segunda-feira, agosto 18, 2008

farrah falsett

Me dá um pouco de paz, eu te dou um pouco do meu desassossego
Nasci de uma mãe com mancha castanha no olho verde e esquerdo
E é por isso
Eu sou habitada por um cardume de criaturas cegas
Que comem morcegos

E é por isso que eu tenho tantos nomes
E nenhum deles é meu.

Cuidado com o nome que chama,

Você pode trazer os demônios à baila
E me diga
Você já
Dançou com o demônio
À luz do luar*
?

Porque às vezes eu sou ciano
E às vezes, cianureto
E às vezes eu sou pinóquio
E às vezes, gepeto

Porque às vezes eu sou nuvem de inverno e às vezes
eu sou o demônio de mãos pequenas
e caninos vermelhos.

Cuidado com o nome pelo qual me chama
Não convide os monstros pra montar
Cidades de lego


Porquê às vezes eu sou bambuzal
e às vezes,
sou prego.

E Cuidado com o modo que me chama

porque

Enquanto Samantha canta

Enquanto Eduarda guarda

Enquanto Sônia sonha,

Clara pára
Rita grita
Emma toma.

--
bom, esse poema é de abril do ano passado e, bom, acho que dá pra ver que ele bem...meu.
rima, absurdez, humor, mau-humor...*tem até frase roubada do filme velho do bátima.
tá tudo aí.
e depois eu gosta dele. e pronto.
fim. bêjo.

9 comentários:

Yara Souza disse...

toda cor e sabor de elogio
para quem transita
do ciano
ao cianureto

Sandra Regina disse...

poema de gente grande!! Maravilhoso de ler!
Bjos

mg6es disse...

maduro, duro.

metáforas poéticas.

lindo, Cza.

bjo

Anônimo disse...

"E é por isso que eu tenho tantos nomes
E nenhum deles é meu."

mas, pode me chamar de Adélia.
gostei daqui, volto depois.

abr.

Fernanda Leturiondo disse...

E eu tmb, pronto, gostei.
E 'não convide os monstros pra montar cidades de logo' é uma bela recomendação.
até

Anônimo disse...

Tão... Cza!
Com tudo o que isso tem de lirismo, força e beleza.

Remo Saraiva disse...

É um dos meus preferidos seus também!!

Mas nenhum bate "Batalha de Dudinka"!

Bjs,
REMO.

Anônimo disse...

genuinamente, cza.

Marina disse...

rima, absurdez, humor, mau-humor...

adoro! :)

:*