O estrangeiro chegou
e não trouxe nada.
Apenas poeira, lágrimas e sol.
Sentou-se na praça.
Olhou pra igreja.
Roubou-nos o arrebol.
Os pássaros, num susto,
fugiram desconfiados.
Estrangeiro espantalho.
O dia escurou.
As plantas secaram.
Morreu todo o gado.
As mulheres, entregues,
rasgaram as roupas
e gozaram sem querer.
Os homens, de repente,
nada mais eram...
nada a fazer!
O estrangeiro se virou,
sorriu meio de lado
e se foi, exausto.
Deixou o desespero,
a destruição
e seu úmido rastro.
5 comentários:
Poema da colonização... muito bem sacado!
abração!
Jardineiro
Ai, me deu aflição ler isso...
Beijos, dear...
:)
deixou o rastro,
e levou o resto.
ótimo!
[]´s
Lembrei-me de Gero Camilo, em Cleide, Eló e As Pêras. Que este estranho, qdo me cruzar, ensine-me a ser mais estranha...assim como ele o é. Até.
Por que o estrangeiro gera tanto fascínio?
;**
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