domingo, novembro 30, 2008

Não é só poesia

Não é só poesia
O que escrevo, gente
Não é só poesia
Escrevo
para que me leiam
para que me escutem
para que me entendam
Escrevo
para me libertar
para me dispersar
para não pirar
Não é só poesia
É mais do que isso
É beleza
em meio à tristeza
É razão
em meio à tanta loucura
É mensagem
em meio à poluição
de idéias confusas
É catalisador
É assim que eu cato
toda a bagunça...
É bagunça organizada
É idéia solta
querendo ser pega
É sentimento
querendo dispersar
É a expressão pura
das idéias
dos sentimentos
dos pensamentos
de tudo
É Arte!
É isso que a Poesia é!
A Poesia
Não é só poesia
Ela impressiona
por si só
quem simplesmente a vê
Ela impressiona
pelo misto de sensações
que pode despertar
em quem a absorve
Mas a Poesia, gente
Não é só poesia
O que eu escrevo
É confuso
É sincero
É agressivo
É analítico
É melancólico
É belo
Um misto de
sentimentos
idéias
pensamentos
dispersos
que buscam compreensão
muito mais do que impressionar
O que eu escrevo
Não é só poesia
O que eu escrevo
Sou eu!

sábado, novembro 29, 2008

Instinto

Baby,
although
I love you so much
pode ser que um dia eu te mate...

Talvez após o "eu te amo"
ou antes do orgasmo, alguns segundos.
Tarde o temprano,
muy cerca o lejano.
No encontro entre os dois mundos.

Querida,
minha lâmina faminta
e tua sede de vida
nos farão completos estranhos
dentro de poucos dias
ou em alguns anos.
Depende do teus erros
e dos meus desenganos.

Mas deixemos crescerem essas raízes...
Por enquanto
podemos ser felizes.

*********************************

Revelando a brincadeirinha da semana passada:
Na verdade, o "etílico" que a Mary postou é meu, e o que eu postei é dela...
rs...

refúgio

quero construir
muros altos
à prova
de bobos

quinta-feira, novembro 27, 2008

transparecência

nem tudo cale
quando eu passar,
nem tudo fique
dentro ou fora
do lugar,
nem tudo netuno,
fundo do mar,

nem tudo vale
quando eu falar,
salve o que for terra,
salvo o que for mar,

nem tudo fique,
nem pau nem pique,
nem tudo passe
quando eu calar.

nem tudo siga-me
por onde vou,
nem tudo que padece é,
nem tudo que pareço sou.

quarta-feira, novembro 26, 2008

c'est mon plaisir

apaixono-me pelo teu intelecto
não pelo teu sexo
não pelo teu cheiro
nem pela tua pele plena
quero os livros que tens na cabeça
lê-los
folheá-los
um após o outro
e deixar-te entreaberto
e esperar
vegetativamente
pelo o que brota dessa tua boca morta
vez por outra, horta
de nossos infelizes e pueris
prazeres infantis.

terça-feira, novembro 25, 2008

Sem cura

Quando me entorpeces
com teu silêncio em overdose
e me mostras teus (d)efeitos colaterais
Peço mais uma dose,
bebo uma taça a mais...

E se me ofereces teu veneno proibido
injeto-me outro frasco desse líquido delito
degusto teu gosto em gotas
me dissolvo e te destilo...

(Quem escolheu esse tema??? Será idéia fixa??... Ou variações sobre o mesmo vício??...rs.... por que não?? Acabei entrando nessa...)

segunda-feira, novembro 24, 2008

etílico

(já que o alcool tá tão em voga no blogue...seria quase uma semana temática se não fosse outra semana)
Eu tenho as entranhas de uma bicha louca
E não tenho medo de usá-las
Sangue de barata e purpurina
Dois mojitos e um manhattan
E eu subo nas tamancas
E eu construo o barraco
E eu solto a franga
E eu solto os cachorros
Eu boto o diabo pra dentro
E os bofes pra fora.

domingo, novembro 23, 2008

sábado, novembro 22, 2008

Etílico

Pra esquecer
a distância
cerveja vinho rum

E depois
pra morrer
só soltar um pum

sexta-feira, novembro 21, 2008

Etílico

Às três da manhã
o emeésseêne
não ajuda em nada...

Bom mesmo
seria
uma boa trepada!

quinta-feira, novembro 20, 2008

falsidade ideológica

hasta la vista
ao seu discurso direto
au revoir
ao seu papo cabeça
politicamente correto

saquei de longe
que você de perto
não é lá
a última coca-cola
do deserto

quarta-feira, novembro 19, 2008

#2


na ausência de nossos versos
residem rugas de saudade
vez por outra invadidas
por lágrimas
e suores de malícia
(pura maldade)
vontade
de passear nas tuas costas

terça-feira, novembro 18, 2008

alucinação

Miro teu corpo
em meus lençóis acetinados

Miro tuas mãos
dentro dos meus poros

Miro tuas pernas
entrelaçadas em nós

É tudo miragem!

segunda-feira, novembro 17, 2008

mizifio

Apenas para dizer
Que sou tua mãe de santo
Que sou teu pára-raios
Sem convulsões e sem desmaios
(que não é para tanto)
sem recibo
e sem segredos
quando nos meios
das ruas
do nada
eu te recebo.

domingo, novembro 16, 2008

Na frente da tevê (Visão de mundo)

A televisão estava ligada
quando a bomba explodiu
Então, ele acordou
Viu a tudo aquilo
estupefato
Não entendia o que estava acontecendo

Era muito bombardeio
Era muita informação
pruma cabeça só
e despreparada

Passados alguns dias
Depois que passou a acreditar que entendeu
Voltou pra cama

A tevê permaneceu ligada
Mas nenhuma notícia nova passava
Apenas o mesmo zunzunzum de sempre

Ele dormiu novamente
Talvez acorde de novo
pra olhar
o que está ocorrendo
no Brasil e no mundo
através dessa caixa
hipnótica
hipócrita

Só olhar
Só olhar
Afinal
Nada poderá fazer

E que diferença faz?
Ele não tá entendendo nada mesmo...

Créditos


Queridos amigos que nos visitam:

Eis que chega ao fim a nossa Semana Sina de Cinema! Só filmaços em cartaz! Filmaços marcantes aqui "homenageados" por nossas Cabeças, sintetizados em forma de Poesia!

Mas... Fica a pergunta...

Qual é o nome do filme?

Pois aqui estão os nomes dos filmes que estiveram aqui em cartaz, minha gente! Alguns estavam fáceis de adivinhar... Outros, mais complicados...

Confiram!



Segunda - Czá - O Poderoso Chefão
Segunda - Jeff - Cantando na Chuva
Terça - Sandra - O Escafandro e a Borboleta
Quarta - Aline - O Fabuloso Destino de Amélie Poulain
Quinta - Múcio - Feliz Ano Velho
Sexta - Mary - Cidade de Deus
Sábado - Moacir - Beleza Americana




Espero que vocês tenham desfrutado desta Semana Sina de Cinema, da mesma forma que nós ao fazê-la!

E podem ter certeza que ainda rola uma Semana Sina de Cinema 2! =P

sábado, novembro 15, 2008

Mas Nesmed

Por entre as pétalas, o sorriso.
E o desejo que se avizinha.
Resquícios de uma vida comezinha.

A dureza inconteste esconde
algo até então impronunciável.
Até que a chuva nos lave do improvável.

Traições são sempre
mais do que aflora sob o superficial.
Resistir à razão, render-se ao real.

A infância não resiste ao amor.
Especialmente pros desajustados.
Um vôo sem asas de um objeto inanimado.

Além, muito além dos nossos segredos,
mesclam-se canção e medo
riscando os dias com nossa aspereza.
Calma.
Nada dói mais que a beleza.

sexta-feira, novembro 14, 2008

parece que Deus esqueceu
de muitos

descalços pelo asfalto
pela areia da praia
pela favela

pés que nem sempre
escolhem o caminho

mãos que soltam pipa
e engatilham armas
.
.
.
corpos que caem

parece que Deus esqueceu
de muitos

e poucos
têm a sorte
de hastear a bandeira da paz

---------------------------------------------
Aline pegou meu filme! Mas ainda bem que ela o fez, pois o poema dela está MUITO melhor do que todos os meus esboços cinematográficos! E com a ajuda de Delia achei outro filme legal... e beeeeem fácil, hein! =]

quinta-feira, novembro 13, 2008

o que?

feliz o dia
e tudo
o que lá fora vive:
feliz cidade,
feliz você,
feliz estive.


quarta-feira, novembro 12, 2008

e nesse meu universo
(nada convencional)
sou interna
prisioneira
atenta a cada detalhe
sentindo
um viver à flor da pele
nessa atmosfera
red and green
submersa
e à procura de um ser latente
(tão quanto eu)
um elemento
que componha e me decomponha
em frações
em frascos
em notas de fracasso
que desvende
e não se esconda
em álbuns velhos
em fotografias de terceiros
enquanto fico
enquanto sirvo
de modelo vivo
para um pintor de vidro.

como a aline não estava conseguindo postar,
estou pondo o poema dela.

terça-feira, novembro 11, 2008

Destino não se escolhe
Num piscar de olhos...
A sina escorre
O poder é breve... se perde
Num piscar de olhos...
A vida se escreve
O que se engole... o que se diz
Num piscar de olhos...
A vida toda está por um triz

Ué? Esse não ia passar na sala "A"?

Por alguns problemas técnicos, o filme que a Czarina escolheu foi exibido na sala "A", na primeira sessão!
Eis que agora, em outra sala, em outra sessão, o filme escolhido por mim vai começar!
(A propósito, o meu tá bem fácil de adivinhar, também!)
Desliguem seus celulares, peguem seu saquinho de pipoca e boa diversão!



Moisés estava errado
As rosas não falavam
(E, aqui, nem mesmo rimam!)

Mas quando deram voz
àquela moça...
Que tristeza!!!

Da mudez
a
mu
dança

Há corpos que dançam
Há vozes que cantam
Na rua
Na chuva
Há gente que mente
e que ama
Há música
Chama
Te convida a sair
pra se molhar
Gargalhar
na cara das nuvens negras
E ser feliz
de novo

segunda-feira, novembro 10, 2008

semana sina de cinema

como o jeff não postou ainda, vou explicando pra vocês!
esta é a semana sina de cinema.
cada poema fala de um filme. será que vocês conseguem adivinhar qual?
o meu tá facinho:

os irmãos metralham,
é coisa de família.
geração após geração
organizam a quadrilha.

Mangia che te fa bene
e se tiver medo, engole
Talvez esteja nos genes
Talvez esteja no canolli

Máfia, irmandade, polícia
Grupo, sociedade, gangue
Cuidado com quem confia
A traição também está no sangue

(oh, freddo. You broke my heart)

sábado, novembro 08, 2008

Chanakya

Ao menino, pequenino,
disse o velho indiano: Cuidado!
Pra não passar por esse mundo
sem no mundo
ter jamais estado.

Besteira!
Disse o menino, franzino.
Se estou no mundo, e sou,
e o mundo aí está,
me é impossível nele viver
sem nele no entanto estar!

O velho baapu, já cansado,
chamou o menino de lado
e pôs-lhe um balde nas mãos.
Encheu-o até a borda
de forma
que não restasse sequer aresta.
E enviou o menino à festa.

"Sua sorte,
sob pena de morte,
é levar o balde ao outro lado.
Mas cuidado!
Uma gota só
em algum paletó
ou vestido
e seu sangue será vertido"!

E lá se foi o menino, destino.
Imerso
no imenso universo
de constelações de pessoas,
más e boas,
sóbrias ou não,
cada um com seu quinhão
de dor e desejo e de algo que resta,
algo que afogam em álcool e festa.
E sentimento, e choro, e risos,
e movimentos espasmódicos,
quase histéricos, imprecisos,
e beleza, e comida à mesa,
e sonhos, e rostos risonhos...

Quando voltou, porém, o menino,
não poderia descrever
a festa, o povo, a dança,
os talheres, as vozes, as crianças,
a felicidade geral e incontida,
o festival ébrio da vida,
nada, nada, nada, nada.

Só sabia do balde e da caminhada.

sexta-feira, novembro 07, 2008

fantasia

posso ser a mosca da sua sopa
ou a mariposa da sua lâmpada

o que importa é o vôo

quinta-feira, novembro 06, 2008

poemeu

não creia
em tudo o que eu digo

eu sou
o joio do seu trigo

o cocô
do cavalo do bandido

não creia
na minha crença

mesmo
que ela te convença

afaste-se
do seu maior perigo

só meu âmago
é meu amigo

quarta-feira, novembro 05, 2008

cena #1

tragam trapos
linhas e agulhas
tecerei caminhos
costurados e mal alinhavados
um rastro retalhado
de formas esfarrapadas
memórias despidas
passados escondidos
fantasias
personagens e personas
gratas e mal pagas
cenários
meu universo imaginário
estampado
em praça pública.

terça-feira, novembro 04, 2008

máscara

Disfarço
sua falta
com estrofes
obscenas
que se perdem
e me vertem
corpo adentro
...nos poemas
seu retrato:
Versos tão
escassos
entre cacos ...indolores
de rimas vazias
(interiores)

segunda-feira, novembro 03, 2008

...

Só por hoje
eu te amo incondicional
Como os cães
Como os filhotes
Como as mães
Mas

Só por hoje
Não vou me reprimir
Nem me desdizer
Nem saber de antemão
Que você vai me machucar
Nem conhecer de cor
Sua ironia, sua indiferença, sua rejeição
Hoje eu vou gostar
De você
Sem razão,
Só porquê

Só por hoje
Eu vou deixar meu afeto voar livre
Por onde ele quiser
Que é o seu ombro
(e se ele acabar fazendo cocô no seu terno escuro,
tanto melhor)
não vou tentar controlar
nem estrangular sentimentos
mas é só por hoje.

Então vamos passear no bosque
Enquanto amanhã não vem.

domingo, novembro 02, 2008

Volta a zero

Volta a zero

O que se tinha
não mais há

Volta a zero

O que não houve
não se sente a falta

Volta a zero

O que se ouve
se esquece

Volta a zero

O que se lembra
não mais importa

Volta a zero

O Tempo não pára
mas ele não passa
de criação nossa

Posso ignorar
que o Tempo existe
por um tempo

E voltar
praonde eu quero

Volta a zero

sábado, novembro 01, 2008

ao 1/2

Meu convidado é um desconhecido.
Além disso, escreve muito mal.
Tenho certeza que ninguém aqui vai gostar de eu tê-lo escolhido.
Além de tudo, o cara é chato, feio, bobo e nada inteligente.
Sensibilidade zero.
Veia artística nenhuma.
Com vocês, um total desconhecido:

*

ao ½

um quarto e sala
com vista pra vida, é assim
às vezes também me sinto ¼ de fome
e os outro sinônimos: desejos,
egos e medos. ou talvez não
seja mais mesmo que isso: jogos
de palavras, enjambements
de um recorrente constrangido
com a esperança da manhã
e o frio no umbigo.

*

Ah, e eu esqueci de dizer: não estou nada orgulhoso de ter tido a idéia de convidá-lo...
Leandro Jardim.

Obrigado, Grande Garden!
Sua ausência nos rouba um pouco da essência.

(Ah, e tudo o que eu tinha escrito antes é mentira, claro!)