A pedrinha do sapato
A calcinha que aperta
A unha que arranha
A cabeça que lateja.
O menino da janela
O cachorro que atravessa
O trovão da tempestade
O aviso da entrada.
A amiga que suspira
A calçada que separa
A corda que arrebenta
A fita que desamarra.
O olhar de negação
O tocar de uma canção
O ardor de uma versão
O amor do coração.
A bandeja que cai
A raiva que esvai
A vagina que contrai
A beleza que atrai.
O cabelo que balança
O caminho que percorre
O fim que se alcança
O desejo que escorre.
A amante do vizinho
A cadeira que amolece
A tinta no finzinho
A vida que anoitece.
O leite com aveia
O passarinho que assobia
O homem que passeia
O remédio que alivia.
A antiga bicicleta
A viagem perfeita
A bebida predileta
A seta que acerta.
O calor da fogueira
O fruto da macieira
O pingar da torneira
O coser da costureira.
A batida que enlouquece
A comida que enfraquece
A menina que esquece
Admiração que envaidece.
O peso do cansaço
O valor do abraço
O frio do aço.
É. Nada é por acaso.
quarta-feira, agosto 09, 2006
Nada É Por Acaso
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11 comentários:
Então é por quê? =P
o comentario do leitor,
a rima improvisada
do aspirante a trovador...
Nada é por acaso. Tudo é por amor (?)
Há um acaso para cada caso... e um nada de acaso... Abraços
E a vida segue assim...
Do nada ao acaso...
Adorei!
=**
nada é por acaso
é tudo por um caso
mas caso o caso chegue
terá se feito acaso
beloebom!
e por acaso existe o acaso?
belíssimo!
Acaso
Vasto
Caso
Show.
:*******
Acaso do caso... Descaso.
Tudo é por nada, mesmo quando vale tudo...
adorei
:*****
não sei se acaso foi versos te sairem tão inspirados.
bjs
DUCA!!!!
Sensacional, Nanna!!
"A cadeira que amolece" é um achado.
Mas não é só isso: o poema todo é super gostoso!!
Parabéns, minha amiga e parceira de verso!
Beijos!!
REMO.
nada é por nada, eis o caso.
amo.
bjo.
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