Se fico amando dentro dos gestos,
é por atenta às tuas ligeirezas:
conserto o nó da gravata,
aparo pêlos,
aprendo uma canção.
Tudo que me ousas entregue
é de luas minguando,
dormências de pôr-de-sol.
Se desatinares aguaceiro,
sobram-me litros para o batismo?
orvalho para as tristuras?
suores para o pavio?
Enxutas,
minhas mãos tomam-te o pescoço
como unhas
e cortam-te.
Iara Maria Carvalho
5 comentários:
Impactante!
Cortante como a poesia, o amor e as relações humanas.
Abraços!
De cortar o coração de tão belo!
belíssimas imagens!! texto cortante...agudo.. pro-fundo!
bjo
belo do início ao fim!
=]
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