1.
Não estou só quando
tenho meu papel
para o diálogo frio,
ou quando a esperança,
ou o medo de que não venha
a mudança tão cedo:
ando atrás da nossa lenha.
2.
Comi as empanadas,
as janelas, as vantagens,
até as calçadas, largas
avenidas, curtos alívios
da fome de ti, querida.
3.
São os meus silêncios, amor,
que me lembram teu dezembro,
trazendo em calafrios a estação
que não me sai do pensamento:
você, a quem meus olhos
ainda verão.
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Abril de 2008
(da série Poemas Porteños)
6 comentários:
¡Jardín!
O legal de teus poemas porteños é que eles me induzem a pensar nos mesmos escritos em español!
E -- caaaaaaaaaara... -- como fica legal...
O poema 2, por exemplo, é aquele caso: deveria ser escrito em español!
Mas gostei da sacada do verso final do poema 3!
pqp, Jardan!!!
nao sei qual dos 3 gostei mais...
"fome de ti"
"lenha"
"ainda verão"
fodásticos!
merecem tradução, viu!
[]´s
Percebeste muito bem Jeff, o segundo eu havia sim escrito em espanhol mesmo! Era um pouco diferente, veja:
"He comido la empanada,
las ventanas y ventajas,
hasta las veredas y anchas
avenidas, cortos instantes de esa vida
en la hambre de ti, querida"
foste sagaz, rapaz!
abs
Jardim
Na hora que eu li "as janelas, as vantagens", já me veio "las ventanas y las ventajas" na cabeça! Foi inevitável!
E, como imaginava, en español se queda muy mejor!
Lindo, lindo, lindo, lindo...
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