segunda-feira, maio 07, 2007

A possibilidade

Caríssimos,

Desde o primeiro dia em que conheci a poética de Marcos Cortês, o observo através de uma janela quase entre aberta. A verdade é que pouco sei a seu respeito e rapidamente apaixonei-me por suas palavras. Sim, apaixonei-me!

Marcos Cortês also@
http://poetaalgum.blogspot.com
http://tomospoeticos.blogspot.com


24 de outubro de 2003

A possibilidade

Se fosse possível
nasceria ateu,
ateu de carterinha,
e continuaria atuando o inatuável.

Se me desse paciência
seria escritor.
E que belo escritor seria
mas me falta tempo.
(tempo.. tempo... tempo...)

Há a possibilidade do amor
como se fosse possível.
contudo eu não amo por completo
me apaixono por partes incompletas.

Como se fosse possível
Faria-me existir, eu mesmo, eterno.
Seria em plenitude um ser que eu mesmo formei e formatei.
Insolúvel, inconsumível, indestrutível.
Mas aos poucos me consumo e me consomem.
Crio, palpiteiam. Modelo, remodelam.

Há a possibilidade do desamor
mas eu não me odeio por completo.
Sigo uma lógica incompreensível pela lógica.
Uma razão de fatores que são inexistentes
ou delírios provocados pelo estudo de matemática.

Se fosse possível me compreenderia,
me destrincharia, tornaria cada etapa exata.
Cada tempo explicado, cada reação acionada.
Mas como já disse, pela ilógica na minha lógica,
o amor é em síntese ausente, indeterminável,
se não interpretado pela sua liberdade enquanto incausável.
E como já disse, se fosse possível, seriamos feitos de amor.

Marcos Vinicius Policarpo Côrtes

7 comentários:

Anônimo disse...

Lindo poema! Tanto de incompreensível que somos que a possibilidade de nos entender é quase nula! :P

Adorei!

Beijos aos dois! ;)

Leandro Jardim disse...

assim como de(o) amor, somos feitos da falta e da possibilidade de desfazer-nos e vice-versar...

belo texto, meu caro!

seja bem-vindo!
abraço
Jardineiro

Fernando Palma disse...

Estava fazendo uma breve visita ao seu blog. gostei do jogo de palavras em "Na estrada, no caminho".
Aprovei a sugestão do blog!

Até mais!

Anônimo disse...

Ah, se o próprio mundo fosse possível!
muito, muito bom!

Augusto Sapienza disse...

Fale amigo Marcos... Estás rompendo as fronteiras do seu e do nosso blog, hein! "Espalhe seus textos ao vento, pois uma poesia criada que não é lida / é como uma morte de uma vida não vivida, / mesmo que isso não queria necessariamente dizer / que não haja nesse ato nenhuma espécie de prazer..."

Abraços,
Augusto Sapienza

Anônimo disse...

A linguagem do poema oferece inúmeras possibilidades de contemplação. As palavras são usadas de forma muito inteligente. Muito bom.

Anônimo disse...

A linguagem do poema oferece inúmeras possibilidades de contemplação. As palavras são usadas de forma muito inteligente. Muito bom.