Para: Hanny (www.hannysaraiva.blogspot.com)
Mentalização
Um pouco antes de deitar veio o insight. Depois de muito pensar e de muitas folhas rabiscadas, veio o texto que tanto queria escrever. Acertou a linguagem. Não tinha muitas informações. Aliás, não tinha praticamente nenhuma. O que tinha em quantidade eram dúvidas. Quando já estava entrando em desespero, EUREKA!!!!! E se fez a luz. Agora estava ele ali no papel. Fluiu facilmente. Uma palavra após outra. Dádiva dos deuses da literatura. Fez até uma prece a eles em agradecimento. Escrever algo para o seu amigo secreto somente com a ajuda celestial. O seu amigo, um verdadeiro mistério. Agora poderia dormir o sono dos justos. Missão completamente cumprida. E com louvor. No dia seguinte, digitaria o texto e o remeteria. Ao acordar, a realidade. Nada de texto. Somente rasuras no caderno de notas e a imensa dúvida do que escrever para a Hanny. Bem que nunca acreditou nesse papo de que mentalizar um desejo antes de dormir funcionasse. Agora era voltar para ao trabalho.
De: Hanny (www.hannysaraiva.blogspot.com)
Para: Luiz Guilherme Amaral (www.diretordeletras.wordpress.com)
O PRESENTE DE THEO
Theo abrira a porta do armário da cozinha. Retirara de dentro do pote de farinha um embrulho natalino. Era vermelho e verde sem fitinhas douradas. Assoprou para que a farinha se espalhasse. Não queria que seu embrulho nevasse. Será que o diretor de letras iria gostar?
Colocou o embrulho sobre a mesa, retirou da geladeira seu pote mágico de pedidos inconstantes e gritou: "Polichinelo borboletístico!" Nervoso, etiquetou, assinou, mas não enviou pelo correio devido à possível greve brasileira. Girou seu dedo e furou o tempo e o espaço com o polegar. Quando o diretor acordasse veria que algo estava perto de seus chinelos Havaianas.
Ele poderia passar por cima, andar descalço ou abrir o embrulho. Se passasse por cima, mais tarde pisaria em uma formiga amarela raivosa de olhos pretos e antenas picotadas que ao ser morta emitiria uma onda de desespero fazendo com que mais formigas amarelas invadissem o computador central de sua casa para comer silício. Se andasse descalço poderia ser contaminado pela gripe do cliente mandão e teria que trabalhar o Carnaval inteiro. Mas se abrisse o embrulho poderia ouvir um Hohoho do outro lado da fenda aberta que piscava cintilante, uma mistura de neon com prata. Curioso, ele poderia colocar a ponta do dedo mindinho ou a palma da mão. Se isso acontecesse, ele seria sugado e teria 24 horas para realizar seus 365 desejos escondidos. Então ele sorriu e colocou o pé lá dentro.
Colocou o embrulho sobre a mesa, retirou da geladeira seu pote mágico de pedidos inconstantes e gritou: "Polichinelo borboletístico!" Nervoso, etiquetou, assinou, mas não enviou pelo correio devido à possível greve brasileira. Girou seu dedo e furou o tempo e o espaço com o polegar. Quando o diretor acordasse veria que algo estava perto de seus chinelos Havaianas.
Ele poderia passar por cima, andar descalço ou abrir o embrulho. Se passasse por cima, mais tarde pisaria em uma formiga amarela raivosa de olhos pretos e antenas picotadas que ao ser morta emitiria uma onda de desespero fazendo com que mais formigas amarelas invadissem o computador central de sua casa para comer silício. Se andasse descalço poderia ser contaminado pela gripe do cliente mandão e teria que trabalhar o Carnaval inteiro. Mas se abrisse o embrulho poderia ouvir um Hohoho do outro lado da fenda aberta que piscava cintilante, uma mistura de neon com prata. Curioso, ele poderia colocar a ponta do dedo mindinho ou a palma da mão. Se isso acontecesse, ele seria sugado e teria 24 horas para realizar seus 365 desejos escondidos. Então ele sorriu e colocou o pé lá dentro.
De: Luiz Guilherme Amaral (www.diretordeletras.wordpress.com)
Para: Marcos Côrtes (www.poetaalgum.blogspot.com)
É, meu caro,
Há tempo para tudo
Há tempo para conhecer as pessoas
e conhecer a si próprio
Contar os passos da areia até a água
sentir o gosto das comidas de nome estranho
É, meu amigo,
há tempo para sentir saudade
tempo para rever aquele que foi embora
(mochila nas costas faz bem)
Tempo para por uma flor no cabelo de uma menina
Tempo para escolher a religião
ou não escolher nenhuma delas
É, garoto,
Está na hora
Ainda há tempo
Vamos combinar uma coisa, amigo
aceite o que te digo:
aproveite o tempo
cada segundo
para que tudo seja tão evidente
quanto a sua vontade de se tornar grande.
3 comentários:
Hehehe...
Engraçada a coinidência, os três poemas com um certo sabor de metalinguagem!
Muito bons, os três!
E Feliz Ano Novo pra todos!!!!!
José, adorei!! Seu presente veio com gostinho de quero mais!! hehehheheh Bjinhos de ano novo! ;-)
Sim, sim!!!
Muito bons, os 3, sem dúvida!!!
Feliz 2009 pra tudusmundo!
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