(do livro Elogio da Sombra)
Em um dia do homem estão os dias
do tempo, desde aquele inconcebível
dia inicial do tempo, em que um terrível
Deus estabeleceu os dias e agonias,
até esse outro em que o onipresente rio
do tempo terreno retorne à sua fonte,
que é o Eterno, e que se apague no presente,
o futuro, o ontem, o que agora é meu.
Entre a aurora e a noite está a história
universal. Da noite vejo
a meus pés os caminhos do hebreu,
Cartago aniquilada, Inferno e Glória.
Dai-me, Senhor, coragem e alegria
para escalar o cume deste dia.
J. L. Borges.
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Por motivos de viagem e imenso atraso, passo
por aqui a preencher meu espaço com um ilustre
convidado: Borges. Inauguro, assim, aqui e no meu
blog uma temporada de Poemas Porteños
* A tradução é minha.
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