Do extenso vocabulário que sei
(se não o uso, não é por abuso;
é que, sendo rei
(ao menos de minhas internas demências)
tenho algumas de minha preferência
e as uso repetidamente
repetidarepetidarepetidamente
(artifícios manjados, velhacaria,
pequenos truques de carpintaria)
como uma mágica que o público adora
(embora saibam os profissionais
como seus movimentos são banais)).
Mas me perdi. Retomo
(posso, sou o autor e o dono
dessa poesia mequetrefe)
o raciocínio que se perde:
Do extenso vocabulário que domino
(e nao preciso provar, não sou dicionário;
atiro no óbvio, nunca no vário)
existe um substantivo pequenino
(embora pleno de significado...
talvez por isso seja tão usado!)
que nunca... nunca repito,
nunca havia antes escrito:
musa!
Talvez por não haver inspiração
na palavra em si.
Talvez por não haver um se
que transforme a idéia em expressão.
É tão
definitivo o vocábulo
que acabo
preferindo não usá-lo.
Mas como hoje, só por pirraça,
quis escrevê-lo como trapaça
contra meu mesmo reinado,
fiz esse poema safado
pra justificar de alguma forma
essa poesia meio morna.
E na falta de rimas decentes
desfio uma lista (entre dentes):
musa
confusa
difusa
eclusa
oclusa
ferro gusa
os seios roçando a blusa
a soma dos quadrados dos catetos
igual ao quadrado da hipotenusa.
E assim o poema segue
e da nossa paciência abusa.
Então acaba aqui
meu único o primeiro
(e espero, senhores,
pra sorte dos meus leitores,
o derradeiro)
poema sobre a musa,
mediano, mediano.
Assinado, Moacir Caetano.
7 comentários:
teu poema sem musa
abusado
(o)usa o riso
=)
Huahuhauhauhuhauahuahuahuahuahuah...
Moa, meu caro! Tá EXCELENTE!!!
Huahuahuahuahuhauhauhauhauhahuauha...
1[]!
Sensacional, Moa!
Delícia de ler! :)
:*
Esse moço abusa mesmo da musa!! Tem a sua ousadia em todos os versos...rsrs...bj
Bravo! Beleza de poema solto no espontâneo do sentir captado por dizer intrigante cativante.
Cadinho RoCo
hahahhahahaa
adorei moa!
divertidaço.
Ótemoooooooooooo!
**Estrelas, goiano mais querido!**
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