Súbito,
o oásis estava diante de mim.
Ela era riacho,
água pura, cristalina.
E eu era todo sede.
Infinita, infinda sede.
Debrucei-me, porém não bebi.
Fiquei ali, parado,
entre o paraíso e o inferno,
entre aquela boca e o abismo.
Fiquei ali, parado,
prolongando o prazer do momento.
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Algo em torno de 1989.
Não foi o primeiro poema que escrevi.
Mas foi o primeiro com, digamos, alguma substância.
O primeiro a apresentar características da minha poesia de hoje.
O ritmo, principalmente.
Apesar de me parecer hoje inocente, bobinho, foi o poema que me fez pensar que poderia realmente um dia brincar de fazer poesia.
7 comentários:
Aquele momento que antece o prazer, com a certeza de que ele chegou... é o máximo!
Belíssmo poema, Moacir Caetano!
Abraços, flores, estrelas..
e parece que foi muito válido o momento. O poema está perfeito !
um oasis de memórias.
miss u.
Olha que coincidência gostosa: publiquei um poema no me blog sobre um oásis, no dia 20!
"a febre
violenta
ventríloqua
adentra o ventre
viru-lenta... delira
mira a miragem
saborosa
antitérmica
antítese do meu deserto:
oásis"
O que seria das nossas sedes infindas sem estes pequenos oásis?
São esses "momentos" que marcam! Que bom que vc viu aí seu potencial, meu poeta!! beijos
eu gosto bastante da imagem q ele traz. esse vértice.
:*
é Moa, num bom momento a poesia acorda o poeta.
graças!
\o
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