sábado, agosto 23, 2008

Momento

Súbito,
o oásis estava diante de mim.
Ela era riacho,
água pura, cristalina.
E eu era todo sede.
Infinita, infinda sede.

Debrucei-me, porém não bebi.
Fiquei ali, parado,
entre o paraíso e o inferno,
entre aquela boca e o abismo.

Fiquei ali, parado,
prolongando o prazer do momento.

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Algo em torno de 1989.
Não foi o primeiro poema que escrevi.
Mas foi o primeiro com, digamos, alguma substância.
O primeiro a apresentar características da minha poesia de hoje.
O ritmo, principalmente.
Apesar de me parecer hoje inocente, bobinho, foi o poema que me fez pensar que poderia realmente um dia brincar de fazer poesia.

7 comentários:

Anônimo disse...

Aquele momento que antece o prazer, com a certeza de que ele chegou... é o máximo!


Belíssmo poema, Moacir Caetano!


Abraços, flores, estrelas..

Thiago disse...

e parece que foi muito válido o momento. O poema está perfeito !

Anônimo disse...

um oasis de memórias.

miss u.

Yara Souza disse...

Olha que coincidência gostosa: publiquei um poema no me blog sobre um oásis, no dia 20!

"a febre
violenta
ventríloqua
adentra o ventre
viru-lenta... delira
mira a miragem
saborosa
antitérmica
antítese do meu deserto:
oásis"

O que seria das nossas sedes infindas sem estes pequenos oásis?

Sandra Regina disse...

São esses "momentos" que marcam! Que bom que vc viu aí seu potencial, meu poeta!! beijos

A czarina das quinquilharias disse...

eu gosto bastante da imagem q ele traz. esse vértice.
:*

mg6es disse...

é Moa, num bom momento a poesia acorda o poeta.

graças!

\o