sexta-feira, setembro 25, 2009

Se fico amando dentro dos gestos,
é por atenta às tuas ligeirezas:


conserto o nó da gravata,

aparo pêlos,

aprendo uma canção.


Tudo que me ousas entregue

é de luas minguando,

dormências de pôr-de-sol.


Se desatinares aguaceiro,

sobram-me litros para o batismo?

orvalho para as tristuras?

suores para o pavio?


Enxutas,

minhas mãos tomam-te o pescoço

como unhas


e cortam-te.



Iara Maria Carvalho

5 comentários:

disse...

Impactante!

Eduardo Trindade disse...

Cortante como a poesia, o amor e as relações humanas.
Abraços!

moacircaetano disse...

De cortar o coração de tão belo!

Sandra Regina disse...

belíssimas imagens!! texto cortante...agudo.. pro-fundo!
bjo

mg6es disse...

belo do início ao fim!

=]