O último que me acordou o lápis
era um jovem de certo rebelde.
Mas de uma rebeldia que atingia só
o raio de quem o enxergava.
O olhar carregado em meio a mansa tarde,
e um desejo de que a roupa-atitude revele.
Mas revelava apenas a cabeça em nó.
Ao invés de toda a segurança ostentada.
No vermelho sangue das mechas no cabelo,
a tinta de quem pinta suas flechas
e o espelho da ginga a um tanque imposta
pelas feridas de bosta que lhe acertavam a vida.
O último que me acordou o lápis
fui eu da janela-reflexo,
foi ele da rua dos nexos,
foi um segundo de plexos em choque nos ares.
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música que recomendo: "House of the Rising Sun" na voz de Nina Simone
13 comentários:
E eu poderia jurar que era um adolescente anarcopunk, de coturno e moicano, jaco preto com rebites, protestando pelo voto-nulo.
Sem comentários, Jardim! Bom, bom demais.
Besos,
Carol
O último que me acordou o lápis foi um certo alguém com saudades...
Bjinhos
muito bom.
Simples, coeso, conciso, incisivo.
Adorei!
;)
Meus singelos cumprimentos!
muito bom.
Simples, coeso, conciso, incisivo.
Adorei!
;)
Meus singelos cumprimentos!
Há tempos que procuro este rebelde. Quando encontrá-lo novamente, dê-lhe meu endereço. Ainda espero. Até.
é de uma leveza perturbadora. não deixa nada no mesmo lugar.
Existem rebeldias disfarçadas em fantasias acomodadas e acomodações em aparências rebeldes.Não sei se entendi o que querias dizer, mas me tocou o que entendi(que pode ter nada a ver com o que foi dito). Poesia é sempre reescrita na interpretação de quem a lê.
Grande abraço.
Mais um pro hall dos meus favoritos.
LIndíssimo.
Bjos :)
Muito bom!
Muitas coisas acordam o lápis por aqui... :)
Bjus!
Fabuloso.
Na arredia rotina
Entre poemas malabares
precipitas rebeldia
Colorindo outros ares.
**Estrelas**
que sonoridade, que intensidade, Jardim! em meio aos versos, vi algo de Dostoiévski, não sei, mas me veio à tona... é isso, poesia desperta, e este seu poema...
[]´s
caraca!
belo, belo, belo!
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