Já fui equilibrista.
Entre sim e o não
dançava...
dançava...
abraçando o vácuo,
desafiando o chão.
Já fui domador de leão.
Ah, eu era temerário!
Chicote na mão,
na outra, coragem.
Medo: palavra
sem passagem
pelo meu dicionário!
Já fui, creiam,
trapezista dos bons!
Imerso num salto infinito
rumo ao vazio
onde reside o nada...
sem gosto,
sem cheiro,
sem sons!
Homem bala? Ha!
Isso foi moleza!
Medo da morte?
Que nada, afinal,
a Dama de Preto
nunca foi surpresa.
(Há quem diga até ser
a única certeza!)
Já fui gorila e, pasmem,
até mulher barbada.
E enquanto meu corpo
quedava, combalido,
dentro de uma jaula,
minha mente, velozmente,
pelos céus me transportava.
Já fui até mesmo
dono de circo
por uma ocasião.
Mas nunca me fascinou
o cheiro do dinheiro
e sua intrínseca confusão...
definitivamente não!
Hoje sou palhaço.
E só.
E enquanto riem de mim,
durmo com as lágrimas
no meu lençol...
e em meus sonhos
vive a pergunta:
"Quem ri por último
ri melhor???"
7 comentários:
cada um tem o seu papel sob essa lona imensa que é a vida.
Hum, a vida é um grande picadeiro...
Intrigante este, Moacir! Gostei. :)
E quem não gosta do palhaço, né?!
Beijoss
esse poema é daqueles que cabem um palavrao em caps lock: "...!!!". está aí, um que eu queria ter feito! demais, Sir Moá!! ainda diz que quer aprender comigo, ne? rsrs. "Quem é bom já nasce feito".
massa!
[]´s
Encantador!! Sua delicadeza tem me emocionado... emudeço diante da sua perfeição!! beijossss
Excelente!
Me lembrou Cordel do Fogo Encantado.
Conheço a sua voz, mas na voz de Lirinha fica arrepiantemente magnífico.
Beijos.
Saudades.
Já sonhei que era acrobata-de-circo...
Às vezes, sonho isso acordado...
Era o que eu queria ser...
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Ah, o dilema do palhaço...
Há de se ter muito altruísmo no meio de todo seu caráter, pra se ser um palhaço digno...
(Aliás... Palhaços são dignos?)
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