica voz dos alto-falantes.
E o zumbido dos preciosos instantes
antes de adentrarmos novo mundo.
Diferente este, pois das aves e do sol,
nuvens, estrelas e um suposto Deus.
Envolvo-me, centenário caracol,
nas camadas sucessivas dos meus eus.
Gotas:
Moacir
sexta-feira, março 21, 2008
sexta-feira da paixão
minha paixão é cega
não mede não teme
minha paixão treme
minha paixão não nega
ela arde ela chama
é dom de quem ama
minha paixão peca
é tom de quem ora
ora goza ora chora
não mede não teme
minha paixão treme
minha paixão não nega
ela arde ela chama
é dom de quem ama
minha paixão peca
é tom de quem ora
ora goza ora chora
Gotas:
Mary
quinta-feira, março 20, 2008
made in China
pelo andar da carruagem,
vão acabar derrubando
a Muralha,
e pondo um parquinho
no quintal.
pensando bem,
isso não seria
nada Mao.
vão acabar derrubando
a Muralha,
e pondo um parquinho
no quintal.
pensando bem,
isso não seria
nada Mao.
Gotas:
Múcio
quarta-feira, março 19, 2008
[.]
nada é além do que se passa
vivo do instante início
até o instante fim
meus domínios estão fechados
nada além do que estar por vir
mudarei
quem sabe um dia
mudarei de mim.
Gotas:
Aline
segunda-feira, março 17, 2008
nos conformes
Tudo o que eu peço
É ser amada acima de todas as coisas
Até o ultimo fio de cabelo
Até a última gota de sangue
Até a última planta da sacada
Até as palavras cansarem e caírem das páginas
Até a última fibra de carne se extenuar
Até entornar os remédios das prateleiras
Até que os tempos acabem e se acabem de novo e se acabem de novo
Será que é pedir demais?
(se for, bom, então você pode só pagar o motel)
É ser amada acima de todas as coisas
Até o ultimo fio de cabelo
Até a última gota de sangue
Até a última planta da sacada
Até as palavras cansarem e caírem das páginas
Até a última fibra de carne se extenuar
Até entornar os remédios das prateleiras
Até que os tempos acabem e se acabem de novo e se acabem de novo
Será que é pedir demais?
(se for, bom, então você pode só pagar o motel)
Gotas:
czarina
domingo, março 16, 2008
Péssimo dia
é que
preu ver
o colorido da vida
- por qualquer prisma que seja -
eu preciso, ao menos,
de um raio de sol
preu ver
o colorido da vida
- por qualquer prisma que seja -
eu preciso, ao menos,
de um raio de sol
Gotas:
JF de Souza
sábado, março 15, 2008
Cordas
Sol. A que mais desafina.
Si. Com sua voz de menina.
La. Pra grave, falta um nada.
Re. Meio da caminhada.
E o mi, embaixo e em cima,
bravo herói ou covarde em retirada.
Si. Com sua voz de menina.
La. Pra grave, falta um nada.
Re. Meio da caminhada.
E o mi, embaixo e em cima,
bravo herói ou covarde em retirada.
Gotas:
Moacir
sexta-feira, março 14, 2008
Pra eu parar de me doer
Mais que a dor do amor
Viver a dor, me doeu.
Milton Nascimento
Viver a dor, me doeu.
Milton Nascimento
Pra eu parar de me doer
faço compressas frias
três vezes ao dia
sobre o peito
e tomo uma aspirina
depois do jantar
E ainda assim
não consigo
me desfazer
do fim
Gotas:
Mary
quinta-feira, março 13, 2008
alto ego
se amava
incondicionalmente,
era o seu próprio deus,
era o seu próprio ópio:
morreu de amor
próprio.
incondicionalmente,
era o seu próprio deus,
era o seu próprio ópio:
morreu de amor
próprio.
quarta-feira, março 12, 2008
super-nova
[...]
queria eu
atravessar essa porta
e invadir teu instante
tornar-me o tempo
em um suspiro rompante
atravessar essa porta
e invadir teu instante
tornar-me o tempo
em um suspiro rompante
[...]
Gotas:
Aline
segunda-feira, março 10, 2008
em trânsito.
tenho lido minha sorte nas laterais de caminhões.
é espantosa a quantidade de vezes
em que o oráculo prediz
MUDANÇAS.
é espantosa a quantidade de vezes
em que o oráculo prediz
MUDANÇAS.
Gotas:
czarina
domingo, março 09, 2008
Fuga
Caçando em minha mente insana
Idéias
Borboletas que cismam em fugir
cada vez que lhe aproximo minhas mãos
Fugiram
e levaram o jardim consigo
Levaram tudo
Não consigo entender
como podem ter levado
tudo
A não se que...
Sim!
Não!
Oh, merda! O jardim fugiu com elas!
Idéias
Borboletas que cismam em fugir
cada vez que lhe aproximo minhas mãos
Fugiram
e levaram o jardim consigo
Levaram tudo
Não consigo entender
como podem ter levado
tudo
A não se que...
Sim!
Não!
Oh, merda! O jardim fugiu com elas!
Gotas:
JF de Souza
sábado, março 08, 2008
Samia Mounzer
A conheci através do fotolog. Primeiro as fotos, peças de quebra-cabeça num dançante e belo compasso. Depois a atenção sobre os textos, belos, fluidos, líricos. E finalmente a junção dos dois, que é no amálgama que tudo sempre faz sentido.
Feliz por poder repartí-la com vocês, a entrego de bandeja.
Mais em www.fotolog.com/samissima.
E em www.nocturnashoras.blogspot.com/.
“Dois, três oceanos, um passado submerso quando (e) ainda me vens à tona”
Assim diziam.
Ensaiara durante horas um olhar mais agudo, para o próximo encontro. No espelho, o que via eram seus olhos difusos, sem par.
~´~´~´~´~´~´~´~´~´~
Laura nunca nos contou se houve de fato esse encontro. Apenas sabíamos da espera. Nos perguntávamos, acovardados pelo medo (por um medo inexplicável) que outras coisas Laura mantinha não-ditas. Já não esperávamos resposta. De Laura só tínhamos a espera, a dúvida, a previsão. Do próximo passo, éramos fadados ao momento precursor. Todos nós presos, estagnados, interrompidos.
Todos condenados ao mistério do que se sucedeu. Ao mistério sem respostas, sem busca, sem nada.
sexta-feira, março 07, 2008
estória de escritor
uma vez
pescando por essas águas
fisguei o maior poema dos últimos tempos
com muito esforço
cheguei a puxar metade das estrofes
pela ponta dos versos
pouco a pouco ia ganhando a briga
mas quando a resolução
já estava saindo da água turva
o bicho, forçudo que só,
me quebrou o fio da meada
e fugiu por água abaixo
me deixando só com um lápis
e alguns versos na mão
mas te contar que aquilo
era uma obra-prima...
Duda
--------------
pescando por essas águas
fisguei o maior poema dos últimos tempos
com muito esforço
cheguei a puxar metade das estrofes
pela ponta dos versos
pouco a pouco ia ganhando a briga
mas quando a resolução
já estava saindo da água turva
o bicho, forçudo que só,
me quebrou o fio da meada
e fugiu por água abaixo
me deixando só com um lápis
e alguns versos na mão
mas te contar que aquilo
era uma obra-prima...
Duda
--------------
Eu conheço meu convidado há poucos meses. Tempo suficiente para admirá-lo. Sua escrita é perspicaz e encantadora! Espero que gostem! :)
Mais do Duda aqui: http://dudapih2.blogspot.com
Mais do Duda aqui: http://dudapih2.blogspot.com
quinta-feira, março 06, 2008
trova dos nove
as naus singrando sem rumo
chegaram no Paraíso.
também sem norte, eu assumo:
quero avistar seu sorriso...
sim, palavras tem à beça
e cai sempre no embaraço
o ostentador que tropeça
na língua maior que o braço
poeta, médico e louco:
reza o ditado banal
que dos três temos um pouco;
discordo só do avental...
motocicleta zumbindo,
pernilongo acelerando:
é a noite se confundindo
no sono que vai chegando...
chegaram no Paraíso.
também sem norte, eu assumo:
quero avistar seu sorriso...
sim, palavras tem à beça
e cai sempre no embaraço
o ostentador que tropeça
na língua maior que o braço
poeta, médico e louco:
reza o ditado banal
que dos três temos um pouco;
discordo só do avental...
motocicleta zumbindo,
pernilongo acelerando:
é a noite se confundindo
no sono que vai chegando...
Bom apreciador que sou da poesia que mora nas coisas simples, de cara me vi no paraíso quando descobri que um bom amigo nosso, morador das cercanias, - nunca antes convidado na história desse blog – é trovador nato, e dos bons! Poeta de pena afiada, jovem Poeta, dono de um verso maduro, lírico, colírico! Ao entrar em O trovador dos arrabaldes é inevitável sair “im[p]une”, sem um sorrisinho quebra-lábios, ou uma boa reflexão. Octávio Roggiero, é ele, o cara que rouba sorrisos e suscita pensares aqui:
mui grato, hermano.
quarta-feira, março 05, 2008
Que a noite não me escute
Pessoas queridas
É interessante a maneira como novas poesias se aproximam, e com a poesia de Guilherme não seria diferente. Denso e ácido ele transforma em emoções os versos que escreve.
Aprecio a pouco tempo e não mais deixarei.
...........
Que a noite não me escute
Que a noite não me escute
e que dela eu não me enoje.
Pois hoje,
como sempre fiz,
deitarei calmo
e cheio de graça.
Que a memória não me chame
ou, perto de mim, reclame
por coragem,
por lucidez,
por aquele que freme,
freme diante do nome.
Pois hoje,
que dormirei um século,
é a ontologia que me aguarda
nas suas recônditas moradas.
Que o asco não me afaste
com dez mil esgares
dessa negra e venenosa taça.
E que na madrugada,
que nos grita: Acorda! Acorda!,
eu me transpareça e me transborde
camada ante camada.
E tu, glauca alvorada, não te apresses
não te adiantes ou se levante,
pois hoje
quem traz nessa fundura
(do peito
do corpo
do verso)
uma mágoa agrilhoada
sou eu e não essa tua face
nobre, límpida e desegregada.
e que dela eu não me enoje.
Pois hoje,
como sempre fiz,
deitarei calmo
e cheio de graça.
Que a memória não me chame
ou, perto de mim, reclame
por coragem,
por lucidez,
por aquele que freme,
freme diante do nome.
Pois hoje,
que dormirei um século,
é a ontologia que me aguarda
nas suas recônditas moradas.
Que o asco não me afaste
com dez mil esgares
dessa negra e venenosa taça.
E que na madrugada,
que nos grita: Acorda! Acorda!,
eu me transpareça e me transborde
camada ante camada.
E tu, glauca alvorada, não te apresses
não te adiantes ou se levante,
pois hoje
quem traz nessa fundura
(do peito
do corpo
do verso)
uma mágoa agrilhoada
sou eu e não essa tua face
nobre, límpida e desegregada.
terça-feira, março 04, 2008
Fascínio dos Deuses
Ah, criatura viva criatura humana
sutilmente humana!
Teu. é o esplendor das maravilhas ascedentes!
Teu. é o corpo mutante em mundos vespertinos!
Teu. é o sol dourado
mais dourado
e mais dourado ainda!
Teu. é a potência de sobrepujar-se!
Teu. é o caminho do relâmpago!
Ah, criatura humana
sutilmente humana!
Por que. arrancaram os dentes de sua boca e cobriram seus olhos com gaze?
Dura aflição d'alma, dura e terrível!
Por que. amas perdidamente querubins e tiranos?
Por que. responda-me, um abutre devora teu fígado diariamente?
Não virá outra geração depois desta?
Dias de angústia, trágico, temível!
Ah, criatura humana
sutilmente humana!
Admiro tua glória,
mas muito mais tua decadência!
Anderson F.
----------------------------------
Galera, é com prazer que lhes apresento este companheiro das batalhas poéticas no mundo virtual. A poesia do Anderson é intensa e lírica, é derramada em diálogos com Deuses e poetas do passado, é pregadora e consciente de sua missão: a poesia como paixão (isso nas minhas palavras e interpretação). Mais dele, vocês encontram no blog
Escritos do Exilio
Além disso, ele coordena o blog des/enredo - junto com outros poetas e onde eu também participo - que usa a poesia, a prosa e outros sumos da palavra para discustir a poética contemporânea, se é que há alguma unidade que assim possa ser chamada. Mas isso descobrirá ou forjará quem por lá quiser gritar.
sutilmente humana!
Teu. é o esplendor das maravilhas ascedentes!
Teu. é o corpo mutante em mundos vespertinos!
Teu. é o sol dourado
mais dourado
e mais dourado ainda!
Teu. é a potência de sobrepujar-se!
Teu. é o caminho do relâmpago!
Ah, criatura humana
sutilmente humana!
Por que. arrancaram os dentes de sua boca e cobriram seus olhos com gaze?
Dura aflição d'alma, dura e terrível!
Por que. amas perdidamente querubins e tiranos?
Por que. responda-me, um abutre devora teu fígado diariamente?
Não virá outra geração depois desta?
Dias de angústia, trágico, temível!
Ah, criatura humana
sutilmente humana!
Admiro tua glória,
mas muito mais tua decadência!
Anderson F.
----------------------------------
Galera, é com prazer que lhes apresento este companheiro das batalhas poéticas no mundo virtual. A poesia do Anderson é intensa e lírica, é derramada em diálogos com Deuses e poetas do passado, é pregadora e consciente de sua missão: a poesia como paixão (isso nas minhas palavras e interpretação). Mais dele, vocês encontram no blog
Escritos do Exilio
Além disso, ele coordena o blog des/enredo - junto com outros poetas e onde eu também participo - que usa a poesia, a prosa e outros sumos da palavra para discustir a poética contemporânea, se é que há alguma unidade que assim possa ser chamada. Mas isso descobrirá ou forjará quem por lá quiser gritar.
Gotas:
Leandro,
Semana de Convidados
segunda-feira, março 03, 2008
apresentando (para quem não conhece) a incrível Da Gaveta!
Boa de copo e ainda melhor de caneta.
São dois textos, mas no gaveteiro dela você encontra muito mais.
enjoy!
Prefiro matar o tempo
antes que ele me mate.
---------------------
Queria ser mera convidada da vida.
Sabe? Quando você fica só com a parte boa.
Quando come a sobremesa e vai embora sem lavar a louça.
Quando limpa os pés antes de entrar pra não levar nada de fora com você.
Maldita vida
que me fez anfitriã de mim mesma.
Agora tenho que acordar a cada novo dia na mesma vida.
Vez em quando compartilho umas outras vidas.
Outros risos, outros abraços, outros sentimentos.
Mas segunda-a-sexta sou eu sem visitas.
Sem novidades.
Sem "seja bem-vinda".
Sem "sinta-se em casa".
Nem isso eu sinto.
Não me sinto em casa.
Boa de copo e ainda melhor de caneta.
São dois textos, mas no gaveteiro dela você encontra muito mais.
enjoy!
Prefiro matar o tempo
antes que ele me mate.
---------------------
Queria ser mera convidada da vida.
Sabe? Quando você fica só com a parte boa.
Quando come a sobremesa e vai embora sem lavar a louça.
Quando limpa os pés antes de entrar pra não levar nada de fora com você.
Maldita vida
que me fez anfitriã de mim mesma.
Agora tenho que acordar a cada novo dia na mesma vida.
Vez em quando compartilho umas outras vidas.
Outros risos, outros abraços, outros sentimentos.
Mas segunda-a-sexta sou eu sem visitas.
Sem novidades.
Sem "seja bem-vinda".
Sem "sinta-se em casa".
Nem isso eu sinto.
Não me sinto em casa.
Gotas:
czarina,
Semana de Convidados
domingo, março 02, 2008
Semana de Convidados is back
Galera!
Estamos de volta ca Semana de Convidados no Blog de 7 Cabeças!
E, pra iniciar a semana, deixo este poema de Cassio Amaral.
Mineiro de Araxá, professor de História e Filosofia, gente finíssima, doido e grande amigo nosso!
Confiram!
línguas linguetes links phósforo
faísca fagulha cogumelos delineados
saliva cuspe de dna de jardins elétricos
mudável mutável mutantes nós
ets em cima de ovnis guiados por devaneios
nos berços de poliedros Torquatálios do sonho
da explosão grafitante das nuvens sangradas
bocas bacantes palavras scarlates de signos de
luas insanas sóis escritos fulminantes
estilhaços de Hendrix na amplidão do átimo no buraco negro
que um poema sorri num brilho stellar.
Tem mais dele nos livros:
Lua Insana Sol Demente - 2001
Estrelas Cadentes - 2003.
Sem Nome Coletânea - 2005.
Corpo e Alma em Verso e Prosa - 2006 Coletânea de autores blogueiros.
E, claro, no blog dele:
enten katsudatsu
Apreciem!
Estamos de volta ca Semana de Convidados no Blog de 7 Cabeças!
E, pra iniciar a semana, deixo este poema de Cassio Amaral.
Mineiro de Araxá, professor de História e Filosofia, gente finíssima, doido e grande amigo nosso!
Confiram!
línguas linguetes links phósforo
faísca fagulha cogumelos delineados
saliva cuspe de dna de jardins elétricos
mudável mutável mutantes nós
ets em cima de ovnis guiados por devaneios
nos berços de poliedros Torquatálios do sonho
da explosão grafitante das nuvens sangradas
bocas bacantes palavras scarlates de signos de
luas insanas sóis escritos fulminantes
estilhaços de Hendrix na amplidão do átimo no buraco negro
que um poema sorri num brilho stellar.
Tem mais dele nos livros:
Lua Insana Sol Demente - 2001
Estrelas Cadentes - 2003.
Sem Nome Coletânea - 2005.
Corpo e Alma em Verso e Prosa - 2006 Coletânea de autores blogueiros.
E, claro, no blog dele:
enten katsudatsu
Apreciem!
Gotas:
JF de Souza,
Semana de Convidados
sábado, março 01, 2008
Poeira
Adentrou a casa.
Milhares de estrelas
o esperavam.
Colheu algumas
ali mesmo
no tapete da sala.
Algumas o beijaram,
outras não.
Duas ou três possuiu
no frio do chão
antes que pudessem partir.
Todas ao alcance da mão.
Satisfeito, retirou-se,
assim que o sol apareceu.
Repleto de poeira.
Repleto de luz.
Repleto de seu próprio eu.
Milhares de estrelas
o esperavam.
Colheu algumas
ali mesmo
no tapete da sala.
Algumas o beijaram,
outras não.
Duas ou três possuiu
no frio do chão
antes que pudessem partir.
Todas ao alcance da mão.
Satisfeito, retirou-se,
assim que o sol apareceu.
Repleto de poeira.
Repleto de luz.
Repleto de seu próprio eu.
Gotas:
Moacir
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