Me dá um pouco de paz, eu te dou um pouco do meu desassossego
Nasci de uma mãe com mancha castanha no olho verde e esquerdo
E é por isso
Eu sou habitada por um cardume de criaturas cegas
Que comem morcegos
E é por isso que eu tenho tantos nomes
E nenhum deles é meu.
Cuidado com o nome que chama,
Você pode trazer os demônios à baila
E me diga
Você já
Dançou com o demônio
À luz do luar*
?
Porque às vezes eu sou ciano
E às vezes, cianureto
E às vezes eu sou pinóquio
E às vezes, gepeto
Porque às vezes eu sou nuvem de inverno e às vezes
eu sou o demônio de mãos pequenas
e caninos vermelhos.
Cuidado com o nome pelo qual me chama
Não convide os monstros pra montar
Cidades de lego
Porquê às vezes eu sou bambuzal
e às vezes,
sou prego.
E Cuidado com o modo que me chama
porque
Enquanto Samantha canta
Enquanto Eduarda guarda
Enquanto Sônia sonha,
Clara pára
Rita grita
Emma toma.
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bom, esse poema é de abril do ano passado e, bom, acho que dá pra ver que ele bem...meu.
rima, absurdez, humor, mau-humor...*tem até frase roubada do filme velho do bátima.
tá tudo aí.
e depois eu gosta dele. e pronto.
fim. bêjo.
9 comentários:
toda cor e sabor de elogio
para quem transita
do ciano
ao cianureto
poema de gente grande!! Maravilhoso de ler!
Bjos
maduro, duro.
metáforas poéticas.
lindo, Cza.
bjo
"E é por isso que eu tenho tantos nomes
E nenhum deles é meu."
mas, pode me chamar de Adélia.
gostei daqui, volto depois.
abr.
E eu tmb, pronto, gostei.
E 'não convide os monstros pra montar cidades de logo' é uma bela recomendação.
até
Tão... Cza!
Com tudo o que isso tem de lirismo, força e beleza.
É um dos meus preferidos seus também!!
Mas nenhum bate "Batalha de Dudinka"!
Bjs,
REMO.
genuinamente, cza.
rima, absurdez, humor, mau-humor...
adoro! :)
:*
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