quinta-feira, janeiro 31, 2008

dos medos de Oscar

Ah e quem diria,
o velho Oscar
morre de medo de morrer,
morre de medo de voar,
o bom e velho Oscar.


E quem haveria de dizer
os medos que ele tem,
morrer de medo de morrer,
Oscar, logo você,
que já passou dos cem?



E deve ter pensado assim
o grande Oscar: “não vou
de avião a Cuba,
vai que um vento me derruba,
e lá vou eu morrer no mar!”



E lá não foi, o grande Oscar,
beijar a mão do seu amigo
que não tem medo de voar,
tampouco medo de morrer,
medo de morrer no mar.



É que voar, Oscar,
é um artifício comum da solidão,
voar é o que você faz
com a sua obra, Oscar,
mas, sem precisar sair do chão.



Porque Oscar Niemeyer não foi a Cuba.








2 comentários:

Adriádene disse...

Nossa, que poema incrível!!! Um dos melhores que já li, Múcio!!!Vou guardar com carinho, entre meus poemas preferidos!! Beijos!!!

Marina disse...

Lindo!

Adorei! Oscar é um danado! :)


:*